6 | Não É Sua Culpa.

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O final do filme foi uma porcaria

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O final do filme foi uma porcaria. Nunca vi um filme tão bobo e sem sentido em toda a minha vida... na verdade sim, mas este ultrapassou todos os limites já que me prestei a ficar naquele vento para terminar de assistir por puro orgulho, porque podíamos ter ido embora quando descobrimos que era de terror. Lisa acordou até um pouco atordoada depois de duas horas inteiras de sono, ela nem sequer se mexia já que eu a estava segurando para que isto não acontecesse e ela acabasse rolando pra debaixo de algum carro.

O caminho de volta para casa foi tranquilo, embora tenha começado a nevar, para o nosso azar. Odeio neve quando tenho que acordar cedo todos os dias, é tão confortável ver a neve da janela do quarto e voltar a dormir sabendo que não se tem nada pra fazer no outro dia, mas isto nunca acontece quando estamos de férias, e não podemos faltar. Bem, de certa forma eu posso ir até o colégio, confirmar minha presença e depois voltar pra casa, sim, mas duvido muito que Lisa vai deixar. Ela quer que eu assista todos os jogos dela, e não me importo com essa mínima exigência já que ela sempre me acompanha em tudo.

Amanhã é aniversário dela, estou ansiosa, aguardando na cama com os olhos arregalados, me mantendo acordada apenas porque minha prima está aqui comigo enquanto Lisa dorme profundamente ao nosso lado. Ainda bem que ela não ronca, seria estranho e eu jamais dormiria com ela, detesto barulhos durante o sono. E eu só estou fazendo isso por ser ela, eu costumo dormir no meu horário de sempre todos os dias, mas ela vale o esforço.

— Vocês estão mais próximas que o normal — Maria intercala o olhar entre a pessoinha largada na cama e eu, tentando se comunicar de uma forma que eu não entendo — hum... está acontecendo alguma coisa?

— Acontecendo o que? — olho preocupada para Lisa, querendo entender sobre o que Maria está falando e por que está olhando desse jeito pra ela. Volto a olhar para minha prima — o que foi?

— Eu quero dizer... hum... beijinhos e tal?

— Beijos? Por que aconteceriam beijos entre eu e ela?

— Vocês são muito grudadas, Hanna. Eu nunca fui assim com nenhuma de minhas amigas.

— Sinto muito.

Maria empurra a palma da mão contra a boca para não acordar Lisa com sua gargalhada. Olho feio pra ela e me deito perto de Lisa, colocando os AirPods em sua orelha com o antirruído ativo, assim ela com toda certeza não irá acordar com as gargalhadas absurdamente altas e escandalosas da Maria Clara.

— Você é engraçada, meu Deus — ela se joga ao nosso lado no colchão e ressoa baixinho — eu realmente achei que tinha algo acontecendo entre vocês, mas tudo bem, neste caso a amizade é muito bonitinha. Fico feliz que você tenha Lisa por perto, ela cuida muito bem de você.

— Eu não preciso ser cuidada, mas sim, ela é bem presente na minha vida. E Lisa gosta de homens.

— E você?

Remember That Night?Where stories live. Discover now