Leonel Or Bryce

Capítulo 33

KELSEY WEBER

Agatha me convidou para sair, deixando claro que Leonel estará junto e que ele quer conversar comigo. Por isso me liga todos os dias, me manda inúmeras mensagens e até bate na minha porta algumas vezes.

Mas eu já falei que não temos nada o que conversar. Porém, não foi isso o que Bryce disse. Falou para nós 4 sairmos juntos, já que eles estavam insistindo tanto nisso. Mas ele queria conversar com Leonel pessoalmente. Estou com medo desse momento.

Nós vamos almoçar juntos hoje, estou com o coração na mão. Querendo evitar o pior, já sabendo que nem Leonel e nem Bryce são pacientes. Eles não saberão manter uma conversa civilizada.

Coloquei um vestido rosa, um pouco rodado. Deixei meus cabelos presos, já que não estava conseguindo manter eles arrumados. Meu cabelo é muito cacheado, e quando não cuido dos cachos, ele fica revoltado. E o único jeito é prendê-los em um rabo de cavalo apertado.

Coloquei um salto branco, pequeno, apenas para combinar com o vestido. Passei perfume, batom vermelho e delineador. Deixei minhas bochechas levemente vermelhas, ok, não preciso me arrumar tanto para ir almoçar com Bryce e... Leonel.

Estou me arrumando para mim mesma, ou é disso o que estou tentando me convencer. Aguardei Bryce chegar, ele encostou o carro e eu entrei, nervosa. Com medo de ele achar que estou arrumada demais, de dizer que estou tentando impressionar Leonel.

— Uau, você está incrível, amor — falou, beijando meus lábios. Senti um alívio, ficando feliz por ele não implicar com minha roupa ou maquiagem. — Estou morrendo de fome, fiquei sem café da manhã hoje no treino, horas treinando sem nada no estômago. Quase desmaiei — ele falou, dando partida no carro. Fiz uma careta, pensando em xingá-lo por isso. Mas não sou mãe dele, se ele não comeu, foi porque não quis ou não teve tempo.

Fiquei olhando pela janela, ouvindo as músicas que ele colocava no rádio. Quase estourando o alto falante do carro rebaixado prata. Desde que Bryce comprou esse carro, tenho que dividir a atenção dele com o futebol, vídeo game, o carro e sua mãe que é insuportável. Minha sogra é terrível. Ciumenta, implicante, chata, sarcástica e debochada. Ela é tudo de pior. E Bryce simplesmente sempre a defende quando sua mãe começa a dizer que eu não cuido bem do filho dela.

Eu sei, é uma brincadeira deles. Ela dizer que eu deixo o filho dela passar fome, que ele vai procurar outra mulher se eu não souber fazer comida, se eu não fizer todas as vontades dele. Ela é extremamente machista, e é claro, Bryce leva tudo na brincadeira.

Karla, minha cunhada, é muito mimada. Mas ela é realmente um amor comigo. Ela tenta me ajudar quando as coisas ficam complicadas entre a mãe deles e eu. Já que Bryce sempre quer jantar lá aos finais de semana e, eu vou apenas para agradá-lo, mas acabo arruinando as coisas quando caio nos jogos dela e começo a xingá-la. E então Bryce e eu brigamos, como já estava nos planos dela.

— Esta nervosa? — ele perguntou, colocando a mão em minha perna, a qual eu nem percebi que estava tremendo propositalmente, movida pela ansiedade. — Vai ficar tudo bem, amor. Ele finalmente vai te deixar em paz depois que conversarmos com ele. E eu vou falar numa boa, dizer que entendo ele ser apaixonado por você. Já que também sou e, não sei se pode existir um cara que não se apaixone por você — ele riu. — Já se olhou no espelho? Seria facilmente confundida com uma Deusa do olimpo.

Bryce tenta fazer eu me sentir melhor com suas piadas e cantadas ruins. Eu amo isso nele. Mas agora realmente não está funcionando, agora eu não quero ter que fingir uma risada, ter que falar coisas engraçadas para entrar em sua vibe animadora. Só quero ficar quieta na minha enquanto ele mantém a boca fechada e dirige até o restaurante.

•••

Ele puxou uma cadeira para mim, fiquei de frente para Agatha. Ela beijou minha bochecha. A cadeira ao seu lado estava fazia. Porra, não acredito que Leonel me fez de idiota. Fez eu vir até aqui para ele não estar.

— Vocês chegaram rápido até, achei que demorariam mais — Agatha disse. Ela bebeu uma taça de vinho em um gole só. Derrubando algumas gotículas. Não sou a única nervosa aqui.

— Agora nós temos um carro — Bryce falou sorrindo, parecendo uma criança. Feliz com sua conquista. Como se tivesse ganhado o melhor presente do mundo.

— Olha, eu preciso ser sincera. Antes de Leonel chegar. E eu não me importa se isso vai te magoar, Bryce. Mas Kelsey precisa saber o quanto o meu irmão a ama, e ele está sofrendo muito por isso. Não é culpa dele, ok? Mas Leonel a ama e ele está acabado, Kel. Precisa ajudá-lo, nunca vi meu irmão assim. Você sabe que Leonel nunca se apaixonou por nenhuma garota. Ele está realmente reagindo mal, está se afundando em festas, álcool, drogas. Tudo de errado. Por favor... — suas palavras saíram, me cortando como cacos de vidro. Eu sabia que ele não reagiria bem, sabia que Leonel é cabeça fraca demais.

— Ele é adulto, Agatha. Deixa ele resolver os problemas dele. Se está se envolvendo com drogas e coisas ruins, é porque ele quer. Ou apenas está tentando chamar atenção de Kelsey — Bryce disse, colocando o cardápio na mesa. Ele não gostou nem um pouco do que ela falou, então se intrometeu antes de ela terminar de falar.

— Cara, você não deveria nem estar aqui. Então por favor, se mantenha quieto no seu lugar — ela falou entre dentes, quase me fazendo rir. Nunca vi Agatha assim, tão desesperada por algo. Tão desesperada para me fazer ficar com Leonel, ou apenas salvar ele desse nada que está se tornando.

— Aggy, eu fiz a minha escolha. Eu vou ouvir o que ele tem a dizer mas... Você sabe, eu amo o Bryce e, Leonel e eu é algo impossível de acontecer. Nós somos família. Criados como irmãos. Não seria certo levar isso a diante, Leonel sabe e entende isso — anunciei, da forma mais delicada e gentil possível, sabendo que ela se irrita com praticamente tudo. 

E foi então que eu parei de respirar por alguns segundos, vendo ele entrar pela porta do restaurante. Seus olhos vasculhando o lugar e, logo, parando nos meus. Prendi o fôlego. Maldito Leonel Weber, eu odeio ele.