Hungarian Dance no. 1

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"Sebastian! Sebastian!" Ciel abriu a porta da casa bruscamente. "Sebastian!" Ele não conseguia conter sua felicidade.

O escritor o encarou, marcando a página de seu livro e fechando. "O que foi? Estamos em alerta de furacão?"

"Não! Melhor ainda! Quer dizer... Um alerta de furacão não seria bom, mas... Essa notícia que eu tenho é incrível! Adivinhe!" Ciel poderia bater palmas de felicidade, assim como uma criança de quatro anos.

Sebastian pensou por algum tempo. "Você encontrou uma mala com oito mil dólares na rua e não pretende devolver ao proprietário."

"Mas é claro que não! O Concert Hall abriu as inscrições para pianista! Elas vão acontecer em quatro meses!" Ciel chacoalhou a folha na frente do escritor. "É minha grande chance!"

Sebastian pegou a folha para ler. Dizia que em quatro meses os inscritos passariam por audições que funcionariam como um processo seletivo para decidirem pelo novo pianista. "Isso é ótimo, Ciel. É realmente a sua chance."

"Acha que eu consigo?" Ciel não sabia se já era bom o suficiente para isso.

"Bom, continue a treinar bastante, dê o seu melhor, e eu aposto que pode conseguir." Isso era o máximo que Sebastian poderia dizer sem nunca ter ouvido o jovem tocar.

Ciel concordou. "Não tem nada que eu queira mais do que poder tocar no Concert Hall!" Seu sonho estava tão perto, apenas era necessário que ele se esforçasse para poder alcançá-lo.

"Se é isso que deseja, deve se esforçar até conseguir. Deve ser sua prioridade." Sebastian sorriu. "Boa sorte."

"Muito obrigado! Tendo você como meu tutor, sei que vou conseguir." Ciel se animou.

"Sobre isso, Ciel... Já que chegou nesse ponto, talvez seja melhor ter um tutor de verdade. Alguém que possa escutar o que você toca." Sebastian já estava pensando nisso há algum tempo. Era difícil ser autodidata no aprendizado de piano, principalmente sem um olhar mais crítico para apontar os erros.

"Não precisa. Você já fez demais por mim. Não posso pedir que gaste ainda mais dinheiro comigo." Ciel jamais poderia pagar por tudo aquilo.

"Mas é o seu sonho. Não vou medir esforços para que consiga o que quer." Sebastian estendeu a mão para Ciel.

O jovem segurou ela e se sentou ao lado do dono da casa.

"Eu conheço uma moça que talvez esteja disposta a ser sua tutora." Sebastian começou. "Eu adoraria poder sugerir alguém mais influente no assunto, mas não conheço mais ninguém. Caso você tenha algum nome em mente, pode dizer."

"Não, não! Qualquer coisa está boa. E se é uma conhecida sua, tenho certeza que será melhor do que qualquer um que eu possa pensar." Ciel sabia que não poderia aceitar aquele favor. "Sebastian... Não precisa fazer isso. Não posso aceitar, porque nunca vou poder retornar esse favor. Eu não tenho nada para te oferecer de volta."

Sebastian franziu as sobrancelhas. "Isso não é verdade, e você sabe disso."

"Mas nunca vou conseguir pagar de volta." Ciel olhou para baixo, mas acabou se concentrando nas pernas de Sebastian.

"Isso não é sobre devolver o dinheiro, sobre estar em dívida, ou sobre encontrar uma forma de pagar de volta. Eu não sou um banco, eu sou uma pessoa. Eu gosto de você e quero que seja feliz, e, se meu dinheiro puder ajudar ao menos um pouco, eu não ligo de gastar com você." Sebastian beijou a testa de Ciel. "Se conseguir o dinheiro para me pagar, doe tudo para um abrigo de gatinhos."

Ciel riu um pouco. "Você e essa obsessão por gatos."

"Eles são os seres mais lindos. Não é culpa minha." Sebastian repensou. "Não. Talvez haja algo mais bonito e tão genioso quanto os gatos bem debaixo do meu nariz."

I Just Want to Hear YouWhere stories live. Discover now