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Lisa nunca se imaginou apaixonada justamente por sua melhor amiga, mas infelizmente ninguém é capaz de mandar no próprio coração.
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Logo na primeira aula, já fui notificada por uma das meninas do time, mais especificamente Yas, de que Hanna estava retida na diretoria por causa de uma briga que teve com outra garota no banheiro. Fiquei apavorada quando ela me contou, e pra variar o professor não quis me deixar sair e, bem, tive que tomar uma atitude pra saber o que estava de fato acontecendo e também vim parar na diretoria junto com Hanna porque o professor não gostou que sai da sala sem sua autorização. Resumindo, Hanna ficou meia hora na sala do diretor conversando com ele, e eu não poderia estar mais apavorada do que isto quando ela saiu da sala e me encarou com fogo nos olhos, como se eu tivesse culpa de alguma coisa, e isso me deixou com o coração na garganta.
Agora eu estou saindo da diretoria após alguns minutos de conversa com o diretor, o que me tranquiliza de fato é que ele me entende perfeitamente bem por ter saído tão desesperada atrás dela, eu pensei que ela tivesse saído em uma briga de socos, e não uma briga verbal... mas ainda sim me preocupo.
— Obrigada — agradeço a ele e vou correndo até onde sei que Hanna está, a árvore. Como imaginado, ela está sentada com as costas coladas no tronco, usando os AirPods e cantarolando baixinho alguma música. Aproximo-me rápido, tentando não me exaltar demais. Ela vai ficar brigando com os outros pra sempre agora? — Hanna Yoon.
Chamo a atenção dela, a voz um pouco ofegante por ter corrido até aqui. Hanna me ignora completamente, ela permanece com os olhos atentos ao celular como se nada ao seu redor existisse, nem mesmo eu. Odeio quando ela fica assim.
— Hanna — abaixo na frente dela, ainda sendo ignorada por seus olhos. O que há de errado com ela, afinal? — por que você brigou com aquela menina? Sua mãe está enchendo meu celular de mensagens porque você não a responde, pode me dizer o que aconteceu? Você não é assim, Hanna. O que está acontecendo?
— Você não sabe como sou — ela finalmente responde, e com essa resposta eu fico ainda mais pálida — além do mais, eu tenho todo direito de reagir quando alguém me tira do sério. Aquela garota é uma idiota e estava falando merda.
— Que tipo de merda? — resolvo entrar na onda dela e apenas me sento na frente, observando seus olhinhos castanhos que agora miram os meus com dificuldade — pode me contar, Hanna, eu prometo não falar nada a ninguém.
— Ela me chamou de idiota só porque deixei umas gotas de água caírem nela quando chacoalhei as mãos depois de lavá-las.
— E por isso você brigou com ela?
— Por isso? Lisa, eu não sou idiota — ela se exalta, a veia do pescoço saltada. Me aproximo um pouco mais e apoio as mãos em seus joelhos — por que as pessoas podem falar o que querem e eu tenho que escutar calada? Eu não sou obrigada a escutar em silêncio.
