21

308 27 13
                                    

Provavelmente os sons dos passos fizeram Kim olhar para trás, e ele obteve a mesma visão que eu, o homem com roupas escuras, com o cabelo e a pele brilhando devido aos pequenos flexes de luz que haviam no beco, o branco brincava com o azul no local estreito.

— Você deixou cair... — Fala comigo, quase sussurrando.

Não deixei não. Ele estica uma pulseira prateada, muito bonita por sinal, mas não era minha, e claramente isso me assustou e me surpreendeu. Olho para o Kim antes de caminhar até o outro rapaz.

— Isso não é importante, não precisava trazer para ela. — Segura meu braço me impedindo de pegar o objeto.

— Para você pode não ser, mas para a sua...

— Mulher. — Diz arrogante.

— Mulher... Certo, pode ser que para ela seja.

— É sim, foi um presente da minha mãe. — Consigo me soltar e caminhar mais rápido, segurando firmemente na mão dele, e óbvio, pegando pulseira. — Obrigada.

Até mentir estou aprendendo. Quando olhei aqueles olhos tão perto, meu corpo vibrou e quase que faço um escândalo para que me tire dali, quase o pedi ajuda. Mas não me esqueço do meu marido que está logo atrás, então não prolonguei meu olhar.

— Pulseira entregue, agora já pode ir. — Kim aponta para a saída.

O moreno solta um sorriso de lado e estremeço por ver que ele iria obedecer e logo eu estaria sozinha de novo, nunca prensei que me sentiria mal por ver ele indo embora, porém minha preces foram ouvidas e ele se vira de novo.

— Por esse caminho não vai chegar em lugar nenhum, são becos fechados. — Explica calmo.

— Isso não é problema seu.

— Kim. — Toco em seu braço, ele estava sendo rude com um estranho, esse seu comportamento me incomoda.

— Ela é minha mulher, você não sabe sequer o que estamos fazendo aqui, então não se intrometa.

— Tem razão, no seu lugar eu não exitaria em trazê-la aqui, mas estou vendo que está agressivo e não explodindo de desejo.

Seguro em meus próprios braços após ouvir tal frase, eu realmente sentia falta de ser desejada, ouvir dos lábios do tatuado o que faria no lugar do meu marido abalou muitas partes de mim.

— Você é um abusado. — Kim parte para cima do homem e eu tento segurá-lo, mas a força que deposita em seu pulso me arremessa para trás.

— Porra! — O moreno desconhecido exclama.

Achei que fossem brigar, mas Kim percebe o que fez e retorna para mim, me agarra pela cintura me equilibrando, eu o olhava com os olhos marejados e tonta, vou tirando sua mão das minhas curvas enquanto me afasto lentamente tremendo e chorando como criança.

Saio por onde entrei em passos rápidos, já nem conseguia mais ver quem estava nas ruas nesse momento, com a visão periférica vejo meu marido esmurrando a parede, e agarro meu corpo involuntariamente, penso se poderia ser eu se o motoqueiro sem nome não tivesse aparecido.

Me assustei demais quando chego no estacionamento para pegar meu carro e ouço o barulho de uma moto, olho para trás e vejo que ele me seguiu, paro com os olhos arregalados o vendo estacionar a moto do meu lado.

— Que merda foi aquela? — Vejo em seu rosto inteiro uma interrogação.

— Vai ficar tudo bem, agora sai daqui, vai embora. — Peço.

— Puta merda, você foi agredida, aquele homem ele...

— Pode chegar a qualquer momento! Por isso tô pedindo para ir embora, vou me resolver com ele. — Ele sorri sarcasticamente de canto, e devolve uma expressão de assustado. — Moramos juntos, não há nada que possa fazer, sai logo daqui. — Eu estava desesperada.

— Não recomendaria que fosse para casa então!

— O quê? E para onde eu iria, para sua casa? — Arregalo os olhos e obviamente falo irônica. Mas ele se silencia. — O problema não é você está aqui e enfrentar quem quer que seja, o problema é que ele vai descontar em mim, entenda, vai embora. — Me aproximo tocando sua mão. — Por favor...

Ele me encara com as sobrancelhas franzidas, mas entende o que eu disse, já que põe de volta seu capacete, e liga a moto, meu coração aperta, não queria que ele fosse, mas era necessário.

— Jungkook, Jeon Jungkook. — Em alta velocidade me deixa sozinha entre aqueles carros.

Respiro fundo ajeitando meus fios, as lágrimas secas estavam pintadas em meu rosto, mas quando Jungkook já está longe, elas são substituídas por novas.

Sorrio por pensar que agora sei seu nome, e confesso que combina muito com ele. Agora percebo que além de me mostrar constantemente seu rosto, minha mente também iria começar a ecoar seu nome.

Entro no carro tentando recuperar meus sentidos, me sentia uma fugitiva por fazer tudo com tanta pressa, para não ser alcançada pelo meu infeliz marido. Eu pensei nas palavras de Jeon, eu poderia não ir para casa, mas se não posso ir para a dele, o único que sabe sobre as atitudes do Kim, muito menos poderia ir para a dos meus pais.

MAGNETISM. jjkWhere stories live. Discover now