CAPÍTULO 9

2.3K 235 188
                                    

A Tarde fria de São Paulo aflorava todos os sentimentos de carência e saudade, já havia terminando nossa agenda e retornariamos o mais breve para Brasília, mas antes do nosso voo a Gleisi nos levou para uma pequena recepção que o prefeito de São Paulo havia organizado, algo muito simbólico em uma sala privada da Câmara Municipal, havia alguns drinks e alguns petiscos. Estávamos em 8 pessoas ao todo, porém para mim ainda faltava alguém, era assim que eu me sentia nos últimos dias, estava enlouquecendo de saudades da Soraya. E era a primeira vez que eu me sentia assim, já ficamos muito mais tempo sem nos ver mas, depois que nos aproximamos Soraya parecia ser minha necessidade diária. Nem quando meu casamento estava bem, eu sentia isso. Na verdade acredito que nunca senti algo assim pelo o Eduardo, óbvio eu gostava dele mas não era a mesma coisa. A Soraya era paixão, desejo, despertava coisas que nunca havia sentido, com o Eduardo era algo muito monótono, não havia emoção, aliás acho que entre nós nunca houve absolutamente nada. Minha família apenas incentivou a nossa relação para bens futuros, e isso foi apenas criando força. Acabou que nosso casamento foi apenas por interesse político e financeiro, digamos; um contrato, para formarmos uma família e um império.

Enquanto todos conversam pego meu celular sobre a mesa e abro no aplicativo de mensagens a última mensagem que trocamos, olho a hora que ela esteve online, e logo ela estava online, e ficou por alguns minutos. Escrevo uma mensagem e apago repetitivamente, queria saber como ela estava, mas tinha medo de estar sendo evasiva demais, mas me surpreendo ver que ela está digitando.

" Posso ligar pra você?" - Respondo que Sim em fração de segundos

Logo meu celular começa a tocar, atendo e peço licença à todos, e saiu pelo corredor até uma sala distante de onde estávamos.

- Oi Simone

A voz dela é calma e tranquila, o toque aveludado de sua voz era tão gostoso.

- Oi Soraya. Estava agora mesmo pensando em você.

- Eu também. E como foi sua viajem?

- Bem, conseguimos fechar alguns acordos importantes. Tivemos algumas divergências de orçamento, mas deu certo.

- Que bom, e quando volta?

- Hoje á noite minha querida.

- A Gleisi está com você?

Pelo seu tom de voz percebo o seu incômodo.

- Está sim, está na sala ao lado. O prefeito organizou uma recepção aqui pra gente antes de embarcamos.

- Por quê não disse que ela iria com você?

- É...só fiquei sabendo no aeroporto. A Janja me ligou e disse que Gleisi iria comigo.

- Você e ela...dormiram juntas?
A pergunta dela foi muito direta, não teve rodeios. Será se ela estava com ciúmes?

- Não meu bem, dividimos o mesmo quarto obviamente, mas não a mesma cama.

- Eu não sei se gosto disso não. - Ajeito o celular na orelha e sento confortavelmente em um pequeno Sofá.

- Está com ciúmes?

- Não exatamente, é que não gosto da ideia de você e ela passarem a noite juntas. Não gosto de ter que dividir você com outra pessoa.

- Você não está me dividindo com ninguém. E eu só tenho olhos pra você.

PertencerOnde histórias criam vida. Descubra agora