Capitulo 21 - Carinho de dedos

277 45 50
                                    

Sebastian Stan

Finalmente, chego a casa, depois de dar duas viagens até o Brooklyn, sendo uma de táxi, para buscar o meu carro. Parecia até mentira que aquela noite estava acabando, eu só queria ver o sol nascer e levar consigo aquele clima de luto que parecia cercar tudo ao meu redor. Que merda, eu estava me sentindo um lixo, sentia uma dor sobre meus ombros, como se carregasse um peso por horas a fio...

(...)

Assim que as portas se abrem, salto em um susto, ascendendo as luzes da sala e encontrando Chace em meu sofá. Por sorte, não demoro para reconhece-lo, e isso evita que eu tenha um infarto.

- Chace? - Chamo por ele, jogando as chaves sobre o móvel da TV.

Ele, que dormia, desperta assustado, se virando para mim com a cara amassada.

- Cara, você demorou... - Boceja

- E quem é você, minha mulher?

- Meu deus. - Se senta no sofá, me dando espaço para sentar ao seu lado e remover meus sapatos. - Santa ignorância...

- Desculpa! - Bufo, jogando a cabeça para trás e esfregando o meu rosto que queimava intensamente. "Espero que você e meu namorado sejam bons amigos, ai nós três podemos sair juntos!" Rio, desacreditado, ao me lembrar das palavras que a garota falava, agarrada ao meu pescoço. - Tive uma noite merda. - Bato as mãos nas coxas, levantando meu rosto para olha-lo. - Como entrou aqui?

- Você sempre deixa a chave debaixo do capacho. - Ele ri, dando um tapa no meu peito - O que houve? Tava aonde?

- História longa... O que você ta fazendo aqui? Você não tava em Los Angeles?

- Voltei ontem. - Dá de ombros.

- Por que?

- Saudades... - Ele ri

- De mim? - Franzo as sobrancelhas e seu sorriso se transforma em uma gargalhada.

- Lógico que não, né, Sebastian. Pra me fazer voltar de Los Angeles, por saudade, a pessoa tem que ter uma coisa que você não tem.

Faz um triângulo com a mão, e eu não contenho a risada, entendendo a sua insinuação.

- Você é muito trouxa, né? Saudade de uma mulher que não ta nem ai pra você!

- Ai que você se engana, meu amigo! - Apoia a mão em meu ombro - Quem vos fala nesse momento, é um soldado abatido, um homem rendido, um cabrito amarrado...

- Ih, cala boca... - Cerro os olhos, desconfiado- É sério? Ela aceitou?

- Na verdade, ela quem fez a proposta.

- Ue. - Gargalho - Como isso aconteceu?

- Começou de um jeito ruim... - Seu sorriso se desfaz, assim como o meu - Tadinha... ela tem um sério problema com o irmão. Ele bebe muito, usa drogas, ontem ele tentou jogar uma pedra de mármore nela...

- Que isso, Chace! - Me assusto, sentando corretamente no sofá, assumindo uma postura tensa. - Eles estavam sozinhos?

Ele assente.

- Quando eu encontrei ela, ela tava trancada no banheiro chorando, e ele dormindo do outro lado da porta, tão bebado e drogado que apagou. Eu juro que só não fiz algo contra ele, porque ela estava muito sensibilizada, porque, sendo muito sincero, acho que eu teria matado ele se não fosse por ela no estado em que a encontrei. Ai gente passou a noite juntos, de manhã ela disse algumas coisas bonitinhas e, tamo ai!

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Where stories live. Discover now