Capitulo 1 - Senhorita Price

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Capitulo I
Senhorita Price

Abro os olhos pela manhã, quando um barulho constante e agudo me traz de volta dos meus sonhos, eu odiava acordar cedo e esse foi um dos motivos pelo qual escolhi trabalhar com eventos.

Salto da cama com raiva, pisando no chão frio descalço, e corro em direção ao som. Ainda zonza, não entendo o que causa o insuportável barulho, mas tão logo reconheço a campainha.

Bufo irritada e desço as escadas do meu duplex, pisando tão forte que poderia atravessar os degraus. Escolhi sair de casa para não ser incomodada, mas era óbvio que papai viveria no meu pé.

Passo pela sala, onde percebo que esquecera a TV ligada, mas ignoro.

- O que você quer? - Abro a porta, sem olhar no olho mágico, e mesmo com ela completamente aberta, a campainha continua a ser insistentemente tocada. Mas não era meu pai, como eu acreditei que fosse, do outro lado do vão está o meu mais novo irmão postiço. Seus olhos estão vermelhos e seu cabelo loiro, de cuia, caí em sua testa, quase cobrindo os seus olhos. - Rafe? - Franzo as sobrancelhas e ele sorri, ainda tocando a campainha - Para com essa merda! - Bato em seu peito e ele facilmente cambaleia para trás. Percebo que está bebado, mas não precisava de muito para se dar conta, o seu estado deplorável falava por si só. - Meu deus você ta bebado. - Cubro o nariz com a mão e faço uma careta de nojo - E fedendo. Veio nadando pelo esgoto?

- Você pode me dar um banho, irmãzinha... - Abre seus braços como cristo.

- Eu não sou sua irmã e você está sujando o meu hall de entrada. - Chuto a ponta da botina em seus pés - Anda, vai embora, se não quiser que eu ligue pro meu pai.

- Não, o papai não... - Resmunga

- Ele não é seu pai, e eu não sou sua irmã, pelo amor de deus, quem te deixou subir?

- Não consigo ir embora... - Se joga contra a parede.

- Hoje ainda é terça-feira, porque não arruma um trabalho ao invés de só gastar o dinheiro da minha família nas suas farras?

- Posso entrar? - Se arrasta, me ignorando completamente.

- Não! - Detenho-o, cobrindo a entrada com o braço.

- Então me leva pra casa. Ai meu deus...você ta tão gostosa nessa camisola, irmãzinha... - Tenta me abraçar

- ME SOLTA, RAFE! - Empurro-o para longe.

- Eu vim até aqui, te ver, Paris... - Choraminga.

Esfrego as mãos no rosto que queimam. Eu odiava meu pai, por colocar esse garoto dentro da nossa casa, sua obsessão por mim beirava o absurdo e o mais impressionante era que ninguém levava a sério as minhas reclamações.

"É amor de irmão" minha madrasta falava, todas as vezes que reclamava dele em meus pés. Em parte, Rafe fora a razão por eu deixar a casa no ano passado, outro motivo era, com certeza, o fato de não suportar meu pai colocar uma mulher no lugar da minha mãe, com apenas um ano de sua morte.

Talvez essa fosse outra explicação do porquê, para mim, o amor fosse papo furado, era óbvio que estava envolvido com essa mulher antes mesmo da minha mãe morrer, ninguém se casa com tão pouco tempo, que dirá, ainda sustentar filho de outro. Meu pai cuidava do Rafe como se fosse mais seu filho do que eu, que realmente sou. Enquanto trabalho desde que me entendo por gente, Rafe vive o seu conto de fadas no Upper East Side, as vezes eu acho que ele acredita que faz parte de Gossip Girl. Somente alguém muito fora da realidade para se embebedar em uma terça-feira.

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Where stories live. Discover now