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Saindo do estúdio do Jungkook, pensei muito em como as coisas têm mudado e tudo que aconteceu desde que nos conhecemos, as coincidências da vida que nos fizeram entrar numa situação tão estranha e perturbadora.

Estava voltando da casa dos meus pais quando decidi ir até o estúdio, e tudo isso porque conversei mais com a minha mãe sobre a minha realidade com o Kim, e ela acabou me contanto como descobriu tudo.

A amiga da minha mãe, a qual fui à festa e encontrei o Jeon, é a mãe dele, e ela acabou ouvindo uma conversa entre o marido e o filho, onde Jungkook soltou sobre o que aconteceu na rua naquela noite, e ela sabia que o chefe do marido dela era o meu marido.

Isso não poderia ficar pior, eu desejo de verdade estar longe dele, mas o nosso ciclo do nada começou a se tornar o mesmo, só bastou conhecê-lo para perceber o quanto as pessoas ao nosso redor se conectam.

"Acho que pertence ao Kim"

Recebo essa mensagem no trânsito, apertei o freio do carro quando vejo que veio junto com uma imagem, imagem essa que me fez tremer por inteiro, a fotografia era de uma gravata, que eu conhecia muito bem, inclusive.

Tento colocar toda minha atenção na movimentação da rua para não me descontrolar no volante, respiro fundo controlando meus sentimentos, e até que eu consigo, coisa que só não acontece quando o assunto é o tatuador abusado.

— Pensei que fosse dormir de novo na casa da sua mãe. — Kim diz assim que atravesso a porta.

— Hoje eu que vou falar! — Eu estava tão intensa graças a mensagem que recebi que nem temi o que ele poderia fazer.

Chego mais perto dele e mostro o celular, não tenho certeza se foi uma boa ideia ou não, se eu deveria agir com mais cuidado, mas já estava feito, as vezes eu sou bastante impulsiva. Só espero que ele não leve para o lado do ciúmes.

Porque eu realmente não sinto, não mais. Todo meu nervosismo é pela falta de respeito que sinto da sua parte, já que, querendo ou não, ele é casado comigo, isso é o mínimo.

— O que é isso? — Me pergunta.

— Eu não sei, e é exatamente isso que quero saber... — Respiro. — Consegue ler? Isso pertence a você mesmo?

— Céus, como você é ingênua.

— Kim, consegue conversar comigo corretamente? Com maturidade? Porque eu recebi uma mensagem com uma foto de um objeto que dizem pertencer a você, e eu sei que tem uma igual, eu só estou em busca de explicações.

— Não me lembro de ter perdido, mas se for minha mesmo e alguém quer devolver, pegue. Só acho engraçado porque parece pensar a pior coisa do mundo em relação a isso.

— Seu comportamento não me deixa outra opção. Ando muito tensa com nosso afastamento, não se faça de cego, porque tudo está desmoronando bem em baixo do nosso nariz.

— Você e dramática demais, e ainda por cima acredita em tudo que dizem, um qualquer de manda uma mensagem e o vilão é o seu marido. — Estranho seu comportamento manso depois de meses sendo tão agressivo e arrogante.

— Suponho que não se incomodaria se alguém enviasse uma foto de uma peça minha para você falando a mesma coisa.

— Em primeiro lugar que não é a minha gravata, em segundo lugar, você não é capaz de agradar nem seu próprio marido, não sinto que corro esse risco. — Eu simplesmente não tive reação ao ouvir tais palavras.

Kim me jogou um balde de água fria, eu não me deixei levar pelas suas palavras e acreditar que o problema estava em mim, mas de qualquer forma foi decepcionante e doloroso.
Eu me dediquei tanto para que tudo desse certo, e no fim nenhum reconhecimento.

Não consegui recolher mais palavras para me expressar, subi a escadaria em em minutos estava deitada na minha cama refletindo sobre tudo que tem acontecido, eu não vejo uma brecha de luz que indique saída. Estou com medo.

A mistura de sentimentos que está dentro de mim, atrapalha tudo que penso em fazer racionalmente, sempre aparece algo que me faz agir impulsivamente. No desespero.

O cheiro do Jeon estava no meu cabelo, os fios espalhados pelo colchão trouxeram a essência que gruda tanto quanto a sua voz na minha mente, seu sussurro no meu ouvido.

Depois  de sentir o peso dessa casa, não me arrependi mais de ter ido até lá, mesmo que não tenha sido um encontro tão receptivo, a presença dele me tranquiliza de alguma forma, aqueles olhos profundos me fazem esquecer meu problemas e apenas pensar em quem ele é, o que ele guarda.

— Olha, eu...— Kim invade o quarto, e pelo visto havia pensando no que disse e quis vim se justificar, mas não desejo ouvir mais nada.

— Estou cansada, não quero conversar, boa noite.

Estranhamente entendeu e deitou ao meu lado em silêncio.

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