Capítulo 36 - Aceitação.

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N/A: boaaa noiteeeee (bom dia ou boa tarde) genteeee!! Só passando pra avisar que, quem não tenha visto, Em Outra Vida, Talves? já está na reta final, e como eu estou com todos os capítulos escritos comigo, vou ir soltando ele nesse fim de semana, então fiquem de olho que todos serão publicados entre o sábado e domingo. E, inclusive, esse costumo é bem pequeno, porque irei postar o outro amanhã.

Era isso, espero que estejam gostando, bjsssss :)

"Você escreveu 100 cartas só para mimE eu as encontro no meu armário nos bolsos do meu jeansAgora eu sou constantemente lembrada de quando eu tinha 19Todas esquecidas em uma máquina de lavanderia— Halsey"

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"Você escreveu 100 cartas só para mim
E eu as encontro no meu armário nos bolsos do meu jeans
Agora eu sou constantemente lembrada de quando eu tinha 19
Todas esquecidas em uma máquina de lavanderia
— Halsey".

Todas aquelas cartas foram entregues a mim quando Lauren retornou, algumas semanas antes de terminarmos. Não as abri após, e agora, as lendo, eu comprovo o que já pensava. Exagero adolescente. Ela sempre me amou, ainda me ama, e, desde os 17, tinha vontade de criar uma família comigo, mesmo que, em sua fantasia, tenha sido um cachorro e não uma criança de verdade.

Eu sorrio ao perceber que aquela carta foi quase uma profecia do que realmente aconteceu, com alterações em poucas partes. E sorrio mais ainda ao ver, embaixo de alguns presentes feitos a mão, a foto da primeira carta que me fez derramar algumas lágrimas.

Dante e Camila.

Quando vi aquela imagem e li seu relato, na época, acho que chorei tanto quanto Lauren comentou que fizera, e ela teve de me consolar. Chegamos a prometer que seríamos uma nova versão de Dante e Camila, que estaríamos sempre ali uma para a outra, mesmo nos momentos mais difíceis.

— Só demos uma pausa... – eu sussurro comigo mesma, acariciando a imagem de Dante com o polegar.

Ambos eram bem velhinhos, com cabelos grisalhos e ralos. Dante usava óculos, era baixinho e magrinho, assim como Camila. E, na imagem, Dante havia acabado de se abaixar, e tinha um dos sorrisos mais sinceros que já vi em toda minha vida no rosto, Camila estava com a boca aberta, surpresa, mas conseguia-se enxergar a felicidade atravéz do seu olhar. O cenário das árvores vivas, com as raizes tão grandes que saiam para fora da terra deixava a imagem ainda mais bonita.

Neste momento da minha vida, Lauren estava sendo meu Dante.

Como aquelas cartas estão se espelhando tanto na nossa situação atual? Isso me reconfortava, por um lado, afinal, Lauren ainda pensava o mesmo, o que me garantia que não seria um sentimento e nem uma decisão passageira.

Eu deixo as cartas de lado por um instante, e engatinho até sair da cama. Paro em frente ao espelho, para encarar meu reflexo, e, mais especificadamente, minha barriga. Não havia alteração nenhuma, mas, de alguma forma, eu conseguia sentir que havia algo ali dentro. Eu viro de lado, e repouso uma mão na barriga, oferecendo um carinho leve.

Seria eu capaz de ser uma mãe melhor que a minha? Seria eu capaz de amar alguém que nem conheço indondicionalmente?

Eu não sei, mas acho que estou disposta a tentar. Afinal, estaríamos criando a família que eu sempre sonhei, substituindo um animalzinho por um bebê.

Não era tão assustador assim, era? O que estava dentro de mim não era tão assustador assim.

Eu poderia ser melhor que minha mãe. Eu precisava ser melhor que a minha mãe. Como esse bebê se sentiria se soubesse que eu o rejeitei em algum momento? Como ele se sentiria sabendo que a própria pessoa que está o gerando não o aceitou?
Eu sei a sensação de olhar para o olho da sua própria mãe e sentir vergonha e desprezo, sei o quanto isso dói. Sei a marca que se carrega para sempre por causa disso. Sei o rio de dinheiro que você precisa gastar na terapia para sanar traumas implantados pela sua própria mãe. Sei como é ter crises ao se olhar no espelho e refletir que, se até sua mãe não te ama, quem irá te amar? Sei o que é se olhar no espelho e se perguntar se você era mesmo digna de amor por causa de uma filha da puta que se diz mãe.

Não quero que esse ser dentro de mim tenha nenhum desses sentimentos. Não posso deixar isso acontecer.

— Você vai crescer sem pai – eu sussurro, é estranho ter a sensação de que não estou sozinha nessa casa e nem nesse corpo para estar falando sozinha, mesmo que nessa fase, o bebê não passe de um feto em formação –, mas vai ter uma possível outra mãe que já te aceitou antes mesmo de mim. Não vou mentir, ainda não te aceitei completamente, mas eu prometo que vou dar meu melhor pra isso, tenho as melhores pessoas ao meu lado.

Eu acaricio a parte baixa da minha barriga, antes de aceitar aquilo ao ponto de pegar meu telefone e discar o número de Dinah. Leva três toques pra ela atender.

— Oi, Mila – há som de trânsito do outro lado. – Você me ligou na hora que eu estava pensando em você e em ir na sua casa amanhã, vou sair mais cedo do trabalho.

— Preciso te contar algo – digo, sem enrolações.

— Está super tarde, o que você tem que me contar a essas horas da noite? – Ela faz uma pausa. – Já vou logo avisando que não quero ouvir suas sapecagens com Lauren.

— Estou grávida.

Em Outra Vida, Talvez?Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum