PRATOS SUJOS, ANOS PERDIDOS

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"'Tudo que você precisa é de amor' é uma mentira, porque
Nós tínhamos amor, mas dissemos adeus
Agora estamos esgotados
Guerreiros feridos

E machuca muito quando não é culpa de ninguém
Porque não há nada para culpar ao mencionar o seu nome
É só o ar que você tomou e a respiração que você deixou"

— Split Screen Sadness — John Mayer

Saí da boate para aguardar Thomas alguns minutos depois de me certificar que Elisa ainda estava ali — e pedir para Gael que não tirasse os olhos dela mesmo que de longe

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Saí da boate para aguardar Thomas alguns minutos depois de me certificar que Elisa ainda estava ali — e pedir para Gael que não tirasse os olhos dela mesmo que de longe.

Tinha plena certeza de que essa fofoca iria ser espalhada, afinal, ele não tinha nada a perder contando-a e logo, logo cairia nos ouvidos dos outros.

Tentei acalmar meu coração mesmo sabendo que não tinha a mínima culpa acima disso. Elisa havia me convidado para vir para dançarmos apenas, e escondeu todas as suas más intenções de mim desde então. Claro que ela queria só a minha companhia naquela noite, se os demais que pensei em convidar para a despedida de solteira viessem também, nada disso poderia ter acontecido. Mas, será que ela realmente achou que poderia esconder esse tipo de comportamento do noivo?

Passo meus dedos pelas têmporas tentando massageá-las enquanto controlo a respiração antes de ter um ataque de pânico. Como iria explicar aquilo para Freddie? Eu deveria mesmo explicar? Começava a crer que não, afinal, era ela a sua companheira.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas e a garganta segurar o ar de meus pulmões. Não conseguia deixar de me culpar de qualquer forma. Elisa parecia estar tentando mandar algum recado há meses sobre algo errado em sua vida, mas eu nunca consegui entender o que se passava dentro dela. Será que queria cancelar o casamento? Talvez não amasse Freddie mais. Talvez tenha ido adiante apenas por medo. E ela realmente me disse que estava se sentindo assim.

— Bel — ouço a voz de Thomas e sinto meu coração pular em meu peito à mínima menção de sua presença. A primeira coisa que senti vontade de fazer ao vê-lo ali ao meu lado foi abraçá-lo e pedir socorro, mas me contive quanto a esse desejo. — Desculpe, eu tive que deixar Beatrice em casa, mas juro que corri até aqui.

— Você disse que vinha ao meu encontro? 

— Ela ouviu a sua voz pelo telefone, não deu para disfarçar. Sinto muito, obviamente contará a Daniel.

— Tudo bem Thomas, de qualquer forma não sou eu quem está encrencada — digo e o puxo pelo braço para entrarmos na boate. — Daniel entenderá quando souber.

— O que houve? — ele questiona aceitando o meu estímulo. — Cadê Elisa? Não me diga que desmaiou ai dentro!

— Quem me dera se fosse isso! Será melhor se você mesmo ver o que está acontecendo. Venha antes que chegue de alguma forma nos ouvidos de Freddie.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora