•97•

13.8K 1.4K 384
                                    

+ 50

maratona 3/5

Victória 👛

Desci o morro sentindo as lágrimas no meu rosto e a luz do farol de uma moto bateu no meu rosto, se aproximou e eu vi o Chefe.

Chefe : Sobe ai, te levo la. -Falou e eu chorei ainda mais, igual criança! Eu subi e ele me deixou em casa. -Qual foi, acabou?

Victória : Tudo amigo, tudo! -Falei. -A gente já não tava fluindo há algumas semanas, tava diferente.

Chefe : Pô, o que ele conversou comigo foi parada simples, disse que tava sentindo sua falta, porque você não tava animando mais a subir, ou sair com ele nos teus dias de folga.

Eu concordei com a cabeça e nem falei nada, não sabia que ele tava se sentindo assim porque ele não havia me dito nada. Eu entrei em casa e deitei na minha cama.

Chorei mais que tudo, como nunca chorei antes, parecia que eu estava vivendo um luto eterno, sem fim. Tudo me lembrava ele, tudo! Nossas fotos, plano de fundo do meu celular.

E assim foram passando os dias, ele não me ligou e eu também não, tudo mudou, por completo, minha rotina já não era a mesma e eu sentia muita falta...principalmente por agora eu ser sozinha.

Luana : Ai, fico sem jeito de fazer as coisas, os dois são padrinhos da minha filha. Batizado e aniversário dela ta chegando e vocês assim.

Falou e eu dei um beijo na Tetê, enquanto olhava o mar. Nós havíamos vindo em um resort, no Recreio e desde a hora do almoço estávamos conversando.

Victória : Ele disse, que não vai batizar ela? -Perguntei e ela negou. -Eu também não, meu compromisso com ela continua o mesmo.

Luana : Mas não é a mesma coisa! E a viagem, pra Paraty? -Eu ri pelo nariz e neguei com a cabeça.

Victória : Não tem Lu, porque acabou, simplesmente é isso. Não existe mais eu e o João Pedro...não tava dando, foi a melhor decisão.

Me doía muito falar aquilo, principalmente pela dona Solange, sentia muita falta dela. Deu a tardinha e a Luana disse que precisava subir, mas o Chefe veio buscar ela...e o João estava junto, no banco do passageiro.

Chefe : E ai amiga. -Acenou pra mim e eu sorri pra ele, João me olhou e abriu a porta do carro, vindo na minha direção e eu parei, igual uma estátua, era a primeira vez depois de cinco dias que eu via ele.

Jp : E ai, ta bem? -Perguntou com a voz grossa e eu concordei com a cabeça. -Ta a fim de conversar? -Eu olhei pra baixo, e quando voltei meu olhar pra direção dele o Chefe já havia saído com o carro.

Victória : Tô tranquila, você que decide, se tiver bem pra conversar também. -Falei e ele concordou com a cabeça.

Jp : Não queria que tudo fosse daquela forma, falei de forma errada contigo.

Victória : É. -Respondi. -Acho que nós dois não estávamos bem, pra falar a verdade...

Jp : Você sentiu diferença, nos últimos dias que a gente estava juntos? -Perguntou e eu soltei minha respiração.

Victória : Senti você se afastando só no último dia que a gente se encontrou, você sempre me acostumou de uma forma, me mostrou uma versão sua e do nada, jogou um balde de água gelada em mim...não estava acostumado com aquele João.

Jp : É pô, te entendo. Eu também não estava com a Victória que não curtia mais sair, fazer as coisas comigo. Você sabe, tava chatão, só te via pra te buscar no trabalho, não tava tendo um lance maneiro.

Victória : Você sempre me cobrou te falar quando algo me incomodava, então deveria saber que tinha total abertura pra chegar e conversar comigo...não sabia que você se sentia assim, dessa forma!

Jp : Mas se dois querem, um não pode fazer acontecer sozinho, continuei te chamando e você só negava, virou um bagulho automático. Não dá pra ser assim.

Victória : É. -Enguli em seco. -Talvez seja o momento mesmo, da gente se afastar pra ver se entende. Você não tava feliz, pelo que está dizendo e é complicado, porque eu não percebi...to ocupada demais na garantia de um futuro pra mim. Estamos em momentos diferentes...e tudo mudou um pouquinho, depois daquela questão da mentira. Eu te perdoei, mas pode ser que eu não estivesse pronta, guardei muito receio e perdi um pouco da expectativa, do namorado perfeito que eu criei na minha mente.

Jp : Infelizmente não tem como eu ser perfeito, ninguém...

Victória : Pra mim você era, João! Eu juro! Mesmo com os teus erros, sempre te coloquei em um pedestal...pequei.

Jp : E ta querendo dizer o que, com isso? -Perguntou passando a mão na nuca e eu olhei pra ele.

Victória : Que realmente acabou! É melhor assim, cada um no seu canto, sem cobrança ou algo do tipo...é necessário. -Sequei o meu olho, sentindo uma lágrima aparecer.

Jp : É pô, talvez é isso ai, não quero perder nossas lembranças boas, você sempre vai ser a minha primeira mulher, papo reto! A primeira que eu amei, a primeira que eu tratei como uma princesa...e a única também, você me fez muito feliz nesses anos, minha heroína pra sempre.

Eu ri, lembrando de quando ele foi preso e eu dei o meu depoimento...foi passando uma fita, de coisas na minha mente.

Jp : Posso te dar um abraço? -Eu concordei, chorando horrores e ele me abraçou. -Te amo pra sempre, neguinha.

Victória : Te amo também...

Jp : Pra você, o amor acabou? -Perguntou e eu neguei na hora.

Victória : Nunca! -Respondi.

A gente se despediu e eu fui embora, chorei demais, pior sensação da minha vida, eu simplesmente não sabia o que fazer.

céu e fé. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora