Capitulo 44'- O grito da morte

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Quando chego em meu quarto, sou dominada pela raiva. Bato a porta sem me preocupar se pegaria nas pessoas logo atrás de mim, minhas mãos funcionavam por conta própria, esbarrando nos objetos que eu, propositalmente, arremessava no chão. Estava dominada pela ira, cega de ódio, confusa com tudo o que estava acontecendo. Era óbvio que me queriam longe de tudo, estava muito claro para mim que mãe e filho estavam juntos no objetivo de destruir o nome dos Price's. E esse não era o único esforço deles, de quebra, me queriam longe do Sebastian. Claro que Alejandra já havia desconfiado de nós e Elena estava ajudando-a a me afastar. Não é possível que eu estivesse imaginando tudo aquilo.

Entro em meu closet, derrubando os sapatos das prateleiras, que caíam todos no chão, fazendo um barulho estridente por conta dos saltos. As mãos de Chace tentam me segurar, mas a raiva me tornava forte o bastante para conseguir me esquivar do seu toque com muita facilidade. O choro já escorria por todo meu rosto e a dor dominava o meu peito. Eu me sentia tão frágil e pequena diante de toda aquela sujeirada que tentavam fazer...

- Rose, para! - Mais uma tentativa de me tocar, frustrada por uma bolsa que arremesso em sua direção, batendo no meio de seu peito.

- Pessoas boas só se fodem. Agora, aquele idiota vai passar a tarde catando a minha bagunça. - Puxo as camisas do cabide, jogando todas no chão, quando me lembro do mordomo mentindo, olhando em meus olhos.

(...)

Parto em direção ao banheiro, procurando por algo que servisse para sujar o chão. Aperto um vidro de hidratante, que Chace tenta impedir, e acaba sujando as mãos.

- Também vai ter que limpar o meu banheiro! - Agarro um vidro de perfume e arremesso contra parede, fazendo com que o vidro despedaçasse e o cheiro exalasse por todo ambiente. O cheiro de álcool domina minhas narinas, mas eu ignoro, enquanto decido rabiscar o espelho com um batom vermelho.

O mundo havia me virado as costas, ninguém enxergava a minha dor. Eu perdi a minha mãe, o meu pai e também o meu avô, os mortos não podiam me ajudar e os vivos se negavam a me enxergar. Eu não sabia o que tinha feito para merecer todas aquelas coisas, porque estavam sendo tão ruins comigo, por maior ódio que eu tivesse da Elena, nunca tentei estragar a sua vida, como ela tentava fazer com a minha.

E ainda tinha o Chace, o cara que eu acreditei que ficaria comigo, também havia me virado as costas, como todos os outros sempre faziam. Todo mundo era comprado pelas palavras suaves e olhar de sereno de Elena e sua cria. As pessoas só se esqueciam, que o diabo também já foi anjo!

- FAZ ALGUMA COISA! - O rapaz grita, enquanto eu continuo a destruir tudo o que tinha a minha frente. Só então, eu percebo que Sebastian ainda estava ali, me observando também.

- Deixa ela... - Sebastian caminha com cuidado, pelos cacos de vidro que estalam debaixo da sola do seu sapato.

- Como deixa ela, Sebastian? Ela ta fora de si...

- Não falem como se eu não estivesse aqui! - Apoio as mãos na pedra da pia, tomando um pouco de fôlego, quando meus batimentos cardíacos ficam descompassados. - Saiam do meu quarto!

- Não, enquanto você não se acalmar eu não vou sair daqui. - O garoto de cabelos loiro escuro, tenta mais uma vez uma aproximação, mas novamente eu o rejeito, me esquivando bruscamente. - Amor, eu to preocupado com você, conversa comigo.

- Pra que? - Rio, apertando o mármore, como se fosse possível destrui-lo também. - Você duvidou de mim, pela segunda vez...

- Não, eu só quero entender, me explica, eu acredito em você!

- Eles me querem longe, já disse milhares de vezes!

- Por que? Por que eles querem te afastar se seu pai vai continuar pagando suas coisas?

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Onde histórias criam vida. Descubra agora