treze.

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Point of View: Maya.
[🦋]

Levantei na maior preguiça da vida, depois de ter ensaiado umas duas vezes seguidas. Depois que Oscar foi embora, fiquei com o pessoal quase até o amanhecer, chegando em casa, tomando banho e apagando na cama.

Inclusive, se encontrar ele no mercado já tinha mexido comigo, ontem então me fez voltar pra casa mexida tal qual voltava das festas na adolescência, e nunca ia me conformar com isso.

Tomei café, observando a sala e me incomodando com cada cantinho dela. Ela estava limpinha e do jeito que sempre foi, mas acho que esse último ponto era exatamente o que me incomodava.

Coloquei uma roupa confortável, liguei o som alto e comecei a mudar todos os móveis de lugar. Troquei o sofá, mudei o tapete, tirei todos os quadros e porta retratos, enfim, fiz o que pude pra dar um ar novo, mas nada. Tudo me lembrava eles e apesar das memórias serem maravilhosas, o sentimento que as acompanhava já não era tanto.

Ouvi um barulho de carro lá fora e segundos depois, a campainha tocou.

- Você ta fazendo o que aqui, homem? - Ri, vendo Oscar segurando diversas sacolas.

- Vim te ajudar. Você falou que não tinha feito o resto das compras do mercado ainda. - Ri.

- Ficou doido? Não precisava, ia fazer agora a tarde.

- Claro que precisava. - Nos encaramos e ele riu. - Vai me deixar entrar ou... - Revirei os olhos, dando espaço.

Abaixei o som e o acompanhei com os olhos até a cozinha, vendo ele começar a tirar as coisas da sacola. Me aproximei, sentando na banqueta.

- Sério, não precisava.

- Já almoçou? - Me ignorou, enquanto eu segurava o riso.

- Se você for fazer alguma coisa, a resposta é não. - Ele gargalhou.

- Abusada.

- Não posso ficar com fome, né? - Ele balançou a cabeça negativamente, com um sorrisinho no rosto, separando ovo, macarrão, queijo e alguns temperos. - Mas pode deixar que eu guardo as coisas. - Dei uma bundadinha em sua cintura, fazendo ele ir pra lá.

- Aqui ta diferente. - Olhou em volta, enquanto eu pegava duas panelas, passando pra ele.

- É, eu dei uma mudada hoje de manhã. Ainda quero pintar as paredes, o que acha?

- Acho que vai ser bom, talvez se sinta mais à vontade.

-  Oz, eu só vou tomar banho, rapidinho, tá? Tenho que tirar o creme do cabelo, caso tenha reparado. - Apontei pra toca.

- Achei que estivesse querendo me conquistar. - Gargalhei.

- Fica quieto, garoto. Tchau! - Fui rindo em direção ao banheiro, rindo de como estava, é gata, uma coisa que não dava era pra seduzir alguém nesse estado.

Terminei de lavar o cabelo, finalizei, dei uma secada rápida, coloquei um shorts de malha, camiseta larga e saí do banheiro, voltando pra cozinha e a encontrando vazia.

Voltei pro corredor e vi ele no último quarto.

- Você continua intrometido. - Parei no batente da porta, o fazendo rir.

- Vi as fotos na parede e fiquei curioso. - Ri, me aproximando. - É sua abuela?

- A própria. Aqui são meus primos no churrasco de família e esse é o pessoal que eu fiz amizade por lá. - Ele olhava tudo atento. - Essa você que tirou no meu primeiro dia de aula na faculdade, lembra?

Delito | Oscar DiazDonde viven las historias. Descúbrelo ahora