Funeral March

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Sebastian estava cochilando no sofá. Poderia ser uma mania de gente velha, mas ele adorava apagar enquanto lia alguma coisa interessante. Sua leitura preferida eram poesias, independente da época ou corrente literária, ele aproveitava de tudo um pouco. Se bem que, para melhorar sua escrita, ele também lia todo tipo de ficção.

Seu sono foi interrompido por Céleste, que arranhou o rosto do dono numa tentativa de acordá-lo.

"Ai, Céleste!" Sebastian levou sua mão até seu rosto. A gata nunca tinha arranhado seu rosto antes.

Céleste desceu do sofá e ficou de frente para a porta, silvando, com suas costas arqueadas, seu rabo levantado e seus pêlos ouriçados.

"O que foi? Estão fazendo bagunça aí fora?" Sebastian se levantou para olhar através do olho mágico, mas a gata o impediu, tentando mordê-lo cada vez que ele tentava. Foi então que ele percebeu a porta vibrando, como se alguém estivesse tentando arrombá-la.

Sebastian caminhou para trás, assustado, caindo ao esbarrar em uma mesinha de canto. 'Calma. Eu preciso pensar direito.'

Ele se levantou, correu para a cozinha e abriu o armário de cima, colocando seus aparelhos auditivos bem no fundo. Eles tinham sido caros demais. Além disso, se as pessoas que estivessem tentando arrombar a porta estivessem atrás dele, era melhor que não soubessem que ele era surdo.

O escritor correu para perto da porta, pegando Céleste no colo e subindo as escadas para seu quarto, trancando a porta atrás de si.

Ele pegou seu celular e ligou para Claude, observando o aparelho para ver quando a ligação seria atendida.

"Claude. Fique em silêncio. Preciso da sua ajuda. Acho que estão invadindo a minha casa. Eu estou dentro do meu quarto. Acho que vou esconder a Céleste dentro do armário..." Sebastian precisava proteger a gatinha caso algo de errado fosse acontecer.

Quando ele ia se abaixar para pegar Céleste, o alarme luminoso disparou. "Eles entraram. O alarme está piscando."

"SE ESCONDA NO BANHEIRO, DROGA! ESPERE ELES ENTRAREM E SAIA PELA JANELA!" Claude gritava a plenos pulmões, mas sabia que não adiantava nada. "ESTAMOS INDO ATÉ AÍ. TENTE SE ESCONDER EM ALGUM LUGAR!"

Sebastian pegou Céleste e a escondeu dentro do armário no closet. "Fique quietinha, está bem? Eu já venho para tirar você daí."

Céleste miou em desespero assim que a porta de correr foi fechada. Ela arranhava, tentava morder, mas não conseguia sair daquela prisão improvisada.

Sebastian fechou e trancou a porta do closet, entrando no banheiro e se trancando para dentro. Só então ele se lembrou de ter deixado o celular em cima da cama. Ele destrancou a porta, tomando coragem para abri-la. Ele pegou o celular, desligou a ligação e o posicionou embaixo das cobertas. Ele voltou para o banheiro, suspirando aliviado.

Sebastian tentava fazer silêncio, pois não imaginava o que estava acontecendo do lado de fora por não poder ouvir.

Eram três jovens. "Ah... Cadê o ratinho, hein?" Um deles perguntou.

"Eu ouvi um barulho vindo lá de cima." Outro respondeu.

"Coitado do ratinho. Vai ficar encurralado como o rato sujo que ele é."

Eles subiram as escadas. "Ah, só pode ser aquele quarto ali."

"Esse cara é podre de rico mesmo. Podemos roubar algumas coisas antes de sair?"

"Depois que apagarmos o rato, podemos fazer qualquer coisa."

Um deles carregava um pé de cabra, e o outro, um bastão de baseball. O terceiro tinha as mãos vazias, mas era o mais forte deles.

I Just Want to Hear YouWhere stories live. Discover now