Die Fledermaus

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Era o oitavo dia. Ciel não sabia por quanto tempo aguentaria antes de surtar.

O médico apareceu para conversar, mas Ciel já conhecia aquela conversa, assim, sabia que era melhor não criar expectativas. "Bom dia." O doutor cumprimentou.

"Bom dia." Saiu mais como um suspiro de Ciel.

"As novidades são que o pulmão realmente está bom, um raio-X provou o que já achávamos. A perna, por outro lado, ainda está batalhando contra os nossos esforços." O médico sorriu.

"Isso é..." Ciel iria completar com 'bom', mas achou as notícias bem medianas.

"Tenho uma boa e uma má notícia também. O que quer ouvir primeiro?" O médico disse em um tom de deboche.

"Hein? Acho que quero a ruim..." Ciel não achava nada profissional dar informações sobre pacientes daquela forma.

"A ruim é que, mesmo com nossos esforços, ele está com uma pequena ulceração no braço esquerdo. Estou certo de que foi por causa do procedimento para pneumotórax, pois o tubo estava do lado direito e ele não podia ficar virado sobre ele. De qualquer forma, já estamos tratando esse ferimento."

"Eu percebi isso ontem. Estava babando." Ciel se referia ao machucado. "E a notícia boa?"

"A notícia boa é que o monitor mostrou que ele está tendo uma alta atividade cerebral desde madrugada."

"O que isso significa?" O jovem já tinha visto tantos monitores por perto de Sebastian que nem sabia o que deveria esperar.

O médico sorriu. "Significa que ele vai acordar em breve. Vamos fazer um teste para saber se ele consegue respirar sozinho. Se sim, ele pode ser mudado para o quarto amanhã. Aí você vai poder dormir no sofá ao invés de usar esses bancos."

Ciel se levantou, quase fazendo com que a fileira de assentos caísse. "Está falando sério?! Ele vai mesmo acordar?!"

"Tudo indica que sim. Não digo que vai acordar ainda hoje, mas diria que em menos de uma semana ele deve estar de volta, dependendo se vai respirar sozinho ou não." O doutor cruzou os braços. "Se ele precisar continuar com tubos, é melhor que não acorde dessa forma."

"E como fazem ele respirar sozinho?" Ciel queria que tudo corresse bem para poder ver Sebastian acordado ainda naquele dia.

"Bom... Não é um procedimento muito confuso. Apenas desconectamos os tubos e esperamos. Se nada acontecer, reconectamos." O médico deu um passo para trás. "Não recomendo que assista, porque pode ser muito frustrante, ou ele pode se engasgar tentando respirar, o que só te deixaria assustado."

Ciel assentiu. Por mais que ele quisesse acompanhar tudo, sabia que só atrapalharia caso o pior acontecesse. "Muito obrigado por tudo até agora."

"Imagine."

***

"O médico disse que você vai acordar em breve. Isso é ótimo. Eu mal vejo a hora de poder te ver acordado novamente. Quero conversar com você de novo. E eu vou dizer que te amo assim que você acordar. Eu sei que já disse isso umas vinte vezes para você, mas quando está em coma não conta." Ciel balançou as pernas. Ele estava sentado ao lado do leito de Sebastian, só que, dessa vez, ele se sentia bem mais aliviado. "Também vou perguntar para o médico se posso fazer sua barba assim que for para o quarto. Você fica muito feio de barba. Não vou me declarar se você estiver assim." O jovem sabia que estava sendo paranoico. Era impossível Sebastian ficar feio. "Ah, muito obrigado por ter conseguido melhorar. Sei que pedi muito para que melhorasse, mas preciso pedir que consiga respirar sozinho hoje. Sei que é injusto pedir cada vez mais coisas, mas eu vou parar assim que você estiver acordado."

I Just Want to Hear YouWhere stories live. Discover now