•25•

27.3K 2.1K 517
                                    

Victória 🧿

Peguei um açaí pra mim e fiquei comendo, vendo os dois bonitos conversando altos papos de futebol sem me incluir. Só balançava a cabeça e eles falando como se eu entendesse tudo do assunto.

Deu dez e meia da noite e o Leonardo apareceu, falou um pouco com os meninos, mas logo em seguida me chamou pra ir embora e eu agradeci, porque tava cansada demais, meu corpo tava todo dolorido e eu só queria milha cama.

Victória : Preto, já vou. -Abracei ele pelo pescoço, falando só pra ele ouvir, que deixou de prestar atenção nos meninos. Ele tava na mesa com o Chefe e um outro amigo dele, maneirinho também.

Jp : Marca dez que eu volto. -Falou com eles e levantou. Segurou no meu braço e nós fomos pra parte de fora. -Te vejo de novo quando em? -Passou a mão na minha nuca e eu dei de ombros.

Victória : Te aviso. -Beijei a bochecha dele. -Com as férias fica mais fácil, né. Me fala amanhã como foi a entrevista, ta?

Ele concordou e eu dei um beijo nele, que voltou pra dentro com os meninos e eu desci com o Leonardo pra pegar o carro.

Ele me deixou em casa e como esperado, meus pais não estavam em casa. Fui tomar um banho e vesti um pijama curto, coloquei uma lasanha no micro-ondas e escolhi um filme na Netflix.

Ficou pronto e eu sentei no sofá, fiquei até duas da manhã ali e fui dormir. Acordei no outro dia e eram dez da manhã já. Segunda feira eu não trabalho, só tô indo na autoescola mesmo, mas deixei pra parte da tarde.

Prendi meu cabelo em um coque alto e entrei na sala, vendo os meus pais colocando umas sacolas na mesa ali.

Victória : Aquietaram né. -Beijei minha mãe e fui na direção do meu pai, fazendo o mesmo. Ele segurou meu queixo, virando meu pescoço pro lado e eu gelei na hora.

Rodrigo : Que porra é essa, em Victória? -Passou a mão por cima e eu cumprimi meus lábios, lembrando dos chupões que o João deixou ali. -Não posso te deixar um dia sozinha mesmo, né Victória?

Ele começou a falar e eu sentei na mesa de café da manhã. Ele não parava de reclamar um mini se quer, e eu só querendo fugir daquilo.

Rodrigo : Já passou é da hora de eu conhecer esse cara ai, isso sim. Tô de olho Victória, tô de olho, ta? Essa semana tu não sai de casa, aprender a ser esperta.

Ele saiu da cozinha e restou só eu e minha mãe, ouvi o barulho do portão fechando e ela me encarou.

Sandra : Não sabe o que é corretivo não? -Colocou a mão na cintura. -Tu procura também né garota. -Abriu o pão e eu dei de ombros. -Ele veio aqui em casa?

Victória : Não, subi bom o Leonardo la e acabei me encontrando com ele. -Bebi meu café.

O lance do meu pai era só o ciúmes mesmo. Ele sabia de tudo que eu fazia, mas pagava de sonso pra não achar motivo pra ficar chateado comigo.

Sandra : Ta rendendo mesmo né, pra ter chegado no nível de até tranzar com o garoto. -Falou meio assim, me olhando de lado e eu ri.

Victória : E quem garante isso, em dona Sandra?

Sandra : Tua cara não nega não. Cheia de marca ai, você é muito safada, isso sim. -Gargalhei e terminei de tomar meu café.

Ajudei ela a fazer almoço e arrumei a casa, depois que eu comi fui pra autoescola e fiquei boa parte da tarde la.

Meu pai não tinha chegado em casa quando eu havia saído ainda, e do jeito que ele era ciumento eu tinha certeza que não ia olhar na minha cara tão cedo.

Sai da autoescola e fui virando a esquina, era na zona norte então não era muito longe da minha casa.

Senti duas mãos tampando os meus olhos e o cheiro dele veio no meu nariz na hora. Me virei de frente pra ele, que tirou as mãos do meu rosto.

Jp : Vem toda princesa assim por que, hein? -Me olhou de cima em baixo e eu sorri. Meu cabelo tava solto e eu coloquei um vestido longo de flores, aberto nas costas.

Victória : Tô normal, ue. -Segurei o rosto dele e dei um selinho demorado nele. -E você? Fazendo o que aqui? Como é que foi la?

Jp : Vim te buscar, nega. -Passou a mão no meu cabelo. -E te falar que deu certo, começo amanhã.

Sorri de canto a canto e abracei ele, que beijou minha bochecha. Fiquei super feliz e vi que ele tava também.

Victória : Que bom que deu certo, fico feliz, você merece. -Ele piscou, me agradecendo por ter falado com o meu pai e eu disse que não era nada demais.

João passou a mão pelo meu pescoço e nós fomos na direção da minha casa, conversando sobre coisas do dia a dia mesmo.

Minha casa era em uma das primeiras ruas do Grajaú, assim que a gente chegou paramos em frente ao meu portão e eu gelei toda quando vi o meu pai estacionando o carro, bem na calçada.

Rodrigo : Boa tarde. -Falou meio assim, encarando o João e pegou na mão dele. -Vai demorar muito pra entrar? -Perguntou pra mim e eu neguei com a cabeça. -Entra também, tomar um café com a gente. -Apontou a cabeça pra ele.

Jp : Deixa pra...

Rodrigo : Não, eu faço questão. -Só falou isso e entrou em casa.

Olhei pro João que tava rindo e eu neguei com a cabeça, sorrindo também, mas era de nervoso.

Jp : Puta que pariu em, me fodi legal. -Concordei com a cabeça rindo.

Victória : Ele viu meu pescoço hoje cedo, não ta nem olhando direito na minha cara.

Jp : Te macetei ontem e agora é ele que vai me macetar bonito? -Perguntou assustado. -Não fode, se eu entrar não saio vivo.

Gargalhei mas no final ele entrou, agradeci aos céus quando vi o Leonardo sentado ali. Apresentei o João pra minha mãe e a gata foi toda educada, simpática demais e eu já fiquei mais confortável.

Ela chamou a gente pra comer e nós sentamos nas cadeiras da cozinha. O assunto foi baseado em coisas aleatórias mesmo, minha mãe tava conversando com ele então tava tranquilo.

Mas o meu pai não falava quase nada, as vezes entrava no assunto e só se referiu ao João quando foi pra perguntar sobre a entrevista.

Rodrigo : Emprego é bom. Trabalhei muito tempo la, antes de sair da firma, que bom que deu certo. -Falou meio seco e levantou. -Fica a vontade.

Ele saiu da cozinha indo pra sala e minha mãe olhou pra gente e o  Leonardo riu.

Sandra : É hábito de exclusividade João, pode ficar despreocupado. Daqui a pouco passa.

Concordei e terminei de comer. João falou que teria que ir embora e eu levantei pra ir levar ele na porta.

Rodrigo : Espera ai, João. Viro com você la. -Deixou o celular no sofá e levantou se calçando.

Jp : Esquenta cabeça não...

Rodrigo : Carro ta na rua, faço questão. -Pegou a chave e eu fiquei até nervosa. João só me deu um beijo na bochecha e foi seguindo o meu pai.

Victória : Fudeu. -Falei quando eles saíram e minha mãe e o Leonardo começaram a ri. Sentei no sofá e ali minha morte foi instantânea.

céu e fé. Where stories live. Discover now