LX

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Anna.

Passo as mãos pelos lados do meu corpo me livrando do suor. Neithan ainda está preso naquele escritório e as lembranças ainda me fazem sentir um leve frio no estômago.

Não sei se é possível, mas lembranças pouco à pouco se faziam presentes em minha mente e tudo girava ao meu redor. Me lembro de cada gota de sangue e cada grito de dor, é como se meus ouvidos ensurdecessem e eu fosse levada de volta até lá.

— Coube? — Lua fala abrindo a porta e eu a procuro no quarto. Visão embassada.

— Eu-...

Falo a olhando confusa, não me lembro como parei aqui em cima, também não lembro o que vim fazer ao certo...

— É complicado colocar, mas posso ajudar. Só um minuto.

Ela fala caminhando até a cama e eu a sigo com os olhos. O traje de cor preta e em um espécie de tecido de couro emborrachado parecia pesado. Lua puxa o ziper até à parte de baixo e o levanta como se medisse à olho em mim.

O que vou fazer com isso?!

Franzo o cenho e ela abre um grande e dentusso sorriso.

— Aquele danadinho... — ela cochixa com uma especie de risada baixa — acertou as medidas antes mesmo de à ver de pertinho...

Franzo o cenho assim que ela coloca contra o meu corpo e eu toco o sentindo a textura. Parecia impossível ser rasgado ou danificado e apesar de eu não ter se quer uma peça de cor preta, acho uma cor bonita que chama atenção aos olhos.

Também me lembra Neithan, aquilo gritava Neithan Luchesse.

Me sinto como uma das bonecas de Antonella sendo vestida por Lua, apenas faço o que ela pede ao passo que minha mente rodava semelhante à um carrossel como aqueles que eu sonhava em conhecer pessoalmente quando pequena.

— Prontinho. — Lua fala puxando o ziper até certa parte. Havia mais trilhos para eles passarem, na verdade preferi daquele modo, assim não me sufocaria ainda mais.

Ela sorri para mim e me direciona em frente ao espelho, vejo o couro cobrir dos meus tornozelos ao pescoço com exceção do decote que se formou pelo ziper aberto. Ele era relaxantemente quente e não abafado, como uma segunda pele.

Macio.

— Lua, saia. — A voz ecoou pelo quarto.

Neithan.

Subi cada degrau desta escada decidido do que faria e como faria. Tenho a necessidade de ser o mais cuidadoso possível com ela, porque sei que não posso perde-la. Não viveria sem Anna, e mesmo que eu saiba que a mesma nunca fugiria por não haver opção, a quero por completo e não por obrigação como um fantoche.

Limpo a garganta antes de tocar a maçaneta da porta e todo o plano repasse perante meus olhos. Inicialmente eu deveria treiná-la, ela é minha e minha responsabilidade, mas Ed tem razão. Não tenho controle da minha força e poderia à machuca-lá o que pioraria essa situação de merda que estamos.

Estou literalmente subindo pelas paredes mesmo tendo minha mulher ao meu lado.

Cazzo.

Empurro a porta e logo pouso meus olhos sobre o couro preto cobrindo o corpo torneado. As pernas escupidas pelos deuses seguida daquela bunda linda que tomava toda minha atenção, engulo em seco tomando meu tempo vendo o quão linda Anna havia ficado usando à minha cor. Ela era perfeita usando seus vestidos, mas porra, aquilo era à perfeição em minha frente.

— Lua, saia! — Ordeno e a mesma sai rápidamente.

Anna engole em seco apertando os dedos sobre o próprio corpo e eu fecho à porta atrás de mim.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora