vinte e três.

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Point of View: Ayla.
[🌹]

Dei partida no carro sentido centro, ligando o som no aleatório e ouvindo Love On The Brain da Rihanna começar a tocar. Fui balançando a cabeça no ritmo da música e ouvi a Maya cantando baixinho, a olhando de canto.

- Eu estou lutando contra o fogo, só pra estar perto de você. Podemos queimar algo, baby? E eu viajo por quilometros só pra te ter um pouco, deve ser amor no cérebro. Isso deve estar me deixando desse jeito. - Deu um sorrisinho.

- É, você e Rihanna provando que até as mais bandidas conseguem amar. - Ela riu.

- Amo essa.

- Ta amando bastante coisa ultimamente, né? - Ela me olhou de canto, me fazendo rir. - Tô achando bonitinho.

- E eu desesperador.

- Ué, por que? Vocês se gostam, isso é ótimo. - Ela suspirou.

- Amiga, eu voltei por vocês, mas também pra ajeitar as coisas e poder fechar oficialmente esse capitulo da minha vida, sabe? Me envolvendo com o Oscar vai bagunçar tudo de novo. Vai me bagunçar toda de novo.

- Mas você quer parar?

- Pelo contrário, mas... Sei lá. Mais do que nunca estamos com objetivos diferentes. Oscar nunca vai sair dos Santos, enquanto eu não quero mais acordar todo dia com a memória do que aconteceu em Freeridge, assim como não aguentaria perder mais ninguém por conta dessa guerra. Mas ao mesmo tempo, o que eu sinto por ele é tão forte que só de chegar perto parece que fico 100% irracional.

- É, entendo o que é isso há alguns anos. Entendo absolutamente todos esses sentimentos. Eu apoio você sair daqui, só de ver como voltou bem, mais leve, e querendo ou não, Freeridge só nos puxa pra trás. Ao mesmo tempo, acho vocês a coisa mais linda. É nítido o quanto ficam melhores ao lado um do outro. Você chegou leve, mas está o dobro agora e o Oscar, por Díos... Nem parece a mesma pessoa de alguns meses atrás. - Ela deu um sorrisinho, olhando pra janela de novo.

- Fico me sentindo uma adolescente quando estou com ele, é muito louco. Mas sei lá, ao mesmo tempo tenho muito medo. Medo de ter que viver tudo aquilo de novo, só que com ele. Medo dele nem gostar de mim na mesma intensidade que gosto dele. Medo de acabar desviando dos meus objetivos.

- E é normal sentir, amiga. Eu também sinto, a ponto de nem conseguir falar algo que te ajude nessa questão, a não ser o fato dele gostar de você, isso ele gosta e não tem nem dúvidas. E no fundo você sabe. O foda é que as vezes precisamos ouvir, né?

- Exato. Mas quanto à isso não posso nem reclamar, Oz sempre foi muito fechado, só... sei lá. - Riu.

- Ele é apaixonado por você, amiga. A ponto de nem conseguir disfarçar, ou de nem ligar mais pra tentar disfarçar. Todo mundo percebe, até os caras do Santos que são lerdos pra isso já estão começando a perceber. O que eu acho que acontece é que, além dele ser fechado, acho que ele tem tanto medo do que pode acontecer quanto você. Assim como pra gente é dificil só de imaginar que a qualquer momento alguma coisa pode acontecer com eles, acho que também deve ser foda pensar que a pessoa que você ama pode morrer por consequencia da vida que você escolheu.

- É, nunca tinha parado pra pensar nisso.

- O tio Mario mesmo sempre falava da sua mãe com culpa, e depois que descobrimos o motivo dela ter falecido

- Passou a fazer todo sentido. - Me completou e eu concordei.

- Pois é.

- A vida podia ser menos complicada, né?

Delito | Oscar DiazWhere stories live. Discover now