Capito 55 - Na sede do FBI

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Paris Price

- Você estava errado. - Invado a cozinha, saltando animada até a bancada, onde Leonardo toma seu café. Abraço-o pelas costas, erguendo meu celular na altura dos seus olhos. - Ele terminou com a Alejandra, olha!

Leonardo afasta um pouco o celular do rosto, tentando ler o que a mensagem dizia. Só então percebo que ele tinha problemas de vista.

- "Tirei minha aliança..." - Resmunga as palavras que lê na mensagem que Sebastian me enviara na noite anterior. - Ham... que bosta! - Retorce o nariz. - Isso não significa absolutamente nada, Paris.

- Ai, Leo... - Me afasto, recostando na pedra do balcão. - Será que pode, pelo menos, fingir ficar feliz por mim?

Um sorriso se forma no meio de sua careta de nojo.

- Eu to feliz por você! - Toca minhas bochechas em uma carícia rápida.

- Não ta convencido, né?!

- Honestamente? - Suspira - Não! E você também não deveria estar.

- Por que tem que ser tão pessimista? Ta agindo como meu pai. - Bufo, cruzando meus braços como uma criança birrenta.

- Porque eu conheço o mundo a muito mais tempo que você, Paris. Não estou sendo pessimista, estou sendo realista.

Reviro meus olhos, fugindo de olha-lo.

- Ta errado, Leonardo. E vai ter que me pedir desculpas por isso!

Saio andando de volta ao quarto, desanimada, me perguntando o que eu tinha feito para merecer tantos problemas. Nem mesmo a única parcela de felicidade que eu tive nos últimos dias, estava sendo feliz agora. A minha vida parecia andar para trás, cada dia mais baixo.

Talvez eu estivesse pagando todos os meus pecados, toda minha arrogância e prepotência. Dizem que se colhe aquilo que se planta... Como eu poderia ter bons frutos se a vida inteira fui cercada pela discórdia?

(...)

De volta ao quarto, ao invés de voltar a me deitar, como meu corpo insistia que eu fizesse, decido tomar um banho e me ajeitar para sair. Talvez eu não devesse colocar os pés em uma delegacia, a chance de eu acabar ficando por lá também era enorme, mas como eu deixaria de dar ao meu avô um pouco de apoio? Eu precisava saber do seu estado de saúde, e principalmente, eu precisava entender como tudo aconteceu.

Eu era uma pessoa extravagante, gostava de estar bem vestida e de dispor de certos luxos, mas, pela primeira vez, eu precisei ser discreta e não chamar atenção para os meus bens. Se antes eu combinava o carro com a cor da roupa, hoje eu precisaria reaprender a chamar um táxi. Joias, nem pensar, as poucas bolsas que me restaram foram substituídas por uma carteira de mão. Os sapatos laboutin viraram um basico tênis da Gucci, era o mais barato que eu tinha, e as roupa da prada, um jeans da Levi's, junto de uma camisa preta e sem marca que achei no closet do Leonardo.

- Eu to horrivel... - Resmungo, me olhando no espelho, enquanto tento fazer um rabo de cavalo, mas parecia ficar cada vez pior. - Infelizmente ta perfeito para a ocasião. - Bufo, antes de pegar minha carteira sobre a cama e sair porta a fora.

Pegar um táxi vazio na cidade mais movimentada do mundo fora realmente um desafio, todos pareciam, simplesmente, ocupados, como se as pessoas tivessem decidido sair no mesmo horário que eu de propósito.

O trânsito era infernal, buzinas, ciclistas invadindo a pista, freadas bruscas que me faziam saltar no banco e um motorista latino que xingava em espanhol toda vez que era fechado por outro carro.

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Where stories live. Discover now