41. Um milagre (Parte 2)

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- Vai ficar calado mesmo? Se eu soubesse não teria vindo.

- Me diz uma coisa, Antony. Quando você fez um ménage com Siena, o que ela estava usando?

Antony arregalou os olhos.

- Oh meu Deus, ela te contou? - Perguntou chateado.

- É muito importante pra investigação, Antony.

- Minhas intimidades não são pauta de investigação.

Novamente os dois ficaram calados e assim permaneceram por longos 20 minutos.

- Ela te disse quem era o cara? - Antony quebrou o silêncio.

- Não, mas eu liguei os pauzinhos e descobri quem era.

- Se eu te contar você me diz quem era? - Propôs Antony.

- Vou pensar no seu caso.

- Era um vestido colado preto e com pluminhas... - Antony tentou relembrar. - Ela usava luvas e acho que estava com um salto.

- E o quê mais?

- Só isso!

- Tem certeza? - Insistiu Adam. - Ela não tinha nenhum acessório?

- Bom, não lembro claramente mas acho que usava um colar.

Adam passou a mão no rosto agoniado.

- Quem era o cara, Adam?

- Pede pra o seu segurança liberar a entrada que já chegamos.

Antony deu a ordem e logo abriram os portões da mansão Chaveron.

- Quem era o cara, Adam? - Insistiu novamente.

- Antes de falar, só te peço que seja compreensivo, porque tem algo acontecendo.

- Me fala quem é porra!!!

- É Rafael Baudin, o chefe da Siena.

- É o quê??? - Antony ficou cego de ódio. - O namorado de Lilly?? Como... Como ela teve coragem, Adam?!?

- Tem calma, Antony! - Disse enquanto segurava-o sem muito sucesso para não sair como um furacão pelo estacionamento que levava até o jardim principal. - Se acalma cara.

Antony saiu do carro enfurecido a caminho da mansão e na presença de Adam.

- Ora ora, apareceu a margarida! - Provocou Olavinho aparecendo acompanhado de Gabrielle e Helena Chaveron.

Antony passou enfurecido sem dizer nada.

- Tem que ter cuidado pra não cair nas garras de outro lobo. - Completou o Olavo gargalhando.

- Dá pra parar com isso, Olavinho? - Gabrielle se chateou.

Antony parou os passos.

- O que foi que você falou? - Perguntou furioso.

- Calma, cunhado... Só tô querendo te proteger, mesmo sabendo que você é um guerreiro, já levou muita paulada por trás nessa vida! - O Olavinho voltou a gargalhar antes de ser interrompido por um barulhento soco na cara.

- Oh meu Deus!!! - Gritou Gabrielle.

Em meio aos gritos de Helena e de algumas funcionárias do lar que por ali passavam, Adam conseguiu conter Antony após vários socos em Olavinho, fortes o suficiente para desacordá-lo por alguns segundos.

- Isso não vai ficar assim, seu frutinha do caralho! - Gritava Olavo sangrando no chão amparado por Gabrielle.

- Calma, cara. - Adam o levava pelo corredor de quartos.

- Esse filho da puta merecia!

Ambos entraram no quarto de Antony e Adam esperou até que ele pudesse se acalmar.

- Pelo visto vocês dois não se batem, né?

- Qual é, Adam. Você viu a provocação desse imbecil, ele é uma desgraça nessa família. Há dois anos atrás, as coisas eram menos hostis do que são hoje!

- Esse que é o tal do Olavinho? - Indagou Adam.

- Você já conhecia ele?

- Na verdade escutei sobre ele hoje. Encontrei com os pais dele na estrada, pareceu até algum tipo de milagre, cara. Eu sou bem cético com essas coisas, mas eles que fizeram uma chupeta no meu carro alugado, enfim... Longa história!

- Perai Adam... Algo está errado nessa história.

- Por que?

- O Olavo... Esse arrombado, disse pra gente que os pais tinham morrido em um acidente de jatinho quando viajavam pela Austrália!

- "Impossible"!!! Os encontrei hoje, falaram que ele estava noivo de uma Chaveron, disseram que ele tava por lá semana passada, inclusive. Eles moram em um sítio...

- Quê?

- Sim, são bem simples... O sítio se chama Santa Mônica e fica numa tal Rua dos Milagres, 331.

- Não faço ideia de onde seja, mas estou simplesmente bestificado com tudo isso.

- Mas você nunca conheceu ninguém da família dele? - Perguntou Adam enquanto ligava o notebook de Antony.

- Conhecemos a pilantra da prima dele, Sabrinna, que foi minha ex. Mas é da mesma qualidade dele, não presta, sempre confirmou essa história da queda do jatinho.

- Antony, mudando o assunto completamente. Você sabe qual foi o primeiro site que vazou o seu vídeo? - Indagou Adam.

- Não faço ideia!

- Puta merda, preciso dessa informação e Sartori não me ligou.

O telefone tocou.

- Não me ligou até agora.

Sartori:
Cara, sério... Quero ouvir você dizer assim: Sartori é foda pra caralho!!!

Adam:
Não vou alimentar seu ego assim tão fácil, Sartori. Conseguiu o que pedi?

Sartori:
Mas é claro, o site foi ultraxxgays.com.br e porque eu sou muito foda, já consegui rastrear o IP de quem fez o upload. Precisa de mim pra mais alguma coisa?

Adam:
Não, Sartori. Pode deixar que a partir daqui eu me viro.

Sartori:
Vou enviar pra você por SMS, então. Até mais, cara!

Adam:
Valeu, até mais.

- Quem é esse Sartori que você tanto fala? - Indagou Antony chateado por ser ignorado por causa do telefone pela segunda vez.

- Não é esse Sartori, é essa Sartori. A perita de proteção de dados digitais mais foda que eu já conheci, ela se juntou a mim e meu outro colega que te contei. Enfim, preciso de alguns minutos pra localizar a máquina e o endereço que fez o upload do seu vídeo!

- Ainda não sei porque isso é relevante, Adam.

Antony percebeu que a manhã já havia ido embora, nos últimos tempos os dias pareciam estar mais longos que o normal, mas era só uma percepção de alguém que não estava se alimentando direito e nem conseguia voltar a sua vida ao que era.

- Não pode ser! - Adam interrompeu os devaneios de Antony.

- O que houve?

- Descobri o endereço de quem subiu o seu vídeo na internet.

- Qual endereço?? Fala logo!

- Rua dos Milagres, n°331.

- Foi o Olavo. Filho da puta!

O pecado de SienaWhere stories live. Discover now