16 | Pode ir, Lili.

295 22 5
                                    

A febre da Hanna melhorou parcialmente em relação a como ela estava

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

A febre da Hanna melhorou parcialmente em relação a como ela estava. Estamos deitadas na sala desde o momento que ela acordou. Hanna queria ficar no quarto, mas a mãe dela não permitiu porque disse que vai ficar conferindo a febre dela de hora em hora e não quer ficar subindo e descendo escadas para isto. Nikki está deitadinho ao nosso lado com o celular na mão e o AirPods da irmã dele nas orelhas, quase cobre a cabeça dele inteira, mas ele se diverte vendo os desenhos. Eu estou conversando com a minha mãe por celular, ela não para de falar sobre minha avó que está um pouco mal desde o momento que acordou está manhã, mas que está resistindo a ideia de ter que ir ao hospital. Por que as pessoas são tão teimosas? Já não basta Hanna resistindo a isto, agora minha avó. São raros os momentos que ela aceita ir ao hospital, raramente ela vai quando precisa, só aceita ir quando são necessários alguns exames de rotina. Eu sou a única pessoa obediente da família, de verdade, até porque raramente me deixo vencer pela exaustão. Quase nunca fico doente.

— O que foi? — Hanna pergunta quando percebe minha agitação, eu sou muito transparente em relação a meus sentimentos.

Minha avó está mal... — sussurro espantada ao ler a mensagem que minha mãe acabou de enviar, dizendo que estão levando minha avó para o hospital mesmo contra sua própria vontade. Hanna me olha com calma e afasta minha mão — eu...

— Vai lá, Lili. Sua família precisa de você.

— Mas e...

— Eu vou ficar bem, prometo — ela beija a palma da minha mão e sorri, mas não consigo retribuir, minha cabaça está um caos. Ela ficará sozinha em casa, com febre, tendo que cuidar do Nikki e tossindo horrores. E se ela passar mal e tiver uma crise de asma sozinha? Meu Deus...

— Hanna, eu não vou te deixar sozinha assim.

— Lisa, sua avó está mal, pode ir.

— Mas...

— Nada disso, anda, vai com a sua família e me mande notícias — ela tosse bem na hora, tampando os lábios com o braço. Todo o rosto dela fica vermelho com o esforço, e o tom de voz enrouquecido me deixa ainda mais preocupada — anda.

— Eu não vou deixar você assim. Sua mãe foi ao mercado, e se você passar mal aqui sozinha e não tiver quem te ajudar? Nikki não vai conseguir fazer nada. Minha avó está com meus pais.

— Lisa, você...

— Eu vou esperar sua mãe chegar, e não adianta resmungar.

— Ta... tá. O que sua avó tem?

— Ela está vomitando bastante, mas disse que foi o frango que comeu ontem a noite. Meus pais estão levando ela para tomar medicação.

Remember That Night?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora