AS CARTAS

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"Hoje é seu aniversário de vinte e cinco anos e eu tive a brilhante (péssima) ideia de olhar uma foto sua em suas redes sociais apenas para saber como estava a sua aparência atual. Me surpreendi quando notei que não mudou muito.

Por um segundo eu sorri vendo-o tão bonito. Não sei qual a ocasião, o que estava fazendo ou com quem estava, mas você parecia radiante. No segundo seguinte, derramei uma lágrima quando senti meus dedos começarem a tremer enquanto olhava para a tela do celular.

Por que? Eu não sei dizer. Acho que estou feliz por vê-lo feliz. Acho que ainda gostaria de compartilhar com você os seus momentos especiais. Porém, percebi que, talvez tarde demais, era hora de simplesmente aceitar que nossas vidas não se encaixam. Não sei mais quem você é, do que gosta de fazer ou o quais são os seus novos planos de vida. A única coisa que eu sei é que, seja lá quais forem, eu não faço mais parte deles.

Sete anos nos separam da nossa história.

Talvez essa seja a última carta que escrevo, talvez não. A cada momento, meus sentimentos mudam, e eu só queria não sentir mais nada.

Eu deveria ir em busca disso, mas apenas adio meus planos em parar e falar sobre você integralmente da maneira que ainda o vejo. Talvez alguém entenderia se eu contasse, e talvez pudesse me ajudar a superar essas lembranças tão sórdidas. E eu desejo, mais do que tudo, esquecê-las, porque já passou da hora. Me surpreendo comigo mesma em ainda lembrar e me cobro, todos os dias, a esquecer.

Feliz aniversário, Thomas.

Há muito tempo deixei de ganhar o primeiro pedaço de bolo de alguém e só percebi isso hoje quando parei em frente a uma padaria e vi um escandaloso bolo com creme azul.

Com alguma coisa tentando sair pelo meu peito e escorrer pelas mãos,

Isabelle.

P.S.: Estou odiando escrever cartas, cada vez mais.

P.S.2: Pelo menos meus xingamentos diminuíram.

— Carta de aniversário de 25 anos de Thomas escrito por Isabelle.

Sentada no chão do meu quarto, estou parada olhando para a bagunçada pilha de roupas misturadas com minhas emoções

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Sentada no chão do meu quarto, estou parada olhando para a bagunçada pilha de roupas misturadas com minhas emoções.

Não havia nada mais a se fazer a não ser aceitar o destino de braços abertos. A escolha foi minha e eu achava que a havia feito muito bem.

Cedo, lembrei-me de que há muito tempo entendia que meu destino não estava entrelaçado ao de Thomas da maneira que eu gostaria que estivesse e um dia sonhei.

Ele foi o meu primeiro amor. Na verdade, ele era o único.

E aquilo era tão óbvio que não precisava mais explicar para ninguém sobre isso.

Tudo o que havia feito até ali foi por amá-lo.

Eu já disse isso. E volto a repetir.

Eu o amo, de todo o meu coração. Com toda a minha alma. E não há absolutamente nada que mude esse fato dentro de mim.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora