1. Um sonho de Siena

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- Siena, Siena... Acorda amiga!!! - Disse Lilly enquanto sacudia Siena e ela acordava atordoada. - Amiga, você dormiu em cima do seu livro.

Lilly deu uma risada amistosa.

- Você estava tão envolvida com o seu sonho, tava sonhando com um príncipe encantado?

- O-oi Lilly, desculpa...

- Amiga, vem aqui na sala, eu preciso te apresentar o Rafael. Ele veio jantar conosco lembra?

- L-lembro... Desculpa Lilly, eu tô de pijama, acabei não fazendo nada pra jantarmos!

- Não se preocupa boba, passamos no Nonna Cucina e trouxemos alguma coisa pra comermos juntos.

- Onde está a comida? - Siena perguntou preocupada.

- Oh não, o Sabugo deve ter subido no fogão pra pegar! - Lilly correu rapidamente pra cozinha pra verificar se o Sabugo, gato de estimação delas, não avançou na comida.

Enquanto isso Siena fechou rapidamente a porta e tirou a calcinha que estava completamente molhada.

- Que sonho louco! - Pensou e acabou dizendo em voz alta.

Lilly entrou no quarto e sequer deu chances para Siena falar algo, a puxou para sala e a apresentou Rafael, um homem sentado ao sofá ainda mais bonito que o sonho que Siena teve. Alto, forte, cabelos castanhos, barba aparada, porém olhos verdes e um sorriso espetacular. Siena enrusbeceu, lembrou do sonho erótico que teve com Rafael antes mesmo de conhecê-lo.

- Prazer Siena, Rafael! - Ele estendeu a mão.

Quase como uma brincadeira do destino, ao encostar na mão dele, ambos sentiram uma descarga elétrica.

- Ai!!! - Gritou Siena assustada.

- Nossa, isso foi um choque? - Lilly indagou com uma risada alta. - Caramba, vocês mal se conhecem e já estão se odiando assim?

Rafael riu com a mesma intensidade de Lilly enquanto Siena deu uma risadinha sem graça.

- P-prazer, Siena! - Estendeu as mãos.

- Melhor sem as mãos, né Siena? - Falou Rafael tentando apaziguar a situação.

- Vamos comer logo, gente. Sei que a comida do Nonna Cucina é uma delícia, mas comida fria é ruim de qualquer jeito! - Chamou Lilly servindo as comidas na mesa.

- Nossa, que maravilha... Nonna Cucina pra o jantar - Disse Siena com desprezo e enjôo.

Lilly deu uma risadinha irônica e serviu todos. O Nonna Cucina era o restaurante que Siena trabalhava no centro de Floripa de segunda à sexta. Enquanto finalizava sua graduação de ciências contábeis, Siena conseguiu um estágio na contabilidade de lá com muito esforço e o mérito maior sequer foi dos seus estudos.

- Siena é nome italiano, está contratada! - Disse o dono do restaurante.

E foi assim que ela conseguiu seu emprego.

- Patético! - Lembrou Siena sobre esse episódio.

Siena não apenas trabalhava com a contabilidade, como era forçada a ir pra cozinha e ser uma espécie de faz tudo. Inclusive precisou trabalhar no domingo anterior e só assim conseguiu uma folga na sexta-feira.

- Felizmente faltam apenas dois meses pra eu me formar e sair daquele lugarzinho de filhos da puta!

- Siena odeia o Nonna Cucina, mas vai conseguir algo melhor assim que se formar! - Disse Lilly abraçando Siena com ternura.

Nesse momento todos se prepararam para se sentar à mesa de vidro, Rafael pareceu se sentir em casa, tirou os sapatos e afundou os pés no carpete macio da sala, lavou as mãos e se serviu pacientemente enquanto Lilly o admirava com olhar apaixonado.

- E você Rafael, com o que trabalha? - Perguntou Siena.

- Trabalho em uma empresa de tecnologia, a SandUp Flash!

- Oh, sério? Aquela empresa é gigante, abriu filiais em Roma, Provença e Portugal. Trouxeram pra Floripa a pouco tempo, inclusive está nas mãos do Sr. Baudin, o rico empresário francês. Eu sei tudo isso porque na faculdade fizemos um estudo sobre a situação patrimonial e...

- A gente não vai falar sobre trabalho no jantar né gente? - Interrompeu Lilly.

- Desculpe Lilly, é que eu adoro essa empresa!

- Bom, por lá não tem mais vaga para contábil - Disse Rafael - Mas temos uma de assistente executivo, pra trabalhar com o CEO e...

- Eu quero, nossa... Eu quero com certeza! - Interrompeu Siena com felicidade.

- Manda seu currículo pelo meu whatsapp, que mando pro RH, tá bem? - Disse Rafael.

Siena agradeceu e tentou conter um pouco a alegria, mexeu vagarosamente o seu prato, enquanto Rafael e Lilly comiam e mexiam no celular.

- Bom Rafa, eu vou tomar banho pra gente sair. - Disse Lilly. - Siena, quer ir com a gente pro Syllus Bar? Vai estar cheio de gatinhos, quem sabe você não passa a noite de hoje acompanhada!

- Não, obrigada Lilly. Vou ficar em casa mesmo!

Lilly acenou com a cabeça e foi pra suíte tomar banho e se trocar. A sensação de estar só à mesa com Rafael começou a deixar Siena nervosa outra vez, ela começou a mexer no celular para tentar se distrair até Rafael falar baixinho.

- Siena, me desculpa ter que te falar isso, mas estou conseguindo ver que você está sem calcinha!

Nesse momento Siena se levantou com rapidez e bateu a cabeça no lustre, ficando tonta.

- Aconteceu alguma coisa aí? - Gritou Lilly do banheiro.

- Nada Lilly, a Siena que bateu a cabeça no lustre! - Respondeu Rafael.

Prontamente Rafael segurou Siena no colo e a levou para o sofá, neste momento a cabeça estava doendo mais que a preocupação em conseguir ver algo. Rafael pegou uma bolsa térmica gelada e colocou na cabeça de Siena.

- Desculpa Siena, eu não quis te assustar.

- Tudo bem, Rafael. Agora você já viu tudo mesmo!

- Não se preocupe, não é algo que eu já não tenha visto antes.

Siena nesse momento enrusbeceu.

- Será que aquele sonho foi real? - Pensou ela.

- Digo, de outras mulheres né! A sua, eu ainda não tinha visto. - Ele deu uma risada nervosa.

Foi impossível não notar a ereção que se formava na calça de Rafael, na qual ele tentava a todo custo esconder.

- Vem, vou te levar até o quarto. - Ele colocou Siena no colo - Pancadas na cabeça são sérias!

- Me leva ao banheiro, preciso lavar meu rosto! - Disse Siena já se recuperando.

Rafael a levou até a sua suíte e esperou que ela lavasse o rosto. Ela acabou molhando a camisola, que já estava praticamente transparente, deixando seus seios à mostra, enquanto Rafael a observava discretamente dos pés à cabeça.

- Você está bem agora? - Perguntou Rafael

- Sim, muito obrigada. Já posso ir até a cama sozinha.

Rafael se levantou e o volume ficou ainda mais aparente. Siena agradeceu e ele fechou a porta do quarto.

- Não é possível que o homem que sonhei estava aqui, com um desejo tão real quanto o sonho. Isso parece piada! - Pensou Siena - Oh céus, a Lilly. Não posso nem pensar em como seria terrível pra nossa amizade se algo acontecesse entre mim e Rafael, nós prometemos que isso não aconteceria novamente.

Há três anos antes, Siena tinha acabado de terminar o relacionamento com Adam, um namoro de 3 anos e pegou Lilly transando com ele. Lilly sabia que Siena ainda tinha algum tipo de sentimento por Adam, afinal era um término recente, mas segundo ela, estava bêbada e se arrependeu amargamente. Siena a desculpou e essa história foi arquivada.

- Tudo bem, isso foi apenas um sonho. Amanhã mando meu currículo pra Rafael. Empresa grande, impossível a gente se encontrar!

Siena tirou a camisola molhada e dormiu profundamente.

O pecado de SienaWhere stories live. Discover now