dezenove.

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Point of View: Maya.
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Sai do banheiro só de regata e calcinha, com o cabelo molhado e cantarolando baixinho, vibe que acabou assim que a porta abriu.

- Mas que caralh... Que susto, Oscar! - Ele arqueou a sobrancelha, segurando o riso. - Quando acordei a casa estava vazia.

- Eu só fui comprar ovo pro café. - Fechou a porta com o pé e colocando a bandeija na cama.

- E não deixou nem um bilhete na beira da cama que nem os homens românticos? - Ele gargalhou.

- Niña, se eu fosse homem de deixar bilhete na cama, nem aqui você me deixaria dormir. - Segurei o riso, fazendo cara de surpresa.

- Meu gosto pra homem mudou, tá?

- Não parece. - Revirei os olhos, segurando o riso novamente e sentando na frente dele.

- Você é muito convencido. - Dei um sorrisinho ao notar que ele tinha feito meu café favorito, pegando o pote de iogurte, enquanto escutava sua risada.

- Me fala qual é o seu tipo de homem então? - Pegou só o suco, cruzando os braços e me olhando risonho.

- Ah... - Encostei na cabeceira, o olhando da mesma forma. - Homens com um jeito mais delicado, sensíveis, que me levem pra jantar e esperem o meu tempo antes de tentar me levar pra cama. No físico, me atraio muito por homens altos, magros, de preferência loiros, pra destacar bem comigo. Se tiver o olho claro então, Dios mio. - Menti, ouvindo ele gargalhar.

- Realmente, mudou muito. Jurei que ainda só se relacionasse negros e latinos.

- Não, de latino já basta meu melhor amigo, não gosto de confundir as coisas.

- É, percebi tudo isso ontem a noite.

- Pra onde você foi ontem? - Coloquei o pote vazio na bandeija, pegando a de morango.

- É melhor você não saber. -  Parei de frente pra ele e sentei em seu colo, passando as pernas em volta da sua cintura.

- Sou curiosa.

- Acho que você não vai gostar. - Me mediu de pertinho. - Mas já que somos melhores amigos, posso te contar um detalhe?

- Deve. - Ele segurou minha nuca de forma delicada.

- Foi gostoso pra caralho. - Disse bem baixinho no meu ouvido, enquanto eu fechava os olhos, sentindo ele se afastar. - Sensação diferente já que não faço seu estilo. - Olhou pros pelos do meu corpo arrepiados.

- Você é um cachorro.

- Combinamos então. - Passou o polegar no meu lábio, enquanto eu aproximava nossos rostos e roçava seu lábio no meu, sentindo ele apertar um pouco mais minha nuca, involuntariamente.

Nos beijamos de forma delicada, o que foi o suficiente pra eu me arrepiar e me acender toda.

Assim que nos separamos, ele me fitou, suspirando, e só pela sua feição sabia o que ele queria dizer.

- Eu também lembrei daquela manhã. Estávamos dessa mesma forma, né?

- É... Mas dessa vez não tem o que temer. - Acariciou meu rosto e eu sorri fraco, encostando nossas testas. - O que vai fazer hoje?

- Vou tomar vergonha e pintar a sala. É a última parte que falta. - Ele assentiu. - E você?

- Tenho uma sala pra pintar. - Ri.

- Não precisa. Você deve ter seus  compromissos  - Ele riu.

- Hoje não. - Dei um sorrisinho, olhando pra sua camiseta preta.

Delito | Oscar DiazOnde as histórias ganham vida. Descobre agora