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Victória 👛

Passei em meio ao auditório, cumprimentando algumas das mães que também estavam ali. Levei o Bê em direção a professora e cumprimentei ela com um abraço, observando a decoração do dia dos pais.

-E esse menino lindo e inteligente da tia? -Agachou pra dar um abraço nele e eu sorri, notando ele coçar os olhinhos. -Vai cantar bem bonito hoje, não vai?

Victória : Mamãe vai estar ali te vendo, tá? Amo você. -Beijei o meu pretinho lindo, que saiu de mão dadas com a professora.

Ajeitei minha bolsa no corpo, e o conjunto branco de blazer e shortinho. Desci as escadas e peguei lugar na primeira fileira, ligando o celular pra discar para o João Pedro, e mais uma vez a ligação caiu na caixa postal.

Respirei fundo e pouco a pouco outras pessoas foram chegando e ocupando os lugares no auditório. Me amarrava total em ser uma mãe novinha, no auge dos meus vinte e quatro, as monas me olhavam de cima em baixo e eu bem plena seguindo o meu direito de ser linda.

Outras eu reconhecia do studio, direto iam fazer botox ou preenchimento comigo, cumprimentava elas e voltava a atenção total pro meu celular.

Anunciaram a turminha do Bê e eu liguei a câmera do celular, ele foi um dos primeiros a entrar e meus olhos se encheram de lágrimas ao ver o meu menino lindo. Sorri, mandando beijo pra ele, que me reconheceu, ficando menos retraído, mas da mesma forma o olhar dele procurou outra pessoa e aquilo me quebrou.

Depois da música teve uma citação de um poema, uma gracinha. Levantei pra aplaudir assim como os outros pais ali e decidi ir em direção ao palco dar um abraço no príncipe mais lindo da minha vida!!!

Mas assim que estava passando pela fileira vi o João Pedro se aproximar do palco e o Bê correr em direção a ele, pra abraçar e entregar a lembrancinha que o colégio havia preparado. Ele pulou direto no colo do João e o meu coração de mãe acalmou no mesmo instante

Jp : Você tava lindo, meu moleque. -Beijou a bochecha dele e eu ajeitei a blusa do Benício no corpo. -E ai, tá tranquila? -Me olhou, me puxando pela cintura e me deu um selinho. -Ta linda.

Victória : Pensei que você não fosse vir, viu quantas vezes eu te liguei? -Perguntei, pelo estresse que me deu por acreditar que teria que explicar pro Benício o motivo do pai dele não ter aparecido.

Jp : Qual foi? Você sabe que eu não ia pisar na bola com ele, não atendi porque o tempo foi corrido, nem vi ligação tua. -Respirei fundo e deixei aquilo de lado. -Bora tirar uma foto com o pai.

Abri a câmera do celular e tirei inúmeras fotos deles, Bê sorria de canto a canto nos braços dos pai e depois eu tirei uma com eles.

Jp : Querem comer em algum lugar? -Perguntou destravando o carro, por eu ter passado a chave pra ele.

Benício : Lanche, papai. -Confesso que eu queria uma jantinha, mas nem falei nada, meu filho estava com vontade de come mac e eu aceitei.

Muitos dias dele sem ver o pai e eu deixei os dois curtirem o tempo deles, era um dos raros momentos que eu via o João sorrir verdadeiramente desde o ocorrido com o Chefe.

Victória : E como ficaram as coisas lá? -Perguntei curiosa, e ele parou pra prestar atenção em mim.

Jp : Tudo certo, tenho novidade, pô, acho que você vai curtir. -Piscou e eu concordei, estimulando com que ele me contasse depois.

Victória : Maitê foi lá em casa um dia desses, disse que queria te ver quando voltasse. -Falei depois de sugar o meu suco.

Jp : Bora passar lá? Trinta minutos. -Confirmei e nós esperamos o Bê terminar de comer. Assim que ele finalizou pegamos caminho pro morro e eu escolhi uma das músicas.

Victória : Filho, já te falei que não pode. -Chamei a atenção do Bê quando ele tentou destravar o cinto da cadeirinha.

João Pedro estacionou e eu fui a primeira a descer, Luana estava sentada na calçada e a Maitê brincando na rua, ela foi logo pro colo do padrinho e eu deixei o Benício ir brincar com as outras crianças ali.

Victória : E ai, como estão as coisas? -Perguntei sentando do lado dela, que apoiou o rosto no meu pescoço.

Luana : Na mesma. -Suspirou. -Mas eu tenho fé que vai melhorar, pouco a pouco. -Confirmei e tentei conversar com ela sobre outros assuntos.

João Pedro estava brincando com as crianças e nós ficamos maior tempo ali, a mãe da Lu chegou com um bolo que havia feito e eu peguei pra comer.

Algumas motos passaram e eu segurei o Bê na calçada, estranhei um pouco do movimento, e logo em seguida um dos meninos passaram correndo, com fuzil na mão. Minha primeira ação foi tampar os olhos do Benício e puxar ele contra o meu corpo.

-Tão invadindo o morro, porra! Todo mundo pra casa. -Passou gritando e o João Pedro gritou ele pelo nome pra entender o que estava acontecendo.

Chamei a Luana, pra entrar com a Maitê e coloquei os dois sentados no chão, fechando as janelas e puxando as cortinas logo em seguida.

Victória : João Pedro! -Bati o meu pé apavorada, pela demora dela e respirei fundo quando ouvir alguns disparos não tão longe.

Benício tampou os ouvidos, como se o barulho incomodasse e eu comecei a rezar baixinho, pedindo pra tudo acabar logo. Ouvir barulho da porta e era o João entrando, e o meu coração aliviou.

Luana : É o que, João?

Jp : Nem os moleques sabem, pô! Papo que tão querendo chegar na boca principal. -Notei na expressão dele que não era só isso e apontei pra cozinha.

Victória : Vou pegar água pra você, Lu. -Levantei e o João veio atrás. -O que foi, hein?

Jp : Disseram que era o Chefe, mas não tô botando fé, parada muita esquisita. Não dá pra alimentar esperança nela.

Fiquei toda arrepiada, mas concordei, levei água pra ela se acalmar e sentei com as crianças no chão.

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