Delito | Oscar Diaz

trinta e sete.

Point of View: Maya.
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- Maya... - Esticou a mão.

- Oi, Sr. Miller. - Apertei sua mão o fazendo rir.

- Sem formalidades, querida. Só Leon. Você já é da família. - Se aproximou, puxando a cadeira pra eu sentar.

- Obrigada. - Sorri, vendo ele sentar na minha frente.

- Posso tomar a ousadia de pedir pra você?

- Claro! - Ele chamou o garçom, pedindo duas massas e uma taça de vinho, que chegou primeiro e ele me serviu.

- Nunca tinha vindo aqui, é muito lindo.

- Gostou? É o restaurante favorito da Clarice. Vinhamos muito aqui quando eramos mais jovens.

- E não vem mais? - Ele suspirou.

- Alguns costumes vão se perdendo conforme os anos vão passando. Acho que perdemos quase todos, pra falar a verdade. Não que perdemos mas trabalho muito, acabo não tendo tempo pra essas coisas.

- E ela trabalha junto com o senhor? - Me fiz de boba.

- Não... Clarice nunca levou jeito pra isso. Quando nós conhecemos, ela estava pra se formar em algo totalmente diferente.

- O que ela fazia?

- Moda. - Dei um sorrisinho, pois era a cara dela mesmo. - Acho que foi até por isso que Christopher foi pro lado dela do que pro meu. Se eu tivesse criado, talvez gostasse mais dos negócios da família, e não de ficar com uma câmera na mão 24 horas por dia. Com todo respeito, sei que gosta também.

- Tudo bem, entendo o lado do senhor. Acho que quando temos filhos, planejamos o melhor futuro pra eles, né?

- Exato, minha menina. E é esse ponto que ele não entende. Respeito o fato dele gostar de arte, mas leva como hobbie. Criei um império pra ele ser rei e ele nem liga.

- Acho que é questão de tempo, ele parece bem mais interessado do que quando eramos mais novos.

- E é exatamente sobre isso que quero falar. Você foi a primeira mulher que o Chris levou em casa. Ele sempre comentou de você na época da faculdade e agora entendo totalmente o porquê. - Me mediu e eu senti meu estômago embrulhar, bebendo mais um pouco de vinho.

- É, nós somos bem amigos.

- Só amigos?

- Só amigos.

- E nunca pensaram em ser mais que isso?

- Onde o senhor quer chegar?

- Maya, você com certeza não é qualquer mulher na vida do Chris. Ele pode até ser meio mole, mas claramente gosta muito de você, já que não te esqueceu nesse tempo todo. O ponto é que eu admirei muito o que fez no jantar e acho que seria perfeita pra nossa família. Vocês se gostam, formam um casal bonito e a probabilidade de você ajuda-lo nos negócios é altíssima, um vai completando o outro.

- Calma... O seu filho nunca me pediu em namoro, mas você ta me pedindo pra namorar com ele para que o convença a tocar seus negócios?

- Pra que o ajude. Vocês seriam uma dupla, assim como eu e Clarice. Você o ajuda nos negócios, mais investimentos pra ele, mais dinheiro pros dois.

- O senhor sabe que não depende só de mim, né?

- Princesa... Não há homem no mundo que vá negar ter uma beleza assim ao lado. - Segurou meu queixo delicadamente enquanto meu estômago revirava novamente. - Joga um charminho, faz daquele jeito que só vocês, mulheres, sabem e pronto, magia feira. - Bebi mais um gole de vinho.