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- Ficou mudo, Christopher? - disse mais uma frase e só Deus sabe como teve que segurar o choro que estava se formando em sua garganta.

- Ana, sai por favor! - disse direcionada a garota que estava com o sorrisinho falso, sabia muito bem quem estava ali em sua frente - Agora, vai logo, por favor!

Ela saiu deixando o ex casal ali se olhando por uns 5 minutos calados. Até que ele toma a iniciativa de começar a falar.

- Achei que havia sido claro quando disse que nunca mais iria quer vê-la em minha frente.

- E foi, muito. - sentou-se na poltrona em sua frente - Vim aqui por um motivo super justo e não pretendo demorar e vou ser bem direta. - o coração dela estava para sair pela boca e nem ela sabia como estava se controlando.

- Pois diga e sem rodeios.

- Bom, tivemos uma outra filha. - começou logo sem pensar muito - Quando fui embora eu descobri dois meses depois que estava esperando ela. Ela tem quase 11 anos - não conteve um pequeno sorriso ao lembrar da filha e logo suspirou - Mas como estou vendo que quer rodeios

- Exatamente, continua. - ajeitou-se em sua cadeira.

- Ela está com hepatite e preciso muito da sua ajuda. - deixou uma lágrima escorrer.

-Sinto muito pela menina - pigarreou - Mas acha mesmo que vou acreditar nessa sua história de que a garota é minha filha? - disse irônico

- Não acredito que você ainda insisti nisso - seus olhos encheram de lágrimas - Eu engoli o meu orgulho para vir aqui falar com você, mas acho que nunca deveria ter vindo - ia levando-se até ele segura seu braço

- Espera - fez ela sentar de novo -  De quanto você precisa? - abriu a gaveta e tirou de lá um talão de cheques - Fiquei com pena da garota, ela realmente não merec... - não deu tempo dele terminar de falar pois sentiu só um estalo forte em sua bochecha

- Como ousar me falar isso? - disse nervosa e indignada - Como tem coragem de agir desse jeito, Uckermann? - já chorava descontroladamente e nem se importava com mais nada - Eu enfrentei tanta coisa para estar aqui hoje na sua frente, achei que pelo menos

- Falando que a menina era minha filha você iria conseguir meu perdão? - riu irônico - Faz-se rir, Dulce Maria. Eu nunca iria acreditar nessa história, você me traiu, acha mesmo que eu iria acreditar?

- Você não vale nada mesmo, seu idiota. - se apoio na mesa cansada de tanto soluçar. Quando ia começar a falar de novo escutou a porta se abrindo e era ninguém mais ninguém menos que Maite. Que já a olhou espantada e com uma certa cara feia - Não precisa olhar pra mim assim não, Maite. Já estou mesmo indo

- Vai mesmo, Dulce Maria - Ucker falou - E não me venha mais com essa história de filha?

- Filha? - May arregalou os olhos - Vice aparece aqui depois de anos com uma historinha dessas? Como assim Ucker? - olhou pro irmão

- É isso mesmo que ela estava tentando me passar a perna. - fungou - Mas a mim você não engana mais, Maria!

- Eu nunca iria brincar com uma his... - o celular de Dul tocou na hora que iria falar iria recusar mas quando olhou no visor que era sua filha atendeu logo. - Fala Marina - fungou
O coração de Ucker quase saiu pela boca, será que era Nina? A menina que ele também foi enganado achando que era sua filha junto com o irmão? De qualquer forma ficou atento a conversa delas

-Mãe, a Bel - estava desesperada do outro lado - Ela tá vomitando muito e com febre muito alta

- Misericórdia - disse alto arregalando os olhos - Chama a ambulância que to indo correndo pro hospital central. Qualquer coisa me liga. - Nina desligou o telefone e coincidiendo chamar a emergência. E Dulce já ia saindo daquela sala, mas antes olhou pra trás e falou uma frase que deixou Ucker parado e pensativo.

- É a sua filha, seu idiota - ajeitou a bolsa - E ela tem apenas 10 e em uma fila de espera para receber uma doação de fígado - de novo as teimosas lágrimas escorriam em seu rosto - Nunca deveria ter vindo aqui e um dia você vai se arrepender de ter desprezado a gente. Porque quando a verdade aparecer, Christopher, eu não quero estar na sua pele. E quando esse dia chegar, NÃO ME PROCURE MAIS, NEM A MIM E NEM MEUS FILHOS - disse isso e saiu da sala batendo a porta.

- Não, você não vai acreditar nessa mulher, né meu irmão? - dizia Maite ao lado dele - Tá na cara que está blefando

- Que a doença da menina seja verdade eu não duvido e tenho até dó. É uma criança e não tem culpa de nada - olhou pra irmão com as mãos nos bolsos - Agora que ela é minha filha, nunca que iria acreditar. Pode ficar tranquila

- Esse é o meu irmão - Bateu nos ombros dele - Bola pra frente mais uma vez, meu irmão. Nosso almoço ainda está de pé? - disse pra animar o irmão.

- Vamos lá - eles se arrumaram pra ir mas Ucker ainda estava muito pensativo.

Sombras do meu passadoWhere stories live. Discover now