Capítulo 20: Dustin Kelleher.

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—Eu disse sem garotas! —Julian resmungou, enquanto atravessávamos o quintal da casa dele até a imensa árvore nos fundos onde tinha uma casa sobre os galhos. Aquilo me fez sorrir, mesmo que ele estivesse resmungando.

—Você não disse "sem garotas". —Victor rebatei, negando com a cabeça quando Julian bufou. —Você disse algo totalmente diferente.

—O que foi que eu disse? —Julian ergueu as sobrancelhas, fazendo Victor me olhar rapidamente e desviar os olhos quando suas bochechas coraram.

—Eu não vou repetir. Você é um idiota. —Victor resmungou, enquanto eu andava atrás dos dois sem entender nada.

—Ei, eu estou aqui sabiam? Estou ouvindo tudo. —Falei, fazendo os dois me olharem por cima do ombro. —Posso ir embora se preferirem.

—Não! —Victor exclamou, fazendo Julian soltar uma risada debochada e começar a subir a escada pra casa da árvore, usando o tronco para se escorar por conta do braço quebrado. Victor passou a mão no rosto, parecendo estar enlouquecendo. —Desculpa, Julian tem ciúmes do castelo encantado dele.

—Eu ouvi isso, seu merdinha. —Julian sibilou da casa da árvore, me fazendo morder o lábio para não rir. —Prefiro ela aqui do que você.

—Claro que prefere. —Victor indicou que eu subisse primeiro.

—Tudo bem, mas não olha. —Ajeitei minha saia azul escuro, vendo Victor virar de costas com uma expressão engraçada no rosto. Comecei a subir, abrindo um sorriso enorme quando entrei na casa e vi toda a decoração que Julian havia feito ali. —Ei, isso é incrível!

—Eu sei. Demorei anos pra deixar do jeito que eu queria. —Julian ajeitou um bonequinho que estava ao lado do seu notebook. —Fique a vontade.

—Você conheceu a Natalie? —Indaguei, me sentando na cama que havia no chão, deixando minha mochila do meu lado. Julian me olhou com a testa franzida. —Foi com o Victor na casa dela hoje, não foi?

—Fui, mas ela não havia chegado ainda quando fomos embora. —Julian afirmou, enquanto Victor subia e fechava o alçapão. —Inclusive, eu me recuso a passar por aquele bosque de novo. Parece que o próprio diabo vai sair de lá a qualquer momento.

—Por isso que eu apelidei aquele lugar de Bosque da Morte. —Victor veio se sentar ao meu lado, enquanto Julian exibia uma careta. Abri espaço pra ele, sentindo minhas mãos soarem de nervosismo e ansiedade quando Victor olhou pra mim e sorriu, antes de puxar seu notebook.

—Bosque da Morte? —Eu ergui as sobrancelhas, vendo Victor dar de ombros e exibir uma expressão inocente. —A Chapeuzinho Vermelha já encontrou o lobo mau?

—Só um policial e uns idiotas usando drogas. —Victor fez uma careta, esfregando as bochechas com uma cara nada boa.

—Muito agradável. —Julian resmungou do seu lugar. —O que vamos fazer primeiro? E-mails ou investigação?

—Vamos começar com o pai da Millie. —Victor puxou seu caderno de dentro da mochila, abrindo em uma parte que estava anotado o nome e o sobrenome de vários Justin, além do endereço de e-mail e o telefone. —Quanto mais rápido enviarmos os e-mails, mais rápido eles vão responder.

—Você conseguiu até o telefone deles. —Comentei, colocando a ponta do dedo sobre os números.

—O telefone? Ele tem até o endereço dos caras. Se duvidar sabe até o número da cueca deles. —Julian exclamou, me fazendo soltar uma gargalhada enquanto Victor revirava os olhos e mostrava o dedo do meio pra ele.

—Tudo bem, o que acha que deveríamos escrever? —Victor abriu o próprio e-mail, adicionando o endereço eletrônico do primeiro.

Puxei aquele caderno, observando os vários nomes que haviam ali, percebendo que um deles provavelmente era meu pai. Meu coração acelerou com a possibilidade de encontramos ele, enquanto algo se agitava no meu interior.

—Você ainda tem aquela foto do jornal que te dei? —Indaguei, vendo Victor franzir a testa e puxar a mesma de dentro daquele mesmo caderno. —Ótimo, podemos mandar essa foto, com o rosto do meu pai circulado. Então perguntar se eles tiveram em Atlanta a 17 anos atrás e se por acaso é o cara da foto.

—Excelente ideia, vampirinha. —Victor piscou pra mim, enquanto eu soltava uma risada ao ouvi-lo me chamar daquele jeito, ao mesmo tempo que meu estomago se enchia de borboletas.

[...]

Quase gritei de felicidade quando Victor enviou o último e-mail, depois de passarmos duas horas inteira copiando a mesma mensagem em todos os e-mails e anexando a foto. Aquilo deveria reduzir o número de opções, já que era impossível que mais de 10 caras chamados Justin tenham estado em Atlanta na mesma época que meu pai.

—Cara, todo esse trabalho me deu fome. —Julian passou a mão na barriga, fazendo Victor soltar uma risada.

—A única coisa que você fez foi digitalizar a foto, o trabalho maior foi meu.

—O hacker aqui é você, meu querido, não eu. —Julian apontou para si mesmo, antes de se levantar e ir até o alçapão. —Agora vamos a missão investigação?

—Falou o cara que estava me julgando mais cedo por querer fazer isso. —Victor lançou um olhar julgador a Julian, que abriu um sorrisinho inocente e deu de ombros. —Tudo bem, vamos ver o que descobrimos.

Victor pesquisou o nome dela na internet, procurando redes sociais e absolutamente qualquer coisa que pudesse encontrar. Quando não encontrou nada ele balançou a cabeça negativamente, parecendo super concentrado quando entrou em um site da polícia de Nova York.

—O que está fazendo? Pensei que íamos pesquisar sobre ela. —Julian afirmou, parecendo tão confuso quanto eu.

—Sim, mas pensa comigo, se ela estiver mesmo se escondendo de alguém, com certeza não vamos encontrar nome, endereço, número de telefone e qualquer outra coisa dela pela internet. —Victor começou a digitar vários códigos no site, enquanto eu erguia minhas sobrancelhas e fazia uma careta. —E se a pessoa está presa e possivelmente atrás dela, alguma ligação eles tem. Então vou entrar no sistema da polícia de Nova York e procurar pelo nome dela nos registros.

—Você vai invadir a porcaria do sistema da polícia na minha casa da árvore? —Julian soltou um grunhido de indignação. —Se der merda...

—Não vai dar merda. —Victor revirou os olhos, mas continuou o que estava fazendo. —Apenas observe a mágica.

Ele entrou em uma página com o símbolo da polícia, fazendo Julian murmurar um palavrão do outro lado, enquanto eu observava tudo fascinada com a facilidade dele em fazer tudo aquilo. Ele pesquisou o nome de Natalie em uma aba, fazendo Julian ficar mudo quando a página começou a carregar.

Puta que pariu! —Julian soltou assim que a ficha policial de um cara apareceu no meio da tela.

—Dustin Kelleher. —Eu li o nome, girando o rosto para ver a expressão séria de Victor quando clicou na ficha do cara, parecendo um pouco tenso quando começou a ler em voz alta as acusações que haviam levado Dustin para trás das grades.


Continua...

Como conquistar Victor Summer / Vol. 3Where stories live. Discover now