vinte e nove.

590 55 0
                                    

Point of View: Maya.
[🦋]

Acordei com duas respirações no quarto, uma normal e outra acompanhada de um ronco altíssimo. Abri os olhos, vendo Oscar quietinho, abraçado em mim. Girei o corpo aos poucos e assim que completei a ação, vi Juan deitadinho na beira da cama, porém com a boca aberta e levando o troféu de ronco mais alto já ouvido nesses meus 24 anos.

Ri fraco e me espreguicei, virando de novo e beijando o peito do Oscar, ganhando um beijo na testa.

- Buenos dias, niña. Juan entrou no quarto? Achei que o ronco fosse seu. - Provocou ainda de olhos fechados, segurando o riso.

- Alto desse jeito?

- Realmente, o seu é mais delicado. -  Gargalhei.

- Cretino. Bom dia, corazon. - Dei um selinho em seus lábios e ele finalmente abriu os olhos, olhando pro sol lá fora. Pegou o celular rapidamente e arregalou os olhos.

- Por Díos.

- Tinha compromisso?

- Tinha.... Tenho, só estou atrasado. - Beijou minha bochecha e levantou. Enrolei um pouco e o acompanhei, entrando no banheiro. Fiz minhas higienes, tirei a roupa e entrei no box, me aproximando dele.

- Estás mejor? - Acariciou meu rosto, enquanto eu fechava os olhos.

- Estou. - Sorri fraco. - Qual é o compromisso?

- Quer mesmo saber?

- Claro.

- Vamos buscar umas... mercadorias, em San Diego. - Assenti.

- Juan vai ter que ficar comigo, uma pena. - Ele gargalhou, se afastando e entrando embaixo do chuveiro, tirando a espuma do corpo.

- Maya, você não vai roubar meu cachorro.

- Dividir, é diferente.

- Já disse minhas condições. - Trocamos de lugar, enquanto eu ria.

- Hoje é sabado, Cesar com certeza está nos meninas ou na Monse, o coitado vai ficar horas sozinho? Bem melhor passar o dia comigo e no final da tarde levo ele na sua casa. Eu faço companhia pra ele, ele me faz companhia, todo mundo sai feliz. - Desliguei o chuveiro, enquanto ele me encarava, segurando o riso.

- Ta, dona Maya. Pode ficar com ele hoje. - Puxou as toalhas, me passando a minha.

- Seremos felizes, não vai nem querer voltar pra casa. - Ele riu.

- Sei que é esse o seu plano. - Se aproximou, segurando meu rosto e selando nossos lábios, ameaçando aprofundar o beijo, mas se afastando assim que fechei os olhos, me deixando na vontade. Cretino.

Ele foi se arrumando rápido, enquanto eu apenas coloquei a calcinha e o sutiã, e fui passando o creme na maior calma, vendo ele me observar pelo espelho.

- Assim fica meio foda de se despedir. - Parou no batente da porta. O olhei, me aproximando e passando a mão no seu peitoral, o beijando devagar em seguida. Ele me puxou pela cintura, esquentando mais o beijo, mas assim que sua mão chegou na minha bunda, ouvimos o celular dele tocar. Desacelerei, acariciando seu rosto e depositando alguns selinhos em seus lábios.

- Boa viagem. - Cheirei seu pescoço e ele suspirou.

- Diabla. - Segurou meu rosto, me dando um selinho demorado e se afastando, suspirando, enquanto eu ria. Ele abaixou perto do Juan, fazendo carinho em sua barriga e pegou a mochila, enquanto eu o acompanhava até a porta. - Se cuida, tá? - Me aproximei e ele assentiu, enquanto o abraçava.

- Pode deixar. - Acariciou meu rosto, me dando um selinho, um beijo na testa e um tapinha na bunda.

- Gostosa. - Selou nossos lábios de novo, enquanto eu ria. - Sabe que não vou abrir a porta com você assim, né?

- Ai, garoto. - Ri, parando atrás da porta e a abrindo, enquanto ele ria. - Tchau, Oz.

- Tchau, niña. E eu quero o meu garoto em casa ainda hoje.

- Beijo mí amor, vai com Deus. - Fui fechando a porta antes dele terminar de falar, ouvindo ele gargalhar e me xingar lá de fora.

Fui até a janela, abrindo um pouco a cortina e o observando virar a esquina, suspirando.

Peguei meu celular depois do dia inteiro de ontem sem nem olhar pro bichinho, e vi uma notificação de Chris de hoje de manhã.

Chris

May, eu e uns amigos vamos pra boate hoje, falo tanto de você que querem te conhecer, vamos?

Dei um sorrisinho, confirmando. Olhei pela sala, procurando onde Oscar tinha deixado o pacote de ração e fiz o mesmo que ele, ralando cenoura e beterraba.

O querido, que até então continuava rocando, apareceu na sala assim que ouviu o barulho da ração caindo no pote.

- Tá, você realmente é igual seu pai. - Acariciei sua cabeça e coloquei os potes de comida e água no chão. Enquanto ele comia, eu arrumava a casa. Entrei no quarto, abrindo meu guarda roupa e tirando a caixa que guardava no chão, bem no cantinho.

Peguei minha agenda e folheei, vendo todas as informações que tinha pego do Omar nesses anos.

Minha cabeça ainda estava em parafuso desde a festa na casa do Chris, confesso que o fato desse velho ser pai dele me fez pensar, por alguns momentos, que eu deveria deixar tudo isso pra lá.

Mas não dava. Os outros fatores pesavam bem mais e assim como ele me fez mal, não quero que ele faça mal pra família de mais ninguém.

Sentei no chão, arranquei algumas folhas e comecei a anotar algumas coisas novamente, se eu queria seguir em frente com isso, tinha que fazer direito.

- Não me julga. - Disse, assim que Juan entrou no quarto, me olhando com aqueles olhinhos. - E nem conta pro seu pai. Segredo nosso, ok? - Demos um beijinho de esquimó e ele deitou do meu lado.

Ficamos a tarde toda assim, pra onde eu ia, ele acompanhava. Brincávamos, ele apagava, eu voltava a anotar, pausa pra comer e ste cochilinho entre os dois rolou. Criei laços com o menino, não vai ter jeito. Tanto que a casa ficou um vazio quando o deixei no Oscar.

Assim que adentrei o quarto, vi a agenda no chão e por estar atrasada, pra variar, apenas a coloquei no comoda, indo me arrumar.

Assim que adentrei o quarto, vi a agenda no chão e por estar atrasada, pra variar, apenas a coloquei no comoda, indo me arrumar

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Delito | Oscar DiazOnde as histórias ganham vida. Descobre agora