CAPÍTULO 7

2.4K 258 73
                                    

Levei Soraya a um dos restaurantes favoritos dela, sempre que podíamos almoçavamos nesse lugar, geralmente nunca víamos a sós sempre tinha um monte de mulher á nossa volta. Afinal, era o restaurante mais próximo do trabalho. Do outro lado da mesa eu a observava comer, e realmente ela estava faminta, mal me dava atenção enquanto eu falava, sobre a nova presidente do IPEA.

- Isso está divino. - Ela comenta limpando o boca com guardanapo. - Obrigada.

Acaricia minha mão sobre a mesa.

- De nada. - Solto um beijinho pra ela.

- Está vendo porque eu preciso de você lá? Quem iria me socorrer hoje?

- A Leila, a Jussara. - Dou os ombros.

- Que nada. A Leila mal fala comigo, hoje foi apenas por casualidade. E a Jussara está de licença. Eu só tinha você mesmo. - Ela bebe um gole de água em sua taça. - Agora podemos ir? Preciso voltar pra aquele inferno.

Dou risada da forma que ela se refere ao senado.

- Não precisa pressa. Aproveita e pede aquela sobremesa que você gosta.

- Está louca? Estou de dieta.

- Você vive de dieta Soraya. E não vejo necessidade. Olha você...está linda. - Ela sorri. - Quem precisa de uma dieta aqui sou eu.

- Claro que não. Você está maravilhosa. Sedentária claro, mas maravilhosa.

- Não foi o bastante o tanto que andei na campanha? - Brinco, ela me olha sério.

- Você pode voltar pra sua caminhada, nada de ficar parada. Na nossa idade exercício físico é muito importante.

- Diga isso por você. Eu preciso resolver com agulhas.

- Simone! - Ela me repreende.

- Estou brincando, boba.

- Você é linda, já disse isso. Não precisa de preenchimento ou qualquer outra coisa. Estou falando pela sua saúde, pela dor nas costas que você tem frequentemente, e pela sua saúde. Porque pelo físico está ótimo pra mim. - Ela diz palavras sutis, olhando nos meus olhos.

- Prometo voltar a fazer tudo isso. Mas a dor nas costas resolveria com massagens. - Ela sorrir largo.

- Que safada. O Lula sabe que a tal ministra do planejamento, é assim?

- Acho que não.

- Já pensou ele descobrindo que seu apelido nas redes sociais é comedora de casadas e...- Ela me interrompe

- Não por favor. -Sinto minhas bochechas arderem.

- Ah, tem o mais original. Soca forte. - Ela coloca a mão na boca pra abafar o riso. - Você nunca mais vai chegar perto da primeira dama.

- Como você é ri-dícula Soraya. - Jogo o guardanapo nela.

Ela ainda ri descontroladamente, mesmo vendo o quão envergonhada eu fico ao lembrar dessas associações ao meu nome. A Soraya ainda conseguia olhar tudo que diziam sobre a gente, até fanfics acredito que ela já leu. E acho que alguns desses ela encontrou meu nome associado a isso, é óbvio que é constrangedor para mim, mas Soraya se diverte.

- Agora podemos ir? - Ela pergunta.

- Sim, vamos. - Levanto da mesa e ela me acompanha em seguida. Ao Sair do restaurante, encontramos um grupo de apoiadores do Bolsonaro que seguiam para um dos pontos onde os mesmos protestavam, Brasília estava um caos, desde que o antigo presidente questionou a veracidade das urnas, fazendo seus apoiadores iniciarem alguns encontros perturbadores. Um deles passa por nós, e nos encara. Aponta um celular para o rosto de Soraya e diz a frase "Olha se não é a traidora da pátria. "

PertencerHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin