Talvez sejamos a pessoa certa, na hora errada.
Um romance adolescente. Um término indefinido. Um amor interrompido.
Já haviam se passado 10 anos desde que Camila a vira, e, embora tenha seguido com sua vida sem ela, as lembranças sempre a assombrar...
— Aconselho que leia um que não tenha outras mil sequências – digo, e ela assente, fazendo um sinal com os dedos como se estivesse batendo continência.
Ela se vai, batucando os anéis do dedo nas lombadas dos livros. Eu recolho o carrinho que usava para colocar os livros devolvidos até que resolva os empilhar nas prateleiras outra vez. Deixo a escada por ali, já que a madeira de abeto dela combinava perfeitamente com as prateleiras, fazendo uma mesclagem que algumas pessoas até mesmo elogiavam. Até parecia que a escada no meio do corredor não era preguiça minha, e sim parte de uma decoração vintage. Quando volto à minha mesa, percebo a tela do meu celular brilhando encima do livro aberto em que estava lendo. Havia quatro notificações, de três conversas distintas.
Dinah:
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Austin:
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Sofia
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Abro um sorriso com as mensagens de Sofia, para não rir e incomodar quem estava ao redor lendo. A respondo que tudo bem, que iria sair daqui a algumas horas e poderíamos passar em alguma pizzaria na volta para casa, já que hoje era sexta-feira. A Dinah, respondo os planos que pretendia fazer com minha irmã. E a Austin, aviso sobre Sofia.
Não morávamos juntos oficialmente, mas era como se morássemos, já que Austin passava todos os finais de semana em casa, e alguns dias da semana contava com sua presença. Eu não me incomodava, gostava de sua companhia. Namorávamos a mais de um ano, e Austin era o tipo de pessoa que não incomodava ninguém para nada. E, mesmo que esse jeito mais na dele me deixava um pouco nervosa em alguns momentos, não ousava reclamar sobre, já que isso era bem melhor que viver brigando. Aprendi isso da pior maneira, a dez anos atrás. A única coisa que, às vezes, era motivo de alguma discussão, era a vida social que levávamos. Austin, como dito, era mais na dele, gostava de ficar em casa assistindo a algum filme do que sair. Já eu, sempre me senti em casa na rua. Mesmo que hoje já beire os trinta anos, minha animação ainda era de uma garota de 17, como Sofia. Não ia a casas noturnas, por respeito a ele e nosso namoro, mas vontade nunca me faltava, então, a supria com idas ao barzinho com Dinah e Sofia. Ou qualquer outro lugar, para ser honesta.
