LIII

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Ouço um barulho no quarto e resmungo ainda de olhos fechados, assim que a coberta desliza um pouco para baixo. Resmungo novamente a puxando de volta já que estava morrende de sono e Neithan não me deixou dormir essa noite. Tenho certeza que no momento qur admitir que estou acordada, toda a dor irá aparecer pelo meu corpo e eu nem sei se sinto minhas pernas.

Sinto um peso abaixar o colchão na altura dos meus pés e eu me mantenho concentrada em voltar a dormir, mas franzo o cenho assim que ouço uma respiração forte, parecia sobrehumana e era em conjunto com um rosnado...
Abro os olhos um pouco receosa e o quarto está em plena escuridão já que as cortinas estavam fechadas mantendo o local em perfeito breo. Sinto meu corpo congelar e um arrepio tomar meu corpo, o escuro me trazia tantas lembranças, lembranças nada agradaveis e muito, muito doloridas.

Passo a minha mão sobre a cama do lado de onde Neithan dormiu mas ele não estava lá, naquele momento minha voz falha, estou sozinha...

— N-neithan... — Choramingo.

Estremesso assim que os olhos cor de ambar surjem em meio a escuridão e eu congelo ouvindo um rugido. Um grunido ecoa e eu sinto um tremor percorrer o meu corpo, aquilo seria o meu fim?

A coisa avança um passo enquanto os grunidos se tornam mais frequentes e eu choramingo com medo de gritar, chamar por Neithan não era uma opção, ele seria atacado também... fecho os olhos com medo assim que o animal se aproxima mais e aos poucos o colchão se afunda ainda mais. Aquilo seria meu fim e eu não teria nem a oportunidade de me salvar já que estava congelada com o medo. 

— Monstrinha! — A voz de Antony ecoa abrindo a porta e a luz do dia adentra junto, respiro aliviada por ver a luz. — Ai está você, se comporte com as visitas.

Ele fala e eu só consigo olhar apavorada para aquele imenso animal encima da cama. O animal faz uma inalada forte e lambe meu rosto de cima à baixo com uma única lambida, sinto a baba tomar minha bochecha e tento normalizar minha respiração ainda assimilando tudo, o mesmo pula da cama e caminha ao redor de Antony se esfregando nele como se fosse um pequeno gato apesar de ter quase dois metros de cumprimento.

— O-o que... ele não morde você? — Sussuro incrédula vendo o animal que agora estava sentado ao lado de Antony que acariciava a pelagem negra.

— Sinto muito, Neithan deixou a porta aberta e Cattivo deve ter sentido seu cheiro e vindo conhece -la — ele explica.

— Cattivo... — Sussuro ainda aterrorizada e o olho, o mesmo sorri sem os dentes e olha para o animal — É isso que guarda na Ala norte?

— Não, cattivo anda por tudo aqui. E ela que Neithan chama de arma mortal. — ele da de ombros — Esse lugar é mais dela do que meu.

— Ela é linda, aterrorizante, mas linda. — Sorrio e a pantera me olha enquanto ronrona de modo grosso pelo carinho do dono e eu acompanho com os olhos.

— Bom, vamos descer para você poder trocar de roupa. — ele faz uma mensura para a camisa preta que eu vestia de Neithan e eu sinto minhas bochechas corarem — Use um cachecol também, para não assustar as crianças.

Ele anuncia e eu franzo o cenho confusa. O mesmo me da as costas e faz um tilitar com a língua fazendo o grande animal de palagem negra o acompanhar.

Me levanto com dor e vou até o banheiro para tomar um banho com dificuldade, já que minhas pernas quase sediam à cada passo. Ignorei totalmente o espelho no caminho e entrei embaixo do chuveiro sentindo a água quentinha em meu corpo. O alívio tomou conta de mim assim que eu me livrei do líquido grudenta entre minhas pernas, era mais do das outras vezes.

Neithan estava tão estranho noite passada, ele foi agressivo parecendo que estava possuído por algo ruim. Por um segundo o demônio de olhos azuis — nome que ouvi o chamarem na sede e em alguns outros lugares — Pareceu se fazer presente nele, quando ele me olhou não parecia ser ele, é como se a alma de Neithan houvesse sumido. 

La famiglia Lucchese - Neithan.Where stories live. Discover now