Capitulo 29 - Café da manha de domingo

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No dia seguinte, quando acordo, tudo parecia não ter passado de um sonho, mas o roupão, que ainda estava em meu corpo, me mostrava que eu não estava sonhando. Eu tinha tido uma noite de sono boa demais para alguém que sentia uma constante vontade de chorar.

Depois de um banho revigorante, saio do quarto com uma saia longa flanelada, botas e uma camisa preta de gola e mangas. Ainda era inverno e em Hampton parecia fazer ainda mais frio.

Na sala de jantar, todos se reuniam para o café da manhã, a mesa estava recheada das melhores guloseimas e, finalmente, sou agraciada com a presença do vovô Price, que parecia extremamente desanimado, totalmente desligado do alvoroço que as garotas faziam à mesa.

Me aproximo, por trás, e deixo um beijo no topo de sua cabeça com poucos fios de cabelo, ja sem cor.

- Ah, oi minha filha. - Ele diz, segurando minha mão entre as suas - Não sabia que tinha chegado.

- Eu cheguei desde ontem, mas não o vi o dia inteiro... - Percorro a mesa com os olhos, procurando alguma cadeira vazia.

- É... - Aponta com as sobrancelhas para o alvoroço de vozes - Passei a noite em Nova York, fui visitar o Alfred.

-Ah! - Sinto meus olhos brilharem - E como ele esta? Por que não me chamou? Eu teria ido com o senhor!

- Você tinha compromissos... Ele está muito bem, me disse algo curioso... - Sigo seus olhos e inesperadamente encontro Sebastian, com uma camisa careca branca, servindo geleia em um biscoito salgado.

- É? O que? - Me faço de desentendida.

- Você levou para ele alguns canapés. Você e um... amigo... - Ergue uma de suas sobrancelhas para mim. - Paris...

Trago suas mãos para perto dos meus lábios, deixando um beijo em sua pele marcada pelo tempo.

- Eu não sou o meu pai, vovô.

- Eu sei! - Aperta minha mão - E isso me preocupa, porque você tem algo que seu pai não tem, Rose... sensibilidade!

Eu rio, negando com a cabeça. Dramático como sempre!

- Eu ouvi isso! - Meu pai diz, com os olhos em suas panquecas. - Quem é o amigo? - Da uma garfada - O tal que você levou para eu conhecer?

Pela minha visão bilateral, vejo Sebastian ser atraído para a conversa.

- Não. Não era ninguém importante. - Engulo o desconforto, quando o rapaz sorri, irônico e decepcionado com a resposta. Mas o que mais ele queria que eu dissesse...?

- Mas e o tal, você não vai trazer pro seu avô conhecer? Ele vai adorar saber que seu namorado tem idade pra ser seu pai!

- Freud explica. - Elena provoca, sem fazer questão de me olhar - Deve explicar também o ciúmes doentio que você tem do seu pai.

- A única coisa que Freud não explica, é a sua presença nessa casa. - Sorrio, debochada - Nem uma pseudociência consegue inventar uma justificativa pro erro da sua existência.

- PARIS, PARA! - Meu pai chama meu nome, em tom de reprovação.

- Foi ela quem começou... - Dou de ombros.

- Ta bom, e eu to terminando.

- Tudo bem, Charles! - Elena toca em sua mão - Estou acostumada a ser maltratada pela sua filha.

- Ah, por favor, Elena... Nem com você eu falei, a sua presença não significa absolutamente nada para mim, desde que você ignore a minha existência, exatamente como eu ignoro a sua.

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora