Rêve D'amor

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Sebastian estava no balcão, passando seu café na máquina que ganhou de Ciel. Sem Tanaka em casa, ele preferia usar o aparelho a ter que fazer tudo de forma rudimentar, hábito que ele só ganhou depois do Natal.

Ciel colocou o livro no balcão, ao lado de Sebastian.

O escritor voltou seu olhar, surpreso por não ter notado a presença de Ciel antes. Ele não falou nada, voltando sua atenção para a máquina de café que ainda cismava em batalhar contra ele, demorando em cuspir seu café.

"É mentira." Ciel começou até atrair a atenção de Sebastian. "É mentira. Ele não está ganhando nem um pouco. Você é a pessoa íntegra, você não machucou ninguém, e teve sua resposta. Você se tornou um grande escritor sem precisar passar por cima de ninguém."

"Eu sei." Sebastian respondeu com simplicidade. "Eu não sou mais a pessoa que escreveu isso. Eu tenho minha vida agora, e é consideravelmente feliz. Talvez até mais feliz do que era quando eu escutava."

"Você realmente acha isso?"

"Mas é claro que sim. Por isso não precisa sentir pena, tentar ajudar... Isso é passado. Por mais que ainda me afete às vezes." Sebastian suspirou aliviado vendo a primeira gota de café pingar na caneca. "E, na maioria das vezes, é porque eu não quero mais ter contato com a música, e você adora forçar essa barreira."

"Eu sei. E eu sinto muito por isso. Mas agora eu entendi. Eu juro que eu entendi. Então... Se quiser me dar mais uma chance, eu juro que eu consegui aprender com os meus erros." Ciel desviou o olhar, implorando para que a resposta fosse positiva.

"No fundo, foi para isso que eu contei. Se eu não fosse dar nenhuma outra chance, apenas diria que estava tudo acabado." Sebastian deu de ombros, achando que era óbvio. "E, como eu já disse, eu sei que você fica muito curioso. Então não tem mais motivo para isso."

"Verdade. Eu fiquei com muito medo de que você fosse terminar. De algum jeito... Parecia que essa briga tinha sido diferente das outras. Eu sabia que você estava muito bravo, não apenas incomodado. E eu sinto muito por isso. Sinto mesmo. Quero pedir desculpas de verdade. Tem alguma coisa que posso fazer por você para reparar isso?"

"Eu já te perdoei, não precisa fazer nada." Sebastian colocou o pé direito sobre o esquerdo, ansioso com o café que saía lento demais.

"Então posso fazer qualquer coisa?" Ciel se empolgou um pouco.

"Apenas pense antes de fazer. Você adora fazer as coisas sem pensar." Sebastian disse em um tom mais bem humorado.

"Ei! Alguns achariam isso um elogio!" Ciel cruzou os braços.

"Onde? Quem?" O escritor sorriu.

"Está tudo bem agora, né?"

"Sim."

Ciel sorriu. "E vamos continuar juntos? Para sempre?"

"Para sempre?" Sebastian se surpreendeu, além de não desejar falar algo tão inocente que poderia se virar contra ele.

"Para sempre. E em outras vidas também."

"Eu não posso ter esse azar em outras vidas. Preferia nem reencarnar." Sebastian brincou.

"Azar?!" Ciel deu um soco no braço do escritor.

"Vamos ficar juntos. Enquanto pudermos."

"Era isso que eu queria ouvir." Ciel cruzou os braços.

***

Ciel passou muito tempo pensando em alguma surpresa, não por falta de ideias, mas por achar que Sebastian pudesse se aborrecer com alguma delas. Depois de descartar muitas ideias, ele tinha algo em mente.

I Just Want to Hear YouTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon