37. Projeto Servitus

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- Calma, foi só o sensor desativando...

- Ufa... Obrigada Lond alguma coisa! - Ambos deram gargalhadas enquanto Siena deu um beijinho no colar e colocou em seu pescoço.

Ao entrarem, se depararam com o que parecia uma sala extremamente simples apenas com um sofá, uma televisão, uma estante na parede com vários livros e um tapete no chão.

- Não é possível que não tenha nada aqui, Siena... - Disse ele franzindo a testa enquanto procurava por trás da televisão e tentava arrancar a estante até perceber que era grudada na parede.

- Mas é claro que tem. - Ela empurrou o sofá para o lado e para o outro, consequentemente tirando o tapete do lugar e ao tentar arrumá-lo, percebeu um sensor de mão com um botão no chão, embaixo do tapete e apertou ele rapidamente. - Olha isso!!!

A estante se moveu devagar e revelou uma pequena escada de 5 degraus que levava a outra sala rústica enorme, com uma série de gavetas de arquivos dispostas em móveis acoplados nas duas paredes laterais. No canto de cada parede, havia uma coluna Romana em cor branca com betume, que ia do chão ao teto. A iluminação da sala funcionava por sensor de presença, acendendo todas as luzes em tons amarelos assim que Adam e Siena passaram pela porta. No meio da sala, uma mesa redonda de madeira maciça escura com 16 grandes cadeiras tomava conta e no centro da parede de fundo, estava um grande losango em madeira maciça em alto relevo com uma serpente de olhos azul anil.

- Olha isso, Adam!!! A serpente, a serpente de olhos azuis, a mesma serpente da foto da irmã da francesa... - Siena começou a respirar ofegante. - Acho que estou passando mal!

- Escuta, olha pra mim... Você não vai passar mal aqui, ok? - Disse ele tirando a máscara dela e segurando o seu rosto.

Siena respirou fundo e tentou se acalmar, colocou a máscara novamente e começou a procurar. As gavetas eram organizadas por letras e números, a maioria estava trancada, com exceção da letra L, N e uma principal que era um pouco maior que as outras e não possuía nenhuma letra e nenhum número. Ao abrir a gaveta principal, Siena encontrou apenas um folheto comercial com uma foto de banco de imagem de um homem com terno, segurando um globo terrestre nas mãos, no canto inferior se dispunha a logo da SandUp, juntamente com o que parecia ser outra logomarca com um losango e uma serpente de olhos azuis e o texto:

"Projet Servitus

Pourquoi l'amour organique, quand on peut avoir des sbires obsédés?"

- O que isso quer dizer? - Ela tentou traduzir por conta própria repetindo a frase em voz alta. - Você fala francês, o que isso significa?

- Eu falo francês mas você não... Não tô entendendo nada! Tira uma foto e a gente vê isso depois. - Disse Adam. - O mais importante é que você olhe isso...

Adam pegou aleatoriamente uma das pastas da letra L. Uma moça chamada Aruna Caudhari Lohar tinha algumas fotos com uma série de informações que iam desde exames médicos, altura, peso corporal, tipo sanguíneo, quantidade de dentes que ela possuía até parentescos, a última folha estava carimbada no espaço superior direito com os dizeres "inelegível" na cor vermelha.

- Quem é essa? - Perguntou Siena.

- Não faço a menor ideia. Ela é indiana... Pelo visto essas pastas dessa gaveta tem especificações de algumas pessoas. - Respondeu Adam.

- Pega outra! - Disse Siena enfiando a mão e abrindo outras pastas.

- Engraçado que aqui tem a letra L, mas as pessoas não tem nomes que começam com a letra L. - Adam folheava várias pastas de uma vez. - Mahara, Samia, Gioia, Clarissa, Kate... Elas não possuem nem a mesma nacionalidade. E sempre inelegíveis!

O pecado de SienaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora