43. Syllus Bar

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- E aí? É pegar ou apagar, o que você escolhe?

Sim, eu tive que convencer pessoalmente aquele velho chileno de alguma maneira. O nome dele é Miguel, ele é dono do Syllus Bar há anos.

- T-tudo bem, e-eu aceito. - Respondeu o Sr. Miguel.

Eu investiguei e descobri que aquela espelunca estava cheia de dívidas, caindo aos pedaços. Meus homens estudaram Siena a cada dia da semana e logo notaram que aquele era o point dela, sempre era levada pela amiga Lilly Annie pra se divertir por lá, embora o perfil e DNA da lesada da Siena fosse perfeito pra ser cobaia, não passava de uma metida a perfeitinha, que não deixava ninguém chegar perto e essa era a minha maior dificuldade.

- Como você fez pra convencer o velho, Rafael e porque teve que mostrar sua cara pra isso? - Perguntou Sahara.

Além da ameaça? Dinheiro, claro! É isso que corrompe os homens, até o mais correto e bonzinho como o Miguel, também era ganancioso. O Dr. Diaz sempre criou fórmulas para introduzir as atualizações e pedidos do sistema na corrente sanguínea das cobaias de forma personalizada para cada uma delas, com Siena não foi diferente, só que infelizmente precisava desse velho. Eu prometi para ele que em um final de semana reformaríamos todo o Syllus Bar e daríamos um bom adicional, se ele me prometesse dar à ela e somente ela, um drink especial de nome "Perra Dormida", era nele que estavam dissolvidas as cápsulas com os elementos do projeto e ela sempre precisou tomar a cada nova atualização ou pedido do sistema para testes. Como eu sempre iria de alguma forma convencê-la a tomar o drink de novo, precisava que ele conhecesse meu rosto e soubesse quem estava envolvido no esquema.

- Ué, mas então como ele fez pra convencer Siena a tomar esse drink? - Perguntou Elysa.

Ele não precisou convencer ela. Nesse tipo de negócio não se age sozinho, uns dias antes e já sabendo que aquele era o point de Siena, fui me aproximando da melhor amiga dela Lilly Annie. Já tinha todo o perfil, ela é uma jovem advogada de um bom escritório por aqui e que buscava se associar a este há um bom tempo. Uni o útil ao agradável, tanto Fábio Botinno quanto Lucas Wald, fundadores e sócios do escritório, já estavam de olho na SandUp e insistiram pra nos prospectar como clientes. São advogados especializados na área empresarial, mas felizmente guardei como carta na manga. Como a gostosa adorava dar pra qualquer cara com rostinho bonito, foi bem fácil me aproximar dela, dar uns bons pegas e fazer a proposta.

- Você é linda pra caralho, sabia? - Ele a beijou.

- Você deve falar isso pra todas! - Lilly respondeu.

- Certamente não, pra falar a verdade sou bem seletivo e até mesmo chato...

- Ui, Sr. Seletivo, esse sotaque meio francês, meio aportuguesado, me faz pensar que talvez seja mesmo. Todo gringo que já peguei era um pouco seletivo!

- Tá vendo? - Rafael gargalhou e provocou um sorriso nela. - Ainda bem que você sabe, Dra. Lilly.

- Você não me disse onde trabalha.

- Sou CEO na SandUp!

- O quê?! - Ela engasgou. - V-você é um Baudin?

- Sim senhora!

- Meu Deus, meus chefes vivem falando dos Baudin. São obcecados para prospectar a empresa de vocês como clientes! - Ela se recompôs e falou empolgada.

- O que será que ganharia uma jovem advogada se conseguisse prospectar esse cliente pra seus queridos chefes? - Perguntou Rafael.

- Oh... Eu? Eu prospectar? - Os olhos dela brilharam. - Seria a mais nova associada, seria brilhante, só preciso disso pra conseguir!

O pecado de SienaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora