CAPÍTULO 3

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Acho que nunca havia ficado tão ansiosa para um jantar, talvez seja por ser o meu primeiro jantar com a primeira dama, ou porque minha companhia para o jantar seria a Soraya. Passei o dia inquieta, entre uma reunião e outra, olhava o relógio desesperadamente a cada 10 minutos. As Horas pareciam disputar comigo.

- O Jantar é hoje né? - Perguntou Alice ao me ver olhar para o relógio, pela 5° vez seguida.

- Sim, apenas horas parecem não passar.

- Calma, já são 6 horas. Após essa entrevista você pode ir. Já mandamos seu vestido pra sua casa, o maquiador e o cabeleireiro também está tudo ok.

Voltamos para o studio que daríamos a entrevista, as perguntas obviamente era sobre o meu ministério e sobre as primeiras soluções para os problemas cruciais do país. Pela primeira vez durante esses dias foi a primeira entrevista que pude ter controle de fala, nas outras geralmente as pessoas me atropelam com uma pergunta atrás da outra. Atrapalhando a minha linha de pensamento o que me deixa bastante irritada.

[...]

Anoiteceu já estava com a maquiagem pronta, e apenas meu cabeleireiro terminava de fazer as ondas em meus cabelos. Minha roupa estava sobre a cama, era um vestido preto, mangas longas com um fenda lateral e um decote em V muito sutil. Os sapatos de salto, no tom vinho combinando com a bolsa que também estava sobre a cama. Me vesti, sacudi o cabelo para soltar um pouco das ondas, logo ouço o interfone tocar.

- Senhora, tem uma mulher lá em baixo querendo subir...o nome dela é Soraya Tra...tro não sei.

- Thronicke, Maria. Pode deixar subir. - Sou pega de surpresa por ela ter vindo até meu apartamento. Fugindo do combinado que eu iria buscá-la.

Termino de me arrumar pego minha bolsa sobre a cama, enquanto os rapazes organizam suas escovas e maquiagens. Os deixo em meu quarto, e logo no topo da escada encontro Soraya sentada em meu sofá, olhando tudo em sua volta.

- Boa noite Soraya. - Digo baixinho para não assusta-lá.

- Nossa... - Ela está de pé e só então consigo olhar detalhadamente seu vestido de cetim branco, alças finas, e um decote impecável. Ela me olha dos pés a cabeça sinto minhas bochechas arder. - Você está linda.

- Você também. O Combinado era passarmos despercebidas. - Desço alguns degraus, e admiro. Ela estava tão bonita.

- Eu sou a companhia da ministra mais famosa do país não podia vir de qualquer jeito. - Ela dá uma voltinha, e olho suas costas nuas, sua pele iluminada e marca suave de um bronze recente.

- Você está...mara-vilhosa - Digo em pausa. A Beleza dela é algo impactante pra mim.

- Seu apartamento é tão moderno, não parece que você quem decorou. - Encaro ela enquanto coloco a tarraxa de um dos meus brincos.

- Está me chamando de velha?

- É que você inspira ser uma madame "classuda". - Faz aspas com os dedos.- dessas que não tem TV, às cores da casa são monocromática, cheia de obras de arte, essas coisas.

- Eu tenho duas filhas, então tudo aqui tem o dedo delas inclusive da Maria Fernanda. - olho para lateral da escada e ela faz o mesmo.

- Buda? - Questiona.

- Sim, e se você procurar direito talvez encontre até um símbolo petista ou de Frida Khalo.

- E a Maria Eduarda?

- Ela é mais tranquila, totalmente diferente da irmã.

- Imagino como deve ser afetuoso o jantar entre família. - Debocha, seguro o riso.

PertencerWhere stories live. Discover now