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Voltei 😁

Narrador Wandinha Addams

Após conversarmos um pouco a companhia tocou avisando que a comida que a Enid tinha pedido avia chegado, ela se levanta tirando suas mãos da minha cintura e coloca sua pantufa saindo do quarto, eu me levanto logo em seguida.

Ela percebe que me levantei enclinou um pouco para o lado me encarando, abre a porta do quarto e espera para eu passar.

— Pensava que íamos comer aqui no quarto.— Ela comentou segurando o trinco da porta.

— Por mim tanto faz, mas seria bom comer na área da piscina também.— Suponho passando pela porta do quarto.

Ela apenas concordou fechando a porta atrás de si ficando atrás de mim, começo a andar e escuto seus passos me seguindo, seu longo corredor é bastante bonito. As cores das paredes são cinzas e tem vários quadros de paisagens, não sou muito fã de artes, mas não precisa ser um gênio para saber que essas pinturas vale mais que uma vida.

A Enid apenas me acompanha com seus passos lentos, ela reparou que eu gostei dos quadros e vi que um sorriso pequeno apareceu em seus lábios, provavelmente está esperando que eu pergunte sobre.

O que mais me impressionou foi um quadro azul e as nuvens pareciam ondas no céu, as estrelas brilhantes e a lua está quarto crescente se não me engano. Talvez seja uma torre aquilo que está quase no centro do quadro, tem como ver as casas bem abaixo da pintura e bem no fundo algumas montanhas. Acho que vi o quadro em algum lugar, mas não lembro muito bem. Quem é o pintor? Acho que é um bastante conhecido, em que ano foi pintada? E a coisa mais importante é, quanto foi essa arte?

— Noite estrelada, pintada por Van gogh em junho de 1889. A obra é a mais cara do pintor acredita? Foi leiloada por 514 milhões de dólares.— Fala Enid como se estivesse respondendo minhas perguntas.

Mas prestando atenção mais em sua face e em sua expressão de orgulho estampando seu rosto eu tenho certeza que foi um dos leilões mais difíceis que ela participou, só apenas de estar na casa dela eu tenho certeza que aqui é um dos lugares mais seguros.

— Tenho uma vaga lembrança de ter visto essa pintura em um museu? — Me pergunto ainda encarando o lindo quadro.

— É falsa, é melhor irmos. Te explico melhor depois.— Ela pega em minha mão e me puxa para descer as escadas.

Apenas sigo ela até a porta, ela abre mostrando um dos seus seguranças segurando uma sacola branca, ela apenas pega a sacola e fecha sem falar nenhuma palavra.

— Pensava que era mais educada.— Brinquei cruzando os meus braços.

— Ele é surdo e mudo, não sei libras.— Ela deu de ombros.

— E como ele luta sendo surdo e mudo?

— A única função dele é entregar a minha comida, tenho outros seguranças.— Ela finalizou o assunto ali.

Ela andou até a cozinha e abriu a geladeira, talvez ela não goste de conversar sobre a segurança da casa. A Enid sempre é bastante animada em todas as perguntas que eu faço e sempre faz questão de respondê-las, mas quando eu perguntei sobre um simples segurança ela simplesmente ficou mais seca e curta nas respostas.

Como se ela lê-se os meus pensamentos mais uma vez, ela pegou uma garrafa de suco e dois copos colocando no balcão, sorriu fraco encarando o meu rosto.

— Me desculpe pela grosseria antes, apenas sou bastante rígida em questão da sua segurança.— Ela disse com o seu tom abitual.

Nada em seus pensamentos, mas eu conheço um bom mentiroso, se ela é rígida então por qual motivos ela chamaria um surdo e mudo para entregar as comidas? Então isso é mentira. Lógico, o homem fala e ouve, mas não tem ordens de falar com ela, provavelmente isso é um código.

Saborosa Cadáver Onde as histórias ganham vida. Descobre agora