O Gêmeo Maligno - Pausado

Capítulo 5 - Um momento entre irmãos

- Mais tarde | No quarto do Carlos -

- Carlos POV -

Aquilo foi estranho, muito estranho. Faz muito tempo desde a última vez em que eu me senti tão mal daquele jeito, mas o pior é que foi completamente do nada, eu não tive tempo nem de pensar, e isso é no mínimo preocupante. Depois daquele ataque de tosse e daquela tontura esquisita, eu decidi voltar pro meu quarto pra descansar um pouco e então fiquei por lá mesmo, me sentindo estranhamente cansado não importando o quanto eu descansasse. Agora, eu estava apenas deitado na minha cama e com a cara enterrada no meu travesseiro, minha ruana pendurada na cabeceira da cama porque eu fiquei com preguiça de guardar no meu guarda roupa.

- O que tá acontecendo comigo...? -

Eu perguntei com confusão, não conseguindo pensar em nenhum motivo pra ficar tão mal do puro e absoluto nada. Dois segundos depois, eu vi Camilo entrando no meu quarto e se aproximando enquanto eu o encarava de canto de olho, mas com leve aborrecimento.

- Eu já disse pra bater na porta antes de entrar, Camilo. -

- Você quer que eu saia pra bater na porta? -

Com um suspiro aborrecido, eu virei o rosto pra Camilo e então me sentei, colocando minhas pernas pra fora da cama e encarando meu irmão com mau-humor antes de perguntar:

- O que você quer? -

- A cerimônia do Antonio tá quase começando, então a mamá mandou eu te chamar. -

Eu suspirei novamente e depois olhei pra baixo, coçando minha nuca com cansaço enquanto tentava não pensar tanto nessa canseira miserável. Eu fiquei tão cansado que até mesmo tinha me esquecido da cerimônia do Antonio, que droga.

- O que foi? -

Camilo perguntou enquanto se sentava ao meu lado na cama, me encarando com um pouco de preocupação. Ainda olhando pra baixo, não querendo encarar a cara feia do Camilo, eu respondi:

- Eu tô cansado-... -

- Cansado de quê? Você não fez nada o dia inteiro e ainda dormiu a tarde toda. -

- Como se você tivesse feito mais do que eu... -

Eu respondi rapidamente enquanto encarava Camilo com um olhar mal-humorado antes de soltar um bocejo alto. O que eu não faria por um pouco de café quente agora?

- O papá disse que você sabia onde o Antonio tava e foi buscar ele, mas aí você foi pro quarto parecendo meio mal. Tá tudo bem? -

Camilo perguntou calmamente enquanto colocava a mão no meu ombro, parecendo um pouco mais preocupado agora. Meu olhar se suavizou e então eu suspirei, decidindo contar a verdade pro Camilo:

- Eu não sei. Eu tava procurando pelo Antonio e aí comecei a passar mal, então eu vim me deitar pra descansar um pouco. O estranho é que minha porta tava parecendo que ia apagar. -

Os olhos de Camilo se arregalaram e ele me encarou completamente confuso, não sabendo o que falar e apenas gaguejando feito um idiota enquanto tentava falar, o que fez uma expressão levemente aborrecida surgir no meu rosto. Ele faz muito barulho quando fica gaguejando assim, dói nos meus ouvidos.

- Como assim parecendo que ia apagar?! -

Ele perguntou em choque enquanto segurava meus ombros e me balançava pra me fazer falar, mas isso apenas me irritou mais ainda. Eu rapidamente me soltei do aperto de Camilo e então respondi:

- ¡Yo no sé! Só sei que o brilho da minha porta tava ficando mais fraco, como se ela fosse apagar, só isso! -

Camilo começou a olhar pra baixo pensativamente, tentando digerir tudo o que eu tinha dito, obviamente sem sucesso. Sabendo da inteligência desbalanceada do Camilo, eu o tranquilizei dizendo: