Um mundo governado pela tecnologia, onde as máquinas cada vez mais tomam o seu espaço. Onde o aperfeiçoamento genético e o aprimoramento biológico, já não são um mito. A luta entre gigantes ficou diferente, mas o desprezo contra humanidade ainda per...
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Estou na empresa desde ontem, trabalhando com esses cretinos que alegam não saber nada. Passei a noite interrogando cada um individualmente, e coloquei uma equipe para investigar as contas, o passado e tudo que os envolvesse, incluindo as fichas médicas. Tudo que pudesse ajudar. No entanto, nada ainda. Absolutamente nada. O que em si só, apesar de irritante, já poderia ser alguma coisa também.
- E aí, descobriu alguma coisa? – Saio dos meus pensamentos, sendo interrompido por Alê que mais vez invade a minha sala sem bater.
Revirei os olhos com os maus hábitos do meu amigo de infância, contudo optei por não dizer nada. E comparado ao que estávamos passando, não era de fato algo tão significativo assim.
- Pela sua cara as coisas não estão indo bem né? – Estreitei os olhos em sua direção, porém mais uma vez não era hora de brigar por coisas bobas. Mesmo que tivesse certeza de que sou lindo de qualquer jeito.
- Estão piores do que isso. – Bufei. – Os cretinos alegam não saber nada, e agora eu estou começando a acreditar neles. – Respirei fundo tentando manter a calma, e forçar o cérebro a trabalhar um pouco mais. – Investigamos as contas bancárias para rastrear o dinheiro que eles foram pagos, mas cada um recebeu o pagamento de uma conta diferente, e todas as contas estão registradas nas Ilhas Cayman ou semelhantes. Os contratantes certamente não são completos idiotas, e isso só dificulta mais o nosso trabalho. – Expliquei completamente frustrado com a falta de informações, inclinado as costas sobre o apoio da cadeira deitando o corpo para trás.
- Até pode ser, mas isso não vai ficar barato. – Garantiu com semblante cansado e abatido, mas nem precisava que ele disse algo. Eu mesmo não desistiria enquanto não tivesse a resposta. – Vamos descobrir o que está acontecendo. – Acabei dando um meio sorriso, olhando melhor para ele. Mesmo estando cansado e tão preocupado quanto eu, meu amigo ainda tentava me animar.
Ter um irmão de coração como ele, foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida. Admitia sem problema algum. Alê me conhecia o suficiente para saber o quanto eu me culpava, e até mesmo para entender melhor do que eu mesmo, o que significava a bagunça esquisita que estava no meu interior. Era sem dúvida o melhor amigo que qualquer um poderia ter.
- Vou preparar a nota para divulgar a imprensa. – Olhei para ele atentamente, também o conhecendo o suficiente para saber que ele nao vai gostar do que tenho para dizer.
- Não podemos mencionar o nome da ruiva na nota de imprensa. – Como esperado, ele logo me encarou com expressão fechada e uma sobrancelha arqueada. – Quando cheguei na empresa para fazer o interrogatório, o Dream estava aqui. – Não passou despercebido uma certa reação em seu olhar, mas logo se dissipou. – Depois de toda a chatice, ele disse para não divulgarmos que a ruiva salvou Ben. – Alê me olhou com a sobrancelha mais arqueada ainda, e outra coisa que no momento não saberia dizer o que era. – Disse para minimizarmos o incidente e enaltecer as nossas forças. Resumindo, toda aquela balela de que não podemos parecer fracos, e menos ainda mostrar que fomos ajudados por uma pessoa qualquer. E mais blábláblá... – Revirei os olhos irritado ao recordar a conversa, ficando ainda mais irritado por não ser a droga de um garoto de recados.
