066 - POV RACHEL

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— Mamãe? - pergunto assim que ela entra no quarto — Não achei que viria tão rápido assim.

— Eu peguei o jatinho do tios do Tom, aliás, peça obrigado para eles Tom - ela diz se virando para ele.

Tom se levanta da cama nos dando espaço, minha mãe caminha até mim com um olhar compreensivo, mamãe sabe quando tem algo errado comigo e apenas acena com a cabeça.

— Queria, como está se sentindo? - ela pergunta me abraçando.

— Estou me sentindo bem - eu respondo quando nos afastamos. Tom permanece aos pés da cama, parecendo tenso na presença da minha mãe.

— Ela tomou algumas horas de soro. - Tom murmura e o encaro — Ela estava muito pálida quando cheguei - conta para minha mãe, traidor — E o médico disse que ela não comeu desde quando acordou.

— X9 morre cedo sabia, Tom? - digo franzindo o nariz e ele dá um sorriso de canto.

— Você jaja está melhor, meu amor. - ela diz me olhando carinhosamente — Você pode ir agora - ela se vira para Tom.

— Mãe! - a repreendo

— O que? Estou aqui para te fazer companhia, a não ser que ele queira ficar. - diz o encarando.

— Bom, acho que ele tem os compromissos da banda para cumprir. Não quero atrapalhar você Tom. - digo

Tom hesita me olhando como se quisesse me dizer alguma coisa, porém o vejo engolindo essa vontade, preferindo apenas dar um aceno. Ainda há uma mágoa muito grande entre nós dois, uma conversa palpável entre os olhares quê dirigimos um ao outro pode dizer muita coisa, mas ainda precisamos de tempo.

— É, acho melhor eu ir. - Tom fala baixinho como se não quisesse ir de fato — Mas podem me ligar se precisarem de algo... eu não sei o que posso fazer para ajudar, mas estou aqui - afirma

— Obrigada por vir - agradeço e ele apenas sorri.

— Vou acompanhá-lo até o elevador. — Minha mãe diz o seguindo até o lado de fora do quarto.

POV TOM

Sinto a tensão nos ombros da Sr Harris assim que saímos do quarto, essa mulher me viu nascer, passei praticamente todos os finais de semana da minha vida em sua casa, me conhece como ninguém e é melhor amiga da minha mãe. E agora, provavelmente perdi sua confiança depois que magoei Rachel e bom, acho que mereço isso de certa forma.

— Como se sente? - ela me pergunta. — Sabendo que poderia ter sido pai? - ela completa quando a encaro confuso

— Honestamente? Quando descobri eu não fazia ideia de como me sentir, no momento eu fiquei com muita raiva da Rachel porquê ela não quis nem me contar, mas agora eu entendo que mesmo se soubesse eu não iria interferir na decisão dela de abortar. - respiro fundo quando sinto o bolo em minha garganta quando lembro desse dia — Mas eu pensei muito nesse tempo que estamos afastados, e ela fez o que é melhor para ela e eu não tenho que opinar, apenas gostaria de ter sido avisado.

— Vocês terão tempo para pensar sobre isso. Acho que nenhum dos dois pensava que isso poderia acontecer e não é justo cobrar que tenham uma postura sobre isso. - ela me tranquiliza com o olhar, como sempre fez. — E fico feliz que tem consciência de tudo que aconteceu, e o que causaram um ao outro.

— Eu a magoei, mas não queria isso. Rachel sempre foi a melhor coisa que me acontece desde quando éramos apenas amigos, mas eu acho que fomos pessoas erradas na hora errada na vida um do outro.

— Vocês são jovens demais para pensarem sobre isso, na vida não tem essa sobre pessoa certa ou errada - ela diz tranquilamente — Você faz a pessoa ser a pessoa certa e fazemos dela nossa pelo resto da vida, o destino apenas move alguns pauzinhos, o resto é com vocês dois. Sempre estiveram juntos desde que se entendem por gente e passaram a criar um carinho a mais e isso não é errado, essa é a melhor forma de nascer um amor e eu nunca vi um amor tão lindo como o de vocês. - ela diz e sinto meus olhos encherem de água.

Fico em silêncio enquanto as palavras da Sr Harris martelam em minha cabeça e ela tem razão, não existe pessoa certa ou errada, nos fazemos a pessoa ser a pessoa certa para nossa vida.

— Acho melhor você ir - ela diz apontando para o elevador aberto — Qualquer coisa eu te ligo, não se preocupe Tom. - ela dá um beijo em minha bochecha e volta ao quarto da Rachel enquanto entro no elevador

(Passagem de tempo)

Faz dez dias que estou em São Francisco, ando conversando com a Rachel por mensagem diariamente, mensagens curtas para saber como está, mas mesmo assim é um grande passo para nós dois.

Tom: Acabei de chegar no hotel - mando sms para Rachel

Rachel: Oi, como foi a reunião?

Tom: O mesmo de sempre, fechamos contrato com a Warner Music, a reunião foi na Alemanha mas somente eu não pude estar presente.

Rachel: Ainda acho que estou te atrapalhando, já disse que estou melhor, Tom.

Sinto que nesse momento ela está revirando os olhos por eu ser tão teimoso e não ter voltado para Alemanha quando me pediu, há nove dias atrás.

Tom: Estava pensando se não quer ir jantar comigo essa noite. Podemos ir no seu restaurante favorito por aqui.

Rachel: Provavelmente seria difícil conseguir uma reserva no Sushi KTCH, é meio concorrido nas reservas, mas podemos tentar.

Tom: Posso tentar uma reserva para nós dois.
Tom: Isso foi um sim?

Rachel: Talvez... algo mais reservado. Não quero estar na mídia depois de tudo que aconteceu.

Tom: Podemos ir em outra oportunidade podemos ir. Irei ver algo mais reservado, somente esteja pronta às sete, o que acha?

Rachel: Acho perfeito

Não consigo conter o sorriso em meu rosto, ela topou sair comigo, somente nós dois. Algo reservado e bom, parece que ela aceitou sair em um encontro comigo e isso sim parece perfeito.

My boyfriend | Tom KaulitzWhere stories live. Discover now