I Just Want to Hear You

First Arabesque

Só com a lembrança, Ciel ficava vermelho como uma pimenta. É óbvio que ele gostava de Sebastian, e adoraria transar com ele, mas... Aquilo foi repentino. 'Mas eu precisava gritar?! Foi idiotice!' Ciel não acreditava no que tinha feito. O pior foi que causou um ataque de risos no escritor, estragando completamente o clima do momento.

Mesmo depois de uma semana, ele não conseguiu superar aquilo. Se ele tivesse respondido da forma correta, os dois poderiam ter feito ali mesmo. 'Não! Não!' Ciel não aguentava mais a pressão daqueles pensamentos.

Ele estava no Concert Hall, afinando um violino. A mesma ação repetitiva: bater o diapasão, colocá-lo na boca para segurar, e afinar o instrumento baseado no que tinha ouvido.

Assim que ele terminou isso, seu celular começou a tocar. "Alô?" Era um número desconhecido.

"Ciel? Sou eu, Alois."

"Alois?! Por que está me ligando?!" Ciel poderia desligar a ligação de tanta raiva.

"Bom... Eu queria fazer as pazes com você e..."

"Impossível!" Ciel o interrompeu. "Não quero saber de você."

"Eu sei... Por isso pensei em devolver o dinheiro. Só que eu só tenho metade dele agora. Adianta de alguma coisa?"

Ciel pensou por um tempo. "Acho que sim."

"Então vamos nos encontrar! Eu devolvo o dinheiro, mas quero te ver! Passear um pouco, e..."

"Eu vou falar com Sebastian, afinal, o dinheiro é dele." Ciel desligou depois de dizer isso. Esse era o correto: perguntar o que Sebastian pensava sobre isso.

***

Ciel estava tocando seu piano com fones de ouvido. O motivo do jovem ser obrigado a fazer silêncio era a presença de William. O jovem queria conversar com Sebastian, mas já iria completar três horas desde que o editor entrou no quarto do escritor.

Ciel estava preocupado, já que o Editor do Mal nunca demorava muito. Talvez ele estivesse açoitando Sebastian com um chicote, gritando coisas como 'trabalhe mais rápido, verme lerdo e inútil!'. Ciel sentiu seu coração acelerar com esse pensamento. 'Se William estiver fazendo isso, espero que ele filme e me envie'. Era tudo o que ele poderia desejar para finalizar esse pensamento.

Ciel saiu de seu quarto planejando tomar chá, mas, assim que chegou no corredor, a porta do quarto de Sebastian foi aberta.

"Se você chama isso de enredo..." William deu de ombros, fechando os últimos botões da sua camisa.

"Eu não ligo mais para as suas reclamações." Sebastian deu de ombros.

Ciel os encarou com desconfiança. Os dois pareciam desarrumados demais para quem só discutiu sobre enredos.

"Ah, é? Vou ter certeza de mandar outro editor. Talvez uma mulher com seios bem grandes para ela intimidar o autor demoníaco." William deu o nó em sua gravata.

"Desde quando eu tenho esse apelido?!" Sebastian bufou. "Mande. Qualquer pessoa vai ser melhor que você."

O editor ia falar alguma coisa, mas viu Ciel. "Nossa, você ainda está brincando de casinha com esse menino."

Ciel fez uma careta. "Olá, William."

"Olá. E eu não me dei ao trabalho de memorizar seu nome." O editor encarou Sebastian. "Bom, mantenha seu bichinho de estimação novo na coleira. Eu o vi outro dia se pegando com um menino loiro no centro comercial." William sorriu. "Eu sei onde fica a porta. Até mais."

Sebastian virou os olhos. "Até." Ele encarou Ciel. "E então?"

O jovem respirou profundamente. "Eu não estava junto com o menino loiro! Quer dizer... Nós estávamos discutindo, porque, na verdade..."