Capítulo 30 - Tormenta.

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"Tudo o que você sempre sonhouDesaparece quando você acordaMas não precisa ter medoMesmo quando a noite mudarEla jamais mudará você e eu— One Direction"

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"Tudo o que você sempre sonhou
Desaparece quando você acorda
Mas não precisa ter medo
Mesmo quando a noite mudar
Ela jamais mudará você e eu
— One Direction".

Acho que a doutora não esperava que ficassemos em um silêncio absoluto quando revela o que eu desejava com todas as forças que fosse fruto da minha imaginação. Ela nos olha por cima dos óculos, e tenho certeza que todas nós estávamos com a boca aberta, chocadas.

— Perdão – eu consigo empurrar a voz para fora –, você disse que eu estou o quê?

Ela nos olha confusa, e só após alguns segundos, se toca do que está acontecendo.

— Oh, desculpem-me, eu pensei que vocês já soubessem – ela sorri, um pouco sem graça. – Você está grávida de seis semanas, Camila.

E então, acontece. Sabe aquele momento em que parece que o mundo desaba sob seus pés e te joga em uma queda infinita? É assim que me sinto agora.  

Minha única reação é olhar para Lauren, e acho que ela sente meu olhar, pois vira pra mim, aparentando estar tão chocada quanto eu.

— Como assim? – Acho que Sofia é a única que não está atordoada com a revelação, porque, embora eu não esteja muito apurada nos detalhes desse momento, sua voz está bem calma.

— Você não notou o atraso menstrual, Camila? – Ela me questiona. – Você chegou a me informar que teve uma queda de pressão hoje mais cedo, enjôo a alguns dias atrás. São todos sintomas de gravidez.

Meu coração quer saltar pela boca. O enjôo com o café da manhã, a queda súbita de pressão, e agora esse desmaio. E, além de tudo, eu não menstruei no mês passado. Como eu não juntei uma peça na outra?

— Quando foi a última vez que você teve relações sexuais desprotegidas? – A Drta. me questiona, e eu já estou inconformada o suficiente para querer sair andando sem responder absolutamente nada, mas minhas pernas não deixam.

— Faz cerca de um mês e algumas semanas – outra vez, meu coração aperta com a resposta que eu mesma dei. – Mas eu tomo anticoncepcional, e tenho certeza que não deixei de tomar nenhum dia sequer. Inclusive, eu não me preocupei com o atraso porque pensei que fosse por causa disso.

Estou na esperança de que ela diga que há um engano, que ela pegou a ficha de outra pessoa. Que eu não tenho um feto de uma pessoa que eu não queria mais ter nenhuma lembrança na minha barriga.

— Infelizmente, embora seja importante, nenhum método mais acessível é 100% eficaz, Camila – ela não tem um tom de dó ou lamento enquanto acaba com a minha vida, como se já fosse sua rotina. – O exame de sangue comprovou a gestação, e chegamos a repeti-lo para termos certeza.

Minha queda se torna finita, e eu sinto que alcancei o chão e o impacto fez um estrondo dentro de mim. Não ouço mais nada que a doutora fala, e tudo que consigo é levar a mão até a boca, não acreditando no que me foi revelado. Nem mesmo as lágrimas conseguem descer.

Em Outra Vida, Talvez?Kde žijí příběhy. Začni objevovat