Acordei com o despertador de Madelyin tocando.
Ela não acordou.Me levantei enquanto raciocinava o que aconteceu.
Madelyin estava mal, vulnerável, talvez.
Me senti mal a noite toda também, enquanto envolvia o seu corpo contra o meu, tive um enorme peso na consciência.Eu me afastei e por consequência, Madelyin também se afastou.
O problema é que o egoísmo e ego não me deixaram ver o quão dolorido estava sendo para ela também.
Relembrar o quão quebrado eu havia ficado depois de descobrir o câncer de Made, fechou os meus olhos, me fazendo esquecer que ela também sofria.
— Bom dia. — Sorri já de pé enquanto colocava a calça.
Ela franziu o cenho, procurando por resposta.
— Bom dia... Por que tá sem camisa? — Ela olhou ao redor. — Você dormiu aqui?
— Sim — dei de ombros. — Não consigo dormir com nada jeans e senti calor de noite, tirei a camisa.
— Não, nós não....?
— Não.
— Ok.
O loiro do cabelo estava mais claro que o normal.
— Se quiser tem uma escova reserva no armário do banheiro — ela disse.
— Obrigado.
Quando terminei de levantar o zíper da camisa, Madelyin ainda me encarava séria.
— Por que? — Perguntou.
— O que?
Ela prendeu o cabelo em um perfeito coque. Então me olhou e respirou fundo.
— Cara, você sempre faz isso... A gente se encontra, você permite que eu crie coisas na minha cabeça em relação a nós dois e depois some. Você simplesmente some.
— Tive os meus motivos.
— O meu câncer? — sua voz estava quase rouca. — Eu tive câncer, Hariel. Eu sei que fui injusta em não contar, mas você não admite que fica usando isso contra mim até hoje.
— E eu vou fazer o que? — Estava ansioso, as minhas mãos gesticulando enquanto falava. — Madelyin a única coisa que pode acabar com um relacionamento é a mentira e você fez exatamente isso.
— A falta de compreensão também. Não menti por maldade, você sabe.
— Eu sei mas você não entende que...
— Quem não entende é você — seu corpo quase nu pelo pijama curto e pequeno se levantou enquanto ainda falava. — Eu tô cansada disso. Não sou uma bolinha que você pode ficar jogando e indo pegar quando quiser. Eu sei o que andou fazendo e com quem, não é novidade nenhuma e eu não estou te cobrando, mas eu acho que a pingo de consideração que tinha por mim, você simplesmente jogou fora.
— O que?! — Ri sem nenhuma graça. — Não sei se você se lembra mas eu sou solteiro.
Me protegi quando o travesseiro voô na minha direção.
— Então vai embora, cacete.
Não tinha percebido que tocamos finalmente no assunto do término. Também não prestei atenção que já não ligava mais para isso. Talvez brincar com a situação seja melhor.
— Não posso ir embora sem escovar os dentes.
Ela me encarou, senti o ódio de seus olhos na mesma hora.
— Vai escovar na sua casa.
— Não dá. Tá muito cedo, tem muita gente ainda lá.
Não era mentira, Paiva deu uma festa.
— E eu com isso? — Made cruzou os braços abaixo dos seios, dando uma visão perfeita.
— Fica muito linda brava — sorri de lado.
Ela me fuzilou com os olhos, indo até o banheiro.
— Vou ver se tem café — avisei.
— Não tem. — O humor perfeito.
...
Tinha café.
Preparei junto com outras frutas e coisas gostosas que encontrei.
— Eu sei fazer o meu café — Madelyin apareceu com um roupão e o cabelo solto.
— Quem disse que é para você?
— Você tá na minha casa.
Cheirosa.
Não disfarcei quando a mesma se abaixou para pegar leite na geladeira, revelando uma posição excitante.
Respirei, jogando o pensamento longe para disfarçar a minha situação.
— Não achou a sua camisa?
— Achei, tava no meio das suas calcinhas de renda — levantei uma das sobrancelhas quando o seu rosto encarou o meu.
— E porquê não coloca?
— Não uso calcinha. — Apontei para baixo, onde sem querer os olhos de Made encontraram a cueca amostra.
— Tô falando a camisa. — Ela voltou a colocar o leite na caneca já com café.
— Ah, isso — sorri. — Quando eu for embora eu coloco.
— Espero que logo.
Fui até o balção, onde a garrafa de café estava. Made estava na frente.
Seus olhos grandes e curiosos seguia cada passo que eu dava.
— Por que dormiu aqui? — perguntou.
— Porque você precisava.
— Não precisava, não.
— Mas eu sim.
— E?
Me aproximei, colocando uma mão de cada sobre o balção, prendendo Made.
Com cautela, pressionei o corpo contra o seu, levando a boca até a sua orelha.
— Porque eu me preocupo com você.
Sua respiração estava pesada, eu podia sentir, então passei os lábios úmidos pela sua orelha, descendo lentamente até o seu pescoço.
Ela pressionou o corpo para frente, me sentindo ereto.
Ainda com a boca no seu pescoço, senti o seu corpo se arrepiar, me dando a chance perfeita. Com o polegar, toquei no seu mamilo duro, me fazendo ficar doido com o arfar de Madelyin.
Com as duas mãos, a levantei sobre o balção, deixando suas pernas abertas para mim.
— Não comi nada até agora — falei sobre o seu pescoço enquanto subia as mãos sobre as suas coxas que ficavam molhadas a cada toque mais adentro.
Ela ergueu o corpo, levando o meu queixo com a mão até a sua boca.
Faminto pelo seu gosto, pressionei nossos lábios, viajando de encontro com a sua língua quando o celular de Made tocou.
Hospital Municipal - Emergência.
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HIPNOSE | 2
Fanfiction2 parte de HIPNOSE. É claro que o primeiro amor sempre prevalece. E é claro que recaídas são normais, Madelyin e Hariel quem o diga. Depois de um longo tempo, o caminho de Madelyin se cruza com o de Hariel, é claro, algumas coisas mais diferentes q...