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- Continuando... Em uma madrugada, às 02:00 da manhã pra ser mais específico - suspirou e limpou o suor das mãos - Esse dia nunca vai sair da minha memória - Dulce já estava realmente começando a ficar interessada na história. - Ela me ligou chorando, dizendo que estava com muita dor, uma dor fora do normal e que parecia contração, mas parecia algo mais que estava sentindo junto. Estava com medo de perder seu bebê. Eu claro, corri pra casa deles é pra minha surpresa Fernando ainda não estava em casa, ela estava sozinha passando tudo aquilo.

- Meu Deus! Que dó! É realmente uma dor terrível, lembro bem! - disse no meio da conversa

- Pois é, pela cara de dor dela na hora deu pra imaginar. Ajudei ela a arrumar as bolsas de maternidade e corremos em direção ao hospital e no meio do caminho liguei várias vezes pra Fernando e nada dele atender. Boa já estava começando a ficar roxa e com falta de ar - ele contava e seus olhos estavam cheios de água - Não consegui fazer nada e eu juro que tentei, Dul! Eu juro! Eu nunca mais dormi um noite inteira depois disso - já não controlava mais o choro

- Mas o que aconteceu? - perguntou receosa

- O hospital parecia não chegar nunca, parecia que era infinito o caminho e os gritos dela, o bebê começando a coroar e as ligações não atendidas de Fernando... eu lembro de uma luz de caminhão muito forte vindo na nossa direção e nada mais - abaixou a cabeça na mesa

- Ôh meu Deus! - o ato dela foi correr para abraçá-lo, sem se importar com ela naquele momento. Ela só queria consolar o amor da sua vida! SIM, o amor da sua vida estava ali na sua frente é tão frágil. E ele só precisava dela - Se não quiser não precisa terminar a história, já deu pra entender.

- Não, não deu! - limpou os olhos e afastou-se do abraço - Preciso chegar na parte importe

- Continua então - ela apenas segurou na sua mão e pouco se importou de estar ali ajoelhada naquele chão frio da sorveteria e se teriam pessoas olhando. - To aqui ouvindo

- Fomos levados para o hospital, Fernanda já estava com morte cerebral e basicamente ninguém além de Deus poderia fazer alguma coisa. - suspirou - Eu estava o tempo todo consciente, o que não sei se foi tão bom assim, pois me encheram de perguntas no hospital e exames para saber se havia bebido e não! Eu estava lúcido e com muita raiva de mim mesmo.

- Mas você não teve culpa, Ucker! - ela disse na intenção de consolar ele

- Claro que tive, Dulce! Claro que sim! Tanto que Fernando fez o que fez. - ele apareceu no hospital horas depois e para minha supresa do momento ele ficou com raiva, mas disse que continuaria com nossa amizade! Burro que sou aceitei. Quando no fundo ele só queria se vingar.
Tanto que tempos depois ele sumiu e apareceu na sua cama naquela noite.

- Pera aí ... - levantou tonta - Você quer dizer que? Aquela noite foi toda armada por ele? Foi tudo por vingança? - colocou a mão na cabeça

- Essa foi exatamente a minha reação quando descobri

- E porque não veio atrás de mim? - disse indignada - Porque deixou que perdêssemos anos de amor juntos dos nossos filhos? - seus olhos estavam vermelhos e a ponto de chorar e fez o coração daquele homem pulsar de mais culpa ainda

- Porque eu só descobri isso há dias atrás, minha pequena! - a abraçou apoiando a cabeça dela em seu ombro - Se eu soubesse antes teria cavado o mundo na mesma hora, que foi exatamente o que fiz quando me contaram essa barbaria.

- Eu não aceito, eu não acredito - chorava compulsivamente

- Hei hei, quem merece chorar aqui sou eu, pequena - segurou os braços dela carinhosamente para olhar nos olhos negros e profundos daquela menina mulher, do mundo que estava ali. - Eu que te causei tudo, por favor não derrame mais lágrimas por mim. Me perdoa? É só isso que te peço, vamos recomeçar. Me deixa estar do seu lado! Nos dois merecemos reviver nossa história e reescrevê-la do momento em que ela parou. O que me diz?

- Eu preciso assimilar toda essa história, Ucker! Eu preciso de um tempo. - afastou-se dele - Por favor, promete que vai esperar pela minha resposta?

- Estarei aqui pra quando vier correndo pro meu colo, minha pequena! Eu te amo - deu um selinho nela

- Sou difícil de assumir, mas você sabe, eu também te amo. E acho que nunca deixei de amar, só tinha dado lugar a mágoa. - retribuiu com outro selinho. - Eu só preciso de uma semana. E aqui nesse mesmo lugar a gente se encontra!



(É AÍ? CHRISTOPHER MERECE UMA SEGUNDA CHANCE? O que estão achando?)

Sombras do meu passadoWhere stories live. Discover now