Capítulo 4 - A Madrigal mais chata

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- Carlos POV -

Eu comecei a acompanhar Mirabel pra dentro de casa, que estava cheia de pessoas ajudando na decoração pra cerimônia de hoje à noite do Antonio. Tinha flores em todos os lugares, algumas bandeirolas penduradas aqui e ali e uma escada bem no centro do pátio da Casita levando até a porta do Antonio, que já estava brilhando e apenas esperando pra ser aberta enquanto um banner com o nome do meu hermanito ficava pendurado logo acima da porta. A única coisa que realmente me incomoda é a quantidade exagerada de flores, e a pior parte é saber quem colocou todas essas flores aqui.

"Que exagero, mas é de praxe da señorita perfecta. Queria fazer essas flores saírem voando com um vendaval." -

Assim que terminei meu pensamento, fui atingido por uma forte rajada de vento que quase me derrubou ao mesmo tempo em que todo o clima ficava escuro. Eu olhei pra fonte da rajada de vento e vi mamá tendo um ataque de ansiedade, um furacão girando intensamente ao redor dela enquanto o vento levava todas as flores pra longe. Eu não gosto de ver a mamá tendo esses ataques de ansiedade, até porque eu sei como é horrível, mas ver as flores da señorita perfecta indo embora com a ventania é satisfatório e faz um sorriso se abrir no meu rosto. Eu também vi o papá tentando se aproximar da mamá, cobrindo o rosto com os braços pra se proteger da ventaria enquanto tentava acalmar a mamá.

- Querida, sua ventania está levando todas as flores! As flores! -

- Alguém disse "flores"? -

Falando no diabo, ele apareceu no andar de cima comum raio de luz dramático brilhando sobre ele. Usando seu Dom, Isabela cria um par de vinhas e as usa para saltar de onde estava enquanto se balançava e girava no ar, soltando várias pétalas enquanto as pessoas aplaudiam o seu "show" exagerado e lançavam mais e mais elogios para a señorita perfecta, apenas alimentando ainda mais o seu ego miserável. Isabela pousou delicadamente na escada no pátio e então criou um buquê de flores em sua mão, entregando o buquê para a mamá, que agora já tinha se acalmado.

"Pelo menos ela fez uma coisa boa pra variar."  -

Eu pensei comigo mesmo com os braços cruzados sobre o peito e um olhar de desdém no rosto, mas esse olhar de desdém se tornou um olhar irritado quando Isabela jogou seu cabelo propositalmente na cara de Mirabel, que estava ao lado, e encheu o resto dela de flores.

- Um conselho de irmã: se não estivesse tentando tanto não estaria no caminho. -

- Na verdade, Isa, é "ajuda" que chama. E eu não tô no caminho, você que tá! -

Assim que terminou de falar, Mirabel deu de cara com uma palmeira bem na sua frente enquanto Isabela simplesmente a ignorava e se afastava dela, caminhando na minha direção enquanto acenava para todos com um sorriso doce no rosto, mas me encarando com um sorriso venenoso e um olhar de superioridade irritante.

- Olha só quem decidiu sair da cama e ser inútil aqui fora. -

- Bom dia pra você também, Isabela. -

- Já é de tarde, seu preguiçoso. Se você andasse com um relógio no pescoço, igual na sua porta, você saberia disso. -

- É sério? É que seu rosto é tão oleoso que o brilho dele me confundiu, pensei que o Sol ainda tava nascendo. -

- É o melhor que consegue fazer? -

- É o melhor que eu tenho pra você. Você não vale o meu tempo. -

- Não que o seu tempo valha alguma coisa. Você vive correndo de um lado para o outro feito um cão perdido que parece até que nem pensa. Tem certeza que aquela pancada na parede de quando recebeu seu Dom não mexeu com seu cérebro? -

O Gêmeo Maligno - PausadoUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum