Capitulo 19 - Uma noite de terror

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- Foi muito bom conhecer melhor o Alffie. - Sebastian fala, enquanto atravessávamos a rua. Rio da forma como ele o chama. - Ele parece te amar muito!

- É, ele ama! - Concordo - Alfred me criou, praticamente, junto dos meus pais. Mas desde a morte da minha mãe, ele passou a cuidar de mim sozinho. Meu pai meio que não quis mais saber de mim...

- Acho que talvez você o lembre dela, deve ser doloroso pra ele também... - Abre a porta do carro, me dando passagem. - Pensa, você ama vinho, sua mãe ama vinho, você é apaixonada por festas de casamentos, sua mãe também era. Fora que você e seu pai não são muito parecidos fisicamente, arrisco dizer que você e sua mãe eram muito iguais, vi uma foto dela na Price's...

- Besteira, se fosse por isso, ele não teria se casado com a melhor amiga dela com menos de um ano de morte.

- Ele pisou na bola. Mas não significa que não te ame...

- Para de defender o meu pai, Sebastian, eu tava começando a suportar você! - Reviro os meus olhos e me sento no banco carona.

- Não to defendendo, Paris, eu só...

Puxo a porta com força, fazendo ele se afastar antes que acertasse seus dedos, porque ele sabia que eu era louca o suficiente para fazer isso!

Óbvio que ele ia estragar tudo!

•◦இ•◦

Voltamos para Manhattan em silêncio, ele não se atreveu a tentar falar comigo, sabendo que eu estava irritada com a forma como ele tentou justificar as atrocidades do meu pai. Não dava para estar dos dois lados ao mesmo tempo, qualquer um que se atravesse a defende-lo, automaticamente estava contra mim. Pensei que tivéssemos tendo uma troca legal na casa do Alfred, mas era óbvio que me enganei, Sebastian era só mais um homem como todos os outros homens, o que mais eu podia esperar de um cara?

- Você pode me deixa na Price's, por favor! - Quebro o silêncio, assim que atravessamos a ponte.

- Essa hora? - Vira-se os olhos para mim, tirando sua atenção do trânsito.

- Meu carro está lá...

- Posso te pegar em casa amanhã, para resolvermos a questão da boate...

- Não! Amanhã eu te encontro no local, não preciso de carona. - Respondo ríspida, tirando meus olhos do seu e focando no pára-brisa.

- E como vai subir todas essas caixas sozinha? - Aponta com a cabeça, para o banco de trás do carro, onde estava o restante de canapés e bem casados, havia centenas deles.

- Não vou subir. Vou distribuindo pelo caminho, o que mais tem em Nova York são pessoas com fome, não sei se percebeu!

- E vai distribuir caviar pra morador de rua?

- Qual problema? - Franzo minhas sobrancelhas, voltando a olha-lo - Só porque são moradores de rua, não podem comer a mesma comida que nós?

- Não foi isso que eu quis dizer, Paris... é só que... Não é muito comum doar canapés de caviar...

- E o que eu deveria distribuir? Marmita com purê de batata e milho cozido? - Rio, desacreditada. - Acha que pobre só tem necessidade do básico? Acha que caridade é só dar o que o outro precisa para sobreviver? As pessoas também tem necessidades fúteis, Sebastian. Olha esse carro seu... isso é viver, não sobreviver! O que mais tem, é gente distribuindo casaco velho e macarrão com carne. Desculpa, mas eu não dou ao outro o que não serve pra mim, só porque ele é pobre.

Ele sorri, negando com a cabeça.

- Eu acabei de tomar uma lição de moral da garota mais patricinha que eu já conheci na minha vida!

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Onde histórias criam vida. Descubra agora