Uncontrollable

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Olá! Queria agradecer e dizer que chegamos à marca de 5,5K de leituras! Obrigada por isso, vocês são demais!

Acho que é a partir daqui que terão surtos e respostas para as diversas teorias de vocês (as quais faço questão de ler uma por uma, sério, adoro os comentários).

Esse capítulo é dedicado à uma pessoa em específico: a mulher mais boiola do mundo; Flávia, esse é para você.

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Narrador POV

"29 de maio de 2021 - Palo Alto, Califórnia

Pânico.

Esse era o único sentimento que podia ser sentido e observado dentro da sala de língua grega naquela noite de sábado. Apenas uma das lâmpadas brilhantes no teto estava acesa, dando a visão parcial da sala para os olhos de uma única pessoa dentro dela. A garota sentada na cadeira acolchoada - destinada ao profissional de ensino - apertava a mesa de madeira com força, na tentativa de eliminar a crescente sensação de crise de ansiedade em seu corpo.

Seu estômago estava embrulhado em um nível que sentia que iria vomitar a qualquer segundo, o que a fazia engolir em seco sobre o nó incômodo em sua garganta. As unhas postiças raspavam contra o material escuro do móvel, criando um barulho terrível que, no momento, não parecia incomoda-la. Seus olhos castanhos estavam arregalados em alerta, procurando na sala alguma fonte de distração enquanto esperava a ligação de aviso que, provavelmente, não tardaria a acontecer.

Em cima da mesa, a alguns centímetros de onde suas unhas raspavam, a faca de tamanho médio esperava pacientemente o momento de ser segurada e utilizada. Sua base na cor marrom escuro era bonita, tendo pequenas granulações brilhantes entre o preto e o marrom claro; lembrando o que o objeto e a garota representavam: a terra. Sua lâmina perfeitamente afiada era tão bem polida que se parecia com um espelho, fazendo a arma poderosa se portar de maneira ainda mais voraz e esplendorosa.

A loira observava as pinturas nas paredes brancas, lendo e relendo os textos que explicavam as histórias da mitologia grega entre as caricaturas de Zeus, Poseidon e todos os Deuses mais famosos. Qualquer coisa que prendesse sua atenção por mais de um segundo era importante, já que seu coração bombeava tão rápido contra seu peito que acreditava estar à beira de um infarto. Apesar de evitar olhar na direção do iPhone de última geração ao seu lado, seus olhos traiçoeiros faziam esse trabalho de forma inconsciente, esperando a grande ligação que, àquela altura, demorava mais que o necessário.

Entre um longo suspiro e mais uma engolida em seco, os dois toques suaves na porta a alguns passos de si a assustou completamente, fazendo-a levar a mão ao coração instintivamente. Franziu o cenho para a ideia da pessoa que havia batido, não entendendo o porquê de ter ido até ali e não apenas ligado.

— Posso entrar? - A voz masculina perguntou em sua usual forma gentil de dizer, esperando pacientemente a concessão de sua entrada pela pessoa dentro da sala.

A resposta não veio verbalmente, para a surpresa do garoto que estava com a mão na maçaneta da porta. Do lado de dentro, a loira finalmente puxou a faca consigo, segurando-a com a mão direita enquanto guardava seu celular em seu bolso traseiro com a mão livre. Seus passos foram rápidos até a porta, não tardando a esticar seu braço esquerdo até o interruptor na parede e desligar a luz que dava a claridade para o local, para logo depois girar a maçaneta com precisão e colocar seus olhos castanhos no garoto à sua frente.

Seu olhar foi ágil em encontrar o rosto de seu melhor amigo, esse que encarava-a com afeto e preocupação. Descendo ainda mais sua atenção, pôde notar que o loiro também segurava sua própria faca em sua mão direita, a qual brilhava em um tom chamativo de azul escuro em sua base. Ao subir seu olhar novamente, passando dessa vez pela cabeça do garoto que deu um passo para o lado no objetivo de dar passagem para si, sua atenção foi puxada para a câmera de segurança apontada para os dois na parede oposta; observando que o sinal vermelho que indicava que estava gravando, dessa vez, estava apagado.

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