Capítulo 12 - Um plano é um plano

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- Narrador -

Não se passando mais de um minuto após a partida de Carlos, ele já havia voltado com o pote A113 em mãos, disfarçando a expressão melancólica em seu rosto.

- Tá aqui, tia Julieta. -

Ele disse enquanto colocava o pote no balcão da mesa da cozinha. A cozinheira agradeceu enquanto pegava o dito pote e então foi direto para as panelas para começar a cozinhar, já Carlos se virou para Camilo com uma expressão séria no rosto e chamou:

- Ei, vem aqui. -

- Nem pensar! -

O gêmeo mais velho respondeu rapidamente, ainda irritado pelo o que aconteceu mais cedo, enquanto cruzava os braços e virava as costas para Carlos. O gêmeo mais novo grunhiu aborrecido e então segurou o braço do mais velho enquanto chamava outra vez:

- Vem logo, é sério! -

Antes que Camilo pudesse responder, ele notou os olhos marejados de Carlos e sua vermelhidão já sabendo que alguma coisa tinha o feito chorar, ou ao menos lacrimejar, ele então se soltou do aperto de seu irmão e abaixou os braços, acenando com a cabeça sinalizando que iria com Carlos.

- Finalmente! -

Carlos exclamou exasperado enquanto segurava o braço de Camilo mais uma vez e então corria junto com ele, indo da cozinha para o quarto da Dolores em menos de um segundo.

Era como um quarto comum: havia uma cama na esquina do quarto, um guarda roupa na outra esquina em frente a cama, uma escrivaninha com um espelho e alguns produtos de beleza em cima na esquina paralela a da cama e uma prateleira mais alta com alguns livros.

¡Dios mio! -

Camilo gritou completamente desorientado e mal conseguindo ficar de pé. Sua visão girava sem parar e ele estava com dificuldade para manter o equilíbrio e nem havia percebido que não estava mais na cozinha, a arrancada super-rápida de Carlos o confundiu completamente, pois seu corpo simplesmente não era feito para suportar tanta velocidade. Enquanto seu irmão se recuperava da viagem, Carlos caminhou calmamente até a porta do quarto e a fechou cuidadosamente, tomando cuidado para fazer o mínimo de barulho possível para que Dolores não pudesse ouvir.

- Precisava disso? -

Camilo perguntou lentamente e ainda um pouco tonto, mas agora bem o suficiente para entender o que estava acontecendo ao seu redor.

- E por que a gente tá no quarto da Dolores? -

- Você é lento demais, e eu quero te mostrar logo isso aqui. Além disso, o quarto da Dolores tem isolamento acústico pra ela dormi em paz sem ter que ouvir nada, então ela não vai nos ouvir já que nenhum som entra ou sai. Agora olha isso. -

Carlos então tirou o caco de vidro do bolso e o mostrou para Camilo, que encarou o objeto com uma mistura de confusão e curiosidade. Por que Carlos o mostrou aquilo? Por que o caco é tão importante? Por que o caco brilha? Por que o Carlos tinha chorado?

- E o que é isso? -

- É uma das visões do tio Bruno. -

Camilo engasgou com as risadas que tentou segurar, ofegando algumas vezes antes de finalmente conseguir rir da declaração de Carlos, que apenas o encarou com a testa franzida.

- Uma visão do tio Bruno? -

Camilo repetiu com descrença e dúvida e um sorriso sarcástico no rosto, tentando pensar em como seu irmão poderia enganá-lo e como aquele caco brilhante lhe serviria para isso. Camilo pensava que aquilo se tratava de uma pegadinha planejada por seu irmão, mas não conseguia pensar em como ele planejava enganá-lo com um caco de vidro brilhante.

O Gêmeo Maligno - PausadoWhere stories live. Discover now